Assassina de aluguel

O interrogatório

Ja havia passado dois meses e eu ainda estava de cama. Quase não conseguia me mexer, tudo doia mas eu me esforçava.
Alguns colegas de trabalho sempre vinham me visitar enquanto eu estava em casa, eles estavam sendo legais.
Toc toc!

-ja vai!.- mas uma visita inesperada, quem será?
-oi Kevin.
O comandante Jason estava parado na minha porta com uma sexta de frutas.

-senhor! Hã...desculpe as minhas vestes eu não estou adequado.
-não seja tão formal Fostter.
-eu quis ser gentil seu velho babão. Vem entre.

Ele entrou ao meu lado como se fosse um velho amigo.
Eu o observava sem pressa, com toda cautela do mundo. Por que? Por que eu estava a observa-lo como se ele fosse um desconhecido ou um inimigo?
Derepente na minha cabeça passa uma frase que Will falará a algum tempo atrás:
"Cuidado com seu chefe Kevin, nem tudo que ele diz é verdade".
Aquelas palavras soavam tão suspeitas para mim. Will me machucou muito e meu chefe não me fez nada, em quem eu deveria acreditar?

-posso saber o que veio fazer aqui Jason?
-não é óbvio? Eu vim ver como você está. Aquele monstro te machucou muito naquele dia.
-pare! Eu...não quero me lembrar disso então por favor vamos esquecer.
-Kevin... eu vim fazer algumas perguntas sobre o ocorrido.
-outros oficiais ja fizeram isso.
-você sabe que eu preciso Kevin.
-que saco!
*respirando fundo.
-tudo bem...faça as perguntas que tanto quer.
-okay! Hum...você viu o rosto dele?
-não, apenas seus olhos.
-eles tinham duas tonalidades não é?
-sim!.- fico um pouco empolgado por ele saber.
-como você foi parar lá?
-eu escutei um barulho, uns gritos então fui atrás.
-sim, entendo. O que ele fez com você?
-ele me puxou para a sala e então começou a me cortar.- eu já até lembrava da dor que eu senti.
-Kevin você sabe quem ele é?
-não eu nunca o vi.
-hum...
-você sabe quem ele é?
-sei.

Eu queria muito que ele me contasse, mas será que eu ia parecer ansioso demais?

-eu quero saber quem é ele!
-eu não tenho permissão para lê contar isso Kevin.
-por favor! Ele me machucou eu preciso saber quem fez isso.

O olhar de Jason estava frio e triste. Ele sabia quem era mas não queria me contar, por que? O que será que tem de tão ruim?

-você pode me dizer pelo menos o nome dele e o que aconteceu com ele depois do ocorrido?
-posso. O nome dele é Levi, Levi doll.

Não era Will? Ele mentiu pra mim! Droga, como você é em Will quer dizer Levi pelo menos nessa parte ele falou a verdade.

-o que... aconteceu com ele?
Ele arregalou os olhos e contraiu os lábios, eu sentia que ele não queria me contar mas ele se conteve e me disse.

-ele...não foi escolha minha mas ele...
-o que aconteceu com ele?!
-por que você está assim? Até parece que o conhecia!
-não...eu só quero saber.

Ficamos em silêncio por alguns segundos até ele cortar esse silêncio com algo horrível.

-ele morreu. Primeiro ele foi submetido a um interrogatório crítico, ele nunca dizia nada...ele foi espancado e torturado psicológica e fisicamente.
Ele não falava nada só gritava até que... ele não resistiu ao interrogatório e morreu na sala.

Eu ja não me controlava mais, aguentei até a última palavra que ele disse. Eu ja não podia me conter eu estava chorando muito, soluçava demais. Meu peito doia mas que meus ferimentos.
Em minha cabeça so pasava uma coisa:
Meu amigo...por que?! Isso é horrível so pode ser mentira! É mentiraaa!!

-para! Kevin! O que esta acontecendo?!

Ele segurava meus braços e eu so podia gritar com toda a força por ter perdido meu amigo, ele me abraçou com tanta força que eu não podia me mexer para nada.
Depois de alguns minutos eu tive que me conter para não fazer feio.

-me perdoe...eu, eu me alterei um pouco.
-Kevin eu realmente fiquei assustado com a sua reação.
-não precisa ficar aqui. Quer saber eu preciso ficar um tempo sozinho por favor.
-você tem que ir da seu depoimento dar seu depoimento oficial.
-eu vou lá, por favor me deixe sozinho eu não estou bem.

Ele saiu andando até chegar a porta e partir sem dizer nenhuma palavra se quer. Meu corpo estava tremendo mas eu não estava com frio.
Meu amigo havia morrido e eu nem podia ter o visto pela última vez.
Ah saudade dele ja me consumia, meu único amigo havia morrido o que eu faria agora?
-a culpa é minha! Eu fiz, eu deixei ele morrer! Aaaah a culpa é minha!
Depois de várias horas me culpando e chorando, resolvo sair para esfriar a cabeça um pouco.
Depois de rodar sem rumo por horas, paro em uma cafeteria que eu sempre ia ver a bela moça para poder contar para o...Levi.
Depois de treinar várias vezes a minha entrada crio coragem e entro sem conseguir enxergar por causa das lágrimas. Sentei em uma mesa perto da janela para observar as nuvens de chuva chegando perto.

-qual o seu pedido senhor.- disse a garnete.
-por enquanto nada senhorita.
-o senhor está bem?
-sim, so preciso de um tempo a sós.

Ela saiu. Fiquei por pelo menos meia hora olhando a janela e limpando meu nariz.
Olhei para os lados e a vi. Aquela bela garota de olhos castanhos claros que eu havia me apaixonado sem nunca dar uma palavra sequer.
Lembrei-me imediatamente de Levi me dizendo para falar com ela mas eu nunca tive coragem para falar com ela.

-oi...- eu falei sem pensar duas vezes para a moça.
-oi...quer sentar?

Eu estava tão tremulo que aceitei.

-você está com o nariz vermelho, o que aconteceu?
-eu quero que...que você me escute por favor.
-sim claro! Mas qual é o seu nome?
-Kevin, Kevin Fotter.
-eu sou Jasmine, Jasmine flor.
-seu nome é lindo bela moça.
-você é um fofo.

Ficamos nos olhando até eu corar por completo.

-eu...eu queria dizer que eu sempre fui apaixonado por você, sempre vim para esse mesmo café para poder te ver mesmo sem falar nada. Posso parecer um psicopata maluco mas, eu não sou.- comecei a chorar.- meu amigo morreu e ele sempre me pedia para falar com você. Ele me dava conselhos péssimos ja que nunca viu nenhuma garota hee...ele morreu e eu com a minha tímidez nunca pude dizer a ele que falei com você! Me perdoe por nunca dizer isso pra você eu sou um idiota...

Eu sai correndo de lá, a chuva caia intensamente ao meu redor.
Com a noite eu não podia ver quase nada até as luzes aumentarem e eu senti uma bruta dor.
Eu lembro da água caindo no meu rosto e a dor que eu sentia e me contorcia caindo no chão.
Alguém me atropelou...