Minha Laura - 0.1

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    O vento estava forte, mais do que deveria para um casamento. Ester estava linda, eu estava com ela naquele momento, apesar de amar cada centímetro daquela mulher. Odiava o fato dela se casar com um quase desconhecido, mas infelizmente eu a amava o suficiente para apoia-la naquele momento.

  - Como estou? – Ela pergunta sorridente, era aquele sorriso que acabava comigo. Meu coração acelera, e sinto um leve tremor passeando pelo meu corpo.

  - Sim... Você está linda. – Seu sorriso aumenta, eu fico sem estruturas, aquela mulher poderia acabar comigo com poucas ações.

  Quando a dama de honra chega eu decido ir para o meu lugar na igreja. Sento na frente junto com os meus pais, fico olhando para um determinado ponto a cerimonia toda. Tudo que eu queria era ir embora, mas queria estar com ela naquele momento.

  Apesar, que ela nem veio falar comigo, e olha que a cerimonia acabou faz uns trinta minutos. Eu fico parado em uma mesa olhando para o nada, quando uma completa desconhecida aparece. Ela possuía um cabelo preto e curto, usava a roupa mais original daquele lugar, era um vestido curto com uma mistura de cores. Como um arco-íris.

 - Você é parente da noiva? – Eu tinha desviado o olhar para o chão, mas quando ela apareceu na minha frente e fez uma pergunta, eu o levantei.

  - Não... – Respondo confuso com a pergunta. – Somos amigos. – Esclareço, e ela sorri.

  - Essa festa tá fraquinha, né?

  - É... Até que está meio chatinha. – Respondo colocando a mão na boca, para o som sair mais alto, já que o barulho da musica estava atrapalhando.

  - Topa fazer alguma outra coisa? – Eu fico um pouco sem reação.

  - Mas a gente nem se conhece.

  - Então tá aí uma boa oportunidade de nos conhecermos melhor... – Eu jogo meu cabelo para o lado, ele já estava quase que todo no meu rosto. Abro um sorriso de lado para aquela estranha mulher.

  - Tá... Mas e se eu for um assassino e te mate no final da noite? – Ela gargalha alto, e eu abro outro sorriso de lado.

  - Ufa... Que bom que nunca tive medo de morrer. – Dessa vez quem gargalhou foi eu. E ela jogou o cabelo para o lado. Eu fico a encarando por alguns segundos, pensando em como responder. Então decido me arriscar.

  - Tá... Tá... Vamos sair daqui. – Corro para a saída, acompanhado da jovem misteriosa.

  Nós já estávamos bem longe da festa “chatinha”, por incrível que pareça ainda mantínhamos nossos corpos em movimento. Não paramos por nada, nem por um grito de um cara que carregava uma caixa de fruta que quase caiu quando passamos por ele.

  A garota sem nome tinha uma energia tão boa, eu quase esquecia que ela era uma completa desconhecida. Ela parou com tudo quando chegou em frente a uma pub. E ficou olhando para ela por um longo tempo. Esperando, um sinal, eu acho.

  - Procurando um sinal?

  - Quê?

  - Um sinal para entrar na pub. – Ela abre um sorriso triste, o primeiro daquela noite.

  - Não é bem um sinal o que eu procuro, é coragem. – Ela diz encolhendo os ombros, seus olhos pareciam vazios naquele momento.

  - Coragem?

  - Minha mãe morreu nessa pub. Ataque cardíaco. – Eu arregalo os olhos, eu fiquei sem palavras por alguns segundos.

  - Morreu...? Em qual sentindo?

  - No físico, ela está morta. – Ela responde diretamente, o que me faz ficar mortalmente arrependido.

  - Eu não esperava por isso, me desculpa. Sinto muito.

  - Você não precisa sentir nada, você nem a conhecia. Tá tudo bem. – Eu olho para outro lado, tentando evitar mais constrangimento. – Esse era o lugar preferido dela, eu gosto por causa disso. Queria conseguir entrar.

  - Eu entro. Isso vai te dar coragem. – Ela sorri, e eu também. Corro para a entrada e entro. O lugar era fantástico, possuía uma decoração inusitada e de alguma forma parecia com a mulher que estava lá fora, mesmo não a conhecendo precisava leva-la para dentro.

  - Como foi?                      

  - É demais, você precisa entrar.

  - Preciso? – Concordo.

  - Sim, precisa. – Eu a puxo, tentando levar ela para dentro daquele maravilhoso lugar.

  Quando consigo apenas observo sua reação, ela ficou sem uma. Parecia sem palavras, olhava cada centímetro do lugar. Aquela mulher estava fascinada, seus olhos estavam brilhando com uma excitação extremamente fofa. Um sorriso involuntário surge no meu rosto, ela me encara e então, me abraça.

  - Obrigada, muito obrigada. – Eu apenas balanço a cabeça sutilmente.

  - Percebi que ainda não sei o nome da minha cavaleira salvadora. – Digo para ela em um tom risonho, ela me puxa para o andar de cima, onde achamos uma mesa logo no começo.

  - Laura, sua cavaleira. – Ela diz com uma voz engraçada, e depois se curva de uma maneira desengonçada.

  - Matias, seu bobo da corte. – Dessa vez eu que me curvo, e ela sorri.

A menina que roubava corposOnde histórias criam vida. Descubra agora