Voltei, e irei me vingar - 0.7

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Coloco um boné virado para trás, uso uma calça que estava caindo até o joelho - hoje eu estava usando cueca box -, e uso uma blusa da Oakley com um óculos da marca também. Irei sair com a minha amiga chata. Ela disse que era urgente, e eu como bom amigo que sou. Aceitei.

"Já estou pronto", mando uma mensagem impaciente.

"Eu também, já tô aqui fora", levanto e pego minha carteira.

- Matias...? - Ela diz assim que me vê, tira o me boné. - Meu deus, você tá careca?

- Cai na cilada da Irene, aquela safada. - Eu ainda estava inconformada, aquela louca obsessiva.

- Você é muito trouxa.

- Aonde vamos? - Ela mostra dois ingressos do cinema, eu pego e ela sorri.

- Assistir Psicose, bebê.

- Aquele filme velho, ah, que saco.

- Velho não, antigo. - Reviro os olhos.

- Que diferença faz? - Ela me ignora, e já vai me levando para a sua scooter.

O dia prosseguiu de forma calma e chata, aquele filme era um saco. Não sei como meu namorado gostava. Depois fomos ao shopping, comer um pouquinho, hoje estava com fome - comi dois baldes de batatas fritas, dois lanches e o que a Ester não aguentou. Por fim, um copão de coca -. Agora estamos em um pub, eu bebendo vodca com suco e a inocente bebendo cerveja.

- Por que você quis sair hoje? - Ela olhou para a cerveja no copo, e depois para mim.

- Queria desabafar com meu melhor amigo. - Agora sei porque o Matias estava naquela bad quando eu o conheci. - O Gustavo, acho que ele tá me traindo.

- Sério? - O Gustavo era o maior santo, acho difícil.

- Ele deixou umas coisas no histórico do notebook. - Olho atentamente para ela. - Ele estava procurando uma garota, uma tal de Laura Souza. Pensei que era uma prima, mas ele teria falado. - Gustavo estava me procurando? Depois de todo esse tempo?

- Pode ser mesmo a prima dele, pergunta e depois me diz. - Ela concorda, ficou me encarando por um tempo. - Que foi?

- Você fica bonito sem cabelo... - Eu sorrio, ela também. - É serio, também combina com você. Mas eu sinto falta dos fios loiros, era lindo.

- Ele vai crescer, bebê. - Ela sorri, quando começou toca "sorry not sorry", olho para ela animada. - Gata, é a nossa hora!

Fomos para a pista, cheias de energia, bebi tanta tequila que sentia que ela controlava meu corpo, não eu. Minha cabeça estava toda molhada, e eu toda suada. A Ester estava pior, estávamos rindo tanto, a noite estava perfeita. Fui para o canto, precisava descansar, encostei na parede. Ester ficou de frente pra mim, me olhou de um jeito intenso. Eu estava nervosa, não sei porquê.

- Preciso fazer isso... - Ela me beija, eu fico confusa, mas não a afasto. Sentia meu corpo pulsar. Ela beijava tão bem...

Acordo com o barulho da campainha, levanto apressada, tropeço na canela da Ester. Ela estava na minha cama... Eu estava nu.

Ela também.

Eu estava nu.

Ela também.

Eu estava nu.

A campainha é tocada de novo, coloco um roupão e me apresso para atender. Quando abro a porta me deparo com o Henrique, ele segurava uns jornais. Ele entra sem falar nada.

- Circulei todos os empregos nos... - Ele para de falar quando vê a Ester, fica passando os olhos entre nós. - Não acredito!

- Pai, calma, eu...

- Você é hétero? - Ele parecia magoado de verdade. - Pensei que, pelo fato de não ter namoradinhas você pelo menos seria... Gay... Depois me liga. - Ele diz e saí apressado.

- Ester! Acorda. - Ela se vira, e depois senta na cama, coça os olhos. Ela estava linda... Não, ela não estava... Ela é uma sonsa. - O que aconteceu. - Ela sorri timidamente, e o meu coração acelera... O quê?!

- Você sabe... - Ela coloca o cabelo atrás da orelha, eu me levanto assustada. - Que foi?

- Você é casada, o Matias gosta de você...

- Por que está falando de você mesmo na terceira pessoa?

- Eu sou uma safada...

- Safada? - Ela levanta só de roupa intima, e eu me viro. - Opa... Pronto. - Me viro e ela estava com a minha camiseta.

- Eu era virgem... - Ela ri.

- Você é de tudo, menos virgem... - Sento na beirada da cama com muito ódio no coração.

M A T I A S -

O RETORNO

- Eu disse. - O vermelhinho diz rindo. - Elas iam transar.

- Não é possível, essas safadas. Tô puto. - Digo jogando as cartas no chão.

- Acha que tá na hora? - Ele pergunta e eu nego. - Por quê? Não quer a sua vingança?

- Querer eu quero, mas preciso de mais tempo... - Ele sorri, parecia satisfeito. - Esse jogo já acabou, eu ia ganhar mesmo.

- Convencido... - Ele faz cara de tedio. - Vou ter que liberar três crianças, que merda.

- Pois é, bebê. - Ele ri, tenta me beijar e eu me afasto sorrindo. Ele vai para a sua forma angelical e eu derreto.

- Não aguenta isso, bebê? - Ele me puxa, nossos lábios se juntaram de um jeito quente e apressado. Aquele demônio beijava bem...

Isso mesmo... Eu sou gay.

E irei me vingar.

A menina que roubava corposOnde histórias criam vida. Descubra agora