• Capítulo 23 •

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Ela estava ali, com um homem mais velho que ela um pouco, dois adolescentes... e Fábio. Eu reconheceria ela em qualquer lugar, se estava no Teatro eu não vi. Ela está mais velha, mas ainda sim bonita como eu me lembrava.

Engoli seco e voltei a olhar para Tom assustada.

- O que foi, Ivy? - ele pegou na minha mão. - Você está gelada. - ele sentou ao meu lado. - Você conhece aquela mulher? - ele olhou em sua direção e eu assenti. - Não me diga que ela é...

- Minha mãe? Sim. - digo com a voz embargada. - Meu Deus, como é possível? - lágrimas começam a rolar pelo meu rosto.

- Ei, calma. - ele encostou minha cabeça em seu peito. - Eu estou aqui. Ela não vai te ver.

- Pedido de Ivy Gonzales. - a atende gritou, esquecemos que Tom pediu para colocar meu nome para não causar alvoroço.

- Puta merda. - Tom esbravejou. - Ela tá procurando. - ele sussurrou.

- Eu vou buscar o pedido. - levanto a cabeça e limpos as lágrimas.

- Tem certeza? - ele segurou meu rosto e eu assenti. - Vou com você, podemos comer em casa.

- Tenho que encarar. - digo e ouço a moça chamar de novo.

- Essa é a minha garota. - ele se levantou e eu o segui.

Até o balcão eu escondi meu rosto com a cabeça abaixada e meu cabelo tampando, Tom pediu para a moça preparar pra viagem e ela o fez. Agradecemos e quando nos viramos minha mãe estava bem atrás da gente.

- Com licença. - Tom pediu educadamente.

- Ivy? - ela falou e eu devagar levantei a cabeça. - Sou eu, a mamãe.

- Eu não tenho mãe. - falo rude. - Com licença senhora, eu gostaria de ir pra casa antes que meu lanche esfrie.

- Caramba, vocês são iguais demais. - Fábio estava ao seu lado impressionado.

- Cala a boca, você. - apontei o dedo em sua cara. - Se você soubesse o quanto eu quero te bater agora.

- Por favor, não faça nada com ele, eu mandei ele para ter informações de vocês. - ela se pronunciou novamente.

- Ter informações de mim? Você vai embora, deixa duas filhas e anos depois quer ter informações nossa? Minta melhor, Carolina. - enquanto eu falava eu apontava o dedo em sua cara e andava lhe fazendo andar pra trás. - Ainda manda esse mala, não sabe nem o mal que ele me fez.

- Ei, mais respeito! - Fábio se sente ofendido.

- RESPEITO É O CARALHO. - grito e bato meu pé e sinto Thomas me segurar, e todos olharem pra gente.

- Eu não mandaria meu enteado se não fosse algo sério, queria saber das minhas filhas. - ela disse assustada.

- Ah, quer saber? - cruzo os braços com raiva. - Vamos lá, estou com vinte e sete anos completinhos, arquiteta e estou trabalhando temporariamente em Londres. - ela abre um sorriso. - Gio tem uma filha de sete anos, está casada e fazendo faculdade de administração. - abro um sorriso sacártico. - E papai, está bem feliz, nossa como ele está feliz. E tudo isso sem você em nossas vidas!

- Uau. - ela disse. - Eu já sou avó. E você não tem filhos?

- Desde quando isso aqui virou uma conversa familiar e cívica? Já pode voltar para sua vidinha FÚTIL, de casamentos frustrados que tem que fingir que está tudo bem. Esqueça que eu existo. - digo e sinto meu corpo tremer.

- Me respeite, eu ainda sou sua mãe.

- Você não é, Carolina! Se fosse nunca teria nos deixado, nem por todo dinheiro do mundo. - gesticulei.

- Nem por todo dinheiro? E o que você me diz estando com esse ator ricaço? - Fábio apontou para Tom que me olhou confuso.

- Não fala o que não sabe, seu filho de uma puta. - agarrei a gola de sua camisa.

- Por favor, Ivy. Vamos embora. - Tom disse pegando em meu ombro.

- Vamos mesmo, cansei! Eu-cansei! Por favor, quero que vocês sumam da minha vida. - digo com o rosto queimando em raiva. - Vamos, Thomas.

- Não vai querer conhecer seus irmãos? - ela apontou para os adolescentes na mesa com seu marido.

- Minha única irmã se chama Giovanna, e ela é brasileira. - digo e puxo Tom.

Saio do estabelecimento, e ela segue me encarando mesmo de dentro. Quando Tom dá partida no carro eu dou um cotoco para eles, eu estava me sentindo rebelde.

Mas logo minha rebeldia se tornou raiva, e lágrimas quentes retornaram. Tom não tocou no assunto até chegarmos em seu apartamento, ele pegou nossos lanches e abraçado comigo entramos em sua casa.

- Quer contar sobre o que aconteceu ali? - ele perguntou me sentando no sofá.

- Uma treta de "família". - diz aspas no ar. - Ah, e aquele é o Fábio, ele disse que "estou" com você por causa do seu dinheiro. - dei uma risada sacártica e ele me acompanha.

- Como se você precisasse. - ele colocou uma mão em minha perna. - Se ele estava lá, ele é algo pra ela?

- Enteado, ela mandou ele pra saber informações da minha família.

- Não acredito. - ele riu sem graça. - Vamos esquecer isso? - ele colocou uma mecha de meu cabelo pra trás. - Vem, vamos comer.

Fomos para a cozinha e arrumamos a mesa para o nosso "jantar".

- Me desculpe estragar a nossa noite... infelizmente a gente não espera que sua mãe desaparecida reapareça do nada. - digo e ele me olha com um sorriso.

- Olha, está tudo bem, ok? - ele tinha uma expressão tranquila. - Amanhã eu estou de folga, poderemos ter um dia completo de coisas pra fazer, e ter uma noite digna.

- Eu aceito. - sorrimos juntos. - E nossa, esse sanduíche está perfeito, o do Brasil não chega nem aos pés desse. - ele deu uma risada.

- Já te falei que te acho uma graça quando está bravinha? - ele arqueou uma sombranchelha. - Te ver brigando hoje me deu a certeza de eu nunca querer ir pro fight com você, você me mataria com certeza.

- Nem é pra tanto, eu acho que discuti poucas vezes na minha vida inteirinha.

- Vou fingir que acredito. - ele tomou um pouco de seu refrigerante. - Não sei como cabe tanta raiva nesse corpo, tão pequena, mas tão valente.

- Ai, não fala assim que eu fico me achando. - faço uma pose autoritária e ele ri.

Terminamos de comer e ele me emprestou uma camisa dele, ficou um pouquinho curta, mas confortável. Sua cama era tão macia que eu tenho certeza que eu afundei assim que deitei.

- Essa cama é o céu grego, e com certeza é um deus aqui do meu lado. - digo e Thomas dá uma risada gostosa.

- Qual dos deuses você prefere? - ele perguntou com uma mão apoiando seu rosto enquanto ele me olhava.

- Na verdade eu prefiro os nórdicos, o Thor talvez. - sorri e lhe olhei de canto de olho, e ele fingiu está bravo. - Mas com certeza eu não resistiria à tentação de Loki.

- Acho que ninguém resistiria a ele. - ele dei uma risadinha.

- Ainda mais quando se é o Tom Hiddleston, né? - rimos juntos.

- Isso só você pode dizer. - ele me puxou pela cintura e me colocou em cima dele. - Se resiste ou não. - e me beijou, colocando suas mãos geladas em minha nuca.

- Com certeza, eu não resistiria. - digo assim que nos afastamos e ele riu.

Fiquei mais uns minutos deitada em seu corpo, e depois deitei ao seu lado onde acabamos dormindo de conchinha, como era bom sentir seu corpo quente me aquecendo.

A Rede Social - Tom Hiddleston (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora