Vida perfeita? Depende

86 15 5
                                    

A mesa do café da manhã já estava posta.

Gerard, já devidamente arrumado, com um terno de tons cinzentos e seus cabelos negros devidamente penteado em um topete o deixavam com uma aparência formal, mesmo tendo trinta anos. O Way se sentou logo na cadeira que ficava na ponta da grande mesa e tratou de se servir com uma xícara nde café.

– Bom dia, filho... Dormiu bem esta noite?– A senhora que já estava na outra ponta da mesa o encarava com um olhar preocupado.

– Sim, vovó... Eu só estou meio sonolento por ter acordado cedo demais. Mas estou bem.– Gerard deu um sorrisinho de canto. Logo em seguida uma mulher com um óculos escuros adentra a sala de jantar. Sua expressão era fechada e logo se senta na mesa perto de Helena, sua avó.

– Ai... Quem abriu essa janela toda...–Lindsay colocou uma das mãos sobre o rosto, na tentativa de se proteger da luz do sol que irradiava através da grande janela na sala. Honestamente, odiava sol. Se levantou e fechou as cortinas da janela deixando o ambiente menos iluminando.– Agora sim...

– Bom dia pra você também...– Gerard falou e tomou uma xícara de café.

– Gerard, onde estão as crianças? – Helena indagou.

– Ah... Thomas está arrumando as crianças...

– Ja terminei, aliás...– Thomas entrou com duas crianças na sala e cada uma delas sentou nas cadeiras perto de Gerard.

– Papai... O Thomas não sabe fazer um penteado, olha o que ele fez...– a pequena Lily, de dez anos, apontou para o cabelo, que estava com um laço um pouco torto para a direita.

– ... e nem fazer a gravata direito...– Agora foi a vez de Miles, de oito, de reclamar.

– Venha cá vocês dois, eu vou ajeitar isso pra vocês...– Helena os chamou e as duas crianças foram até ela.

– Thomas... Você desaprendeu a arrumar as crianças, é isto? – Gerard indagou.

– Hum... Acho que sim... Não estou pra muita paciência hoje...– Thomas se serviu do café e tomou um gole, porém fez uma careta.– Uhg... Quem fez este café? Está horrível...

– Não está não. Vai ver deve ser o gosto da nicotina do cigarro que você fumou hoje cedo.– Gerard respondeu baixo, mas com um tom sarcástico.

– Thomas... Você continua com esse hábito?– perguntou Helena, um tanto indignada.

– Não me venha me dar lição de moral, vovó Helena, logo você que vive bebendo mesmo depois de velha...– Respondeu em deboche.

– Thomas... Por favor, agora não... Não na frente delas.– Gerard reprimiu, apontando discretamente com olhar para os filhos.

– Tudo bem, meu filho, já estou acostumada com esse tipo de frases nada agradáveis vindo dele...– Helena suspirou e voltou a sua atenção as crianças, dessa vez, ajudando a dar um nome correto na gravata do pequeno uniforme de Miles.

– Mas que bela família...– Lindsay acrescentou.

– Linz, onde está Adam? Achei que ele iria tomar café com a gente...

– Ele saiu mais cedo... Vai resolver alguns problemas na empresa... E nem me esperou. O café da manhã seguiu silencioso, até que Thomas resolveu quebrar o silêncio.

– Bom... Eu preciso ir...– Thomas tomou o último gole do café.– Gerard, é a sua vez de levar as crianças para a escola, eu vou até a fábrica mais cedo, até mais.– O menor saiu antes que Gerard fizesse qualquer coisa.

– Thomas... Ele sempre faz isso– Gerard bufou impaciente.

                                ***

Gerard estava dirigindo tranquilamente.

Ainda faltava só mais alguns minutos para chegar ao trabalho, mas ainda não estava com pressa. Desde que seu pai morreu há alguns anos, Gerard ficou responsável por administrar uma fábrica têxtil muito renomada em New Jersey desde muito novo. Agora na faixa dos trinta anos, Gerard aparentemente tinha tudo. Uma mansão luxuosa, uma avó que o ajudava nos conselhos, dois filhos que adotara junto com ele. Thomas.

Não demorou muito e deixou as duas crianças dentro da escola. Elas se despediram com um abraço e adentraram o colégio. Logo em seguida voltou ao seu carro, onde continuou dirigindo por mais alguns minutos até chegar na grande fábrica.

                            ***

– Férias... Eu preciso de férias, você não entende?– Thomas estava sentado na poltrona de cor vinho que ficava na mesa do seu escritório particular da fábrica. Pousando os pés sobre a mesa, em uma postura relaxada. Estava conversando com Adam, seu cunhado e marido de Lindsay.– Honestamente essa vida está me matando...

– Você é insaciável mesmo Thomas... E ingrato também. Tens uma vida que muitos matariam para ter.– Adam tomou um gole do whisky que estava guardado em um pequeno armário da sala enquanto conversava com Thomas.– Mas admito que também te entendo... A Lindsay está ficando cada vez mais insuportável...

– Ora... Não diga isso dela... Ela é tão boazinha, e o Gerard, bem... ele é tão  inocente...– Thomas lamentou fazendo um biquinho com os lábios. Não demoraram muito para que ambos caíssem na gargalhada.

– Mas então... Que tipo de férias você quer exatamente...– Adam se aproximou, ficando detrás da poltrona de Thomas– Eu posso tentar te fazer relaxar...– Apoiou suas mãos entre os ombros de Iero, o bode começou a fazer leves massagens, fazendo com que Thomas fechasse os olhos por alguns instantes.

– Obrigado pela ajuda... Mas eu já tenho outros planos... LA por exemplo...– Thomas se levantou rapidamente e passou as mãos em seus cabelos lisos que estavam um pouco grandes, tentando se ajeitar.– E além do mais, eu vou sozinho. Bem, eu preciso trabalhar. Queira o favor de sair da minha sala, por favor? Quanto mais eu terminar esses relatórios da fábrica, mais tempo eu terei para ir embora e me livrar de Gerard, eu não estou afim de ver ele hoje...

– Tudo bem... Mas se você precisar de mais alguma coisa...– Adam se aproximou de Thomas e deu um leve selinho em seus lábios.– Você sabe onde me encontrar...

– Pode deixar que por hoje eu não vou precisar... Amanhã, quem sabe.– Thomas sorriu de forma maliciosa. 

The Usurper (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora