Elizabeth on.
A princípio eu penso que ouvi errado ou alguma coisa parecida. Encaro Klaus esperando ele parar de brincadeira, mas ele nada diz enquanto sustenta um sorriso odioso em seu rosto. Eu não consigo acreditar que essa mulher jogada no chão sujo de uma cela, encolhida e com um olhar perdido seja a mesma mulher forte e corajosa que me criou com tanto amor, eu não posso acreditar... eu não posso por que simplesmente é impossível. Eu tenho certeza que a vi morrer bem na minha frente, enquanto lutava bravamente para me salvar de ser levada pela HIDRA. Meus anos nessa organização imunda, não podem ter sido em vão, meu plano de vingança fracassado não pode ter sido em vão, eu não posso ter passado esse tempo todo planejando uma vingança enquanto poderia estar planejando salva-lá seja lá de onde. Eu não posso ter cometido tantos erros...
- Admito que ela está um pouco diferente desde a última vez que vocês se viram - Klaus encarou o Tablet - Mas isso não é motivo para você se esquecer da mamãe.
Eu nada disse. Encarava o chão sujo da minha cela pensando e repensando no que ele acabou de me falar. Não era verdade, não era... não podia ser.
- Já entendi, está no momento negação. - Sorriu - Pode se enganar o quanto quiser criança, mas não vai mudar o fato de que sua mãe está viva e que você não fez nada para tirá-la de lá.
- Eu não acredito em você. - Sussurrei ainda de cabeça baixa. Eu não podia deixar suas palavras me afetarem, mas mesmo tentando ignorar o que ele disse suas palavras ecoavam na minha cabeça. Eu não fiz nada pra ajuda-lá.
- Não faz mal, eu também não acreditaria em mim. - Ele ergueu meu rosto com suavidade e me encarou enquanto falava - Mas eu sei que você sabe que eu estou falando a verdade, e isso já é o bastante para mim. - Cuspi em seu rosto e por consequência acabei levando um soco bem forte do lado esquerdo da minha cara. Klaus limpou o rosto sujo de cuspi e sangue enquanto me encarava com raiva. - Sua mãe receberá uma visitinha hoje por causa dessa sua rebeldia. Espero que se comporte bem daqui em diante, caso contrario... sua mamãe pode se machucar um pouco - Tentei me soltar das correntes, mas a unica coisa que eu consegui foi me machucar mais. Encarei Klaus e não voltei a abaixar a cabeça, pelo contrario, eu continuei o encarando até ele sair do meu campo de visão atravessando a porta da minha cela.
Assim que fiquei sozinha senti uma lagrima solitária escorrer pelo meu rosto. Sentimentos controversos brincavam com a minha mente e o meu coração, eu estava triste, feliz, com raiva e medo, vários sentimentos ao mesmo tempo brincando comigo de um jeito que jamais senti. Puxei meus braços tentando mais uma vez me libertar das correntes presa ao teto, mas de novo foi uma tentativa em vão. Me ajoelhei no chão frio e sujo e rezei, implorei para que tudo melhorasse, que tudo ficasse bem no final. Eu estava exausta, mas não iria desistir, porque agora eu tinha um motivo pra lutar. Consegui sorri em meio a tanta dor, sorrir de verdade. Não estava sozinha como pensei por muitos anos da minha vida, ela está me esperando... e eu não vou desaponta-lá, não de novo. Tudo que Klaus queria era me deixar mais fraca, mais vulnerável, porém ele não contava que saber que minha mãe está viva só me daria mais força para lutar, lutar por ela
Aos poucos minha ficha começa a cair e eu nunca estive tão feliz por estar errada, minha mãe está viva e eu tenho a chance de salva-lá, não sei como vou fazer isso, mas farei de tudo para tirar ela daquele lugar. Nem que eu tenha que morrer para salva-lá.
[...]
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!! - Gritei o mais alto que pude. Minha cabeça fervia enquanto eu recebia mais uma descarga elétrica. Estava presa á uma cadeira de metal enquanto recebia doses e mais doses de eletricidade direto na minha cabeça. A dor era insuportável e agonizante. Eu me debatia tentando me soltar, mas era inútil, eu estava fraca, mais fraca do que nunca. Eu estava a beira de um colapso nervoso quando a onda de choque finalmente parou.
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SHADOW
ActionA vida de Elizabeth nunca foi fácil; sua jornada difícil começou aos sete anos, quando testemunhou a morte de sua mãe diante de seus olhos. A partir desse trágico episódio, Eliza nunca mais foi a mesma. Ao longo dos 15 anos seguintes, muitos eventos...