Elizabeth on.
- Então...
- Então o que? - Perguntei me fazendo de idiota.
- Conta a sua história, a verdadeira. - Eu sorri, eu não ia dizer nada.
- Não obrigada. - Voltei a olhar pela janela. - Já disse o que tinha que dizer.
- Nós fizemos um trato - Sam voltou a insistir. Revirei os olhos e olhei para ele.
- Não, você disse que ia me dar uma carona e disse que queria a "verdade" - fiz aspas com os dedos - Mas eu já disse o que aconteceu e não vou repetir.
Fez se um silencio dentro do carro e agradeci por isso, eu não queria bater papo e já tinha conseguido o que eu queria, minha preciosa carona.
- Então você não vai mesmo me dizer? - Voltou a questionar - Você não é nenhuma criminosa procurada pela policia não é?
- Não sou - disse. Não era totalmente mentira, a policia nem fazia ideia da minha existência então olhando por esse lado eu não estava mentindo.
- Você não tem cara de assassina mesmo, estava só brincando. Mas que você faz da vida? Trabalha em que?
- Você ainda não percebeu que eu não quero conversar? Então para de encher minha paciência e dirige. - disse perdendo o resto de paciência que me restava.
Sam parecia ser um cara legal, só por isso eu ainda não tinha o expulsado do seu próprio carro e seguido viagem sozinha, mas se ele continuasse o interrogatório eu seria obrigada a fazer isso, pelo bem dele porque eu estressada não era uma boa companhia.
- Você sabe que sou eu quem está te fazendo um favor né? - Disse ele com humor e sorrindo enquanto dirigia. - Poderia te deixar de novo no meio do nada se eu quisesse.
- Isso é uma ameaça? - Virei meu rosto em sua direção.
- Não, não sou esse tipo de pessoa. Fiz um juramento e sigo ele a risca. - Olhei pra ele confusa.
- Então você é um policial? - Deduzi. Isso não era bom, nem um pouco bom.
- Não. Eu era da Aeronáutica.
- E por que saiu? - perguntei me interessando pela história.
- Agora quem quer saber de mais é você. - Sorri da sua resposta que nada mais era do que um troco pela minha ignorância.
E o silencio voltou a reinar no carro como à alguns minutos atrás, só que dessa vez durou mais, o que não me incomodou porque eu queria pensar, raciocinar sobre o que seria de mim daqui em diante. Enquanto o carro andava eu pensava sobre qual seria o meu próximo passo, meu próximo plano. Eu tinha um objetivo...só não sabia como chegar até ele.
Ao longe pude avistar uma pequena cidade, ela parecia pacata e com poucos habitantes pelo fato de não ter muitas casas e poucos comércios, além de ter poucas pessoas andando pelas ruas curtindo os primeiros raios de sol.
- Pode me deixar aqui. - disse olhando Sam.
- Tem certeza? - perguntou confuso olhando ao redor a cidadezinha a nossa volta.
- Tenho. Pode parar naquele posto de gasolina. - Apontei pra um posto que ficava praticamente no final da cidade. Iria ser melhor se eu parasse lá, na loja de conveniência eu podia arranjar algo pra comer e beber e talvez até alguma coisa pra vestir, já estava com nojo de mim mesma com essa roupa grudada no meu corpo.
Sam parou o carro bem do lado do posto de gasolina e eu sai do carro sem dizer nada e ia indo em bora quando ele me chamou.
- Foi bom te conhecer Eliza. Espero que você não se meta em mais encrenca. - Sorriu.
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SHADOW
AçãoA vida de Elizabeth nunca foi fácil; sua jornada difícil começou aos sete anos, quando testemunhou a morte de sua mãe diante de seus olhos. A partir desse trágico episódio, Eliza nunca mais foi a mesma. Ao longo dos 15 anos seguintes, muitos eventos...