Capítulo XXII

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Na manhã seguinte...

Eu estava mais um dia no corredor da faculdade lendo o material que o professor havia passado para estudo. Mesmo focada eu percebo Íris e Milena logo a minha frente, continuo com meus olhos nas páginas em minhas mãos mas com meus ouvidos em sua conversa já que era sobre mim.

_ A Ellen me contou sobre os chupões da Mari ontem _ Íris conta dando uma risadinha 

_ Bem, ela tem um namorado. Idai ? _ Milena pergunta com pouco caso.

_ Você está louca ? _ Íris quase grita _ O namorado dela é o Lucas, o Lucas Vastos.

Elas saem andando sem percebe que eu estava ali, tadinhas acho que precisam de óculos. Continuo ali por alguns poucos minutos até sentir uma aproximação próxima a mim, me fazendo tirar os olhos dos papéis.

_ Mariana, poderia vim até minha sala por favor ? _ O professor diz _ Eu tenho algo urgente para falar com você.

_ Claro _ Afirmo e guardando as coisas em minha bolsa.

Levanto do banco que estava sentada ali no corredor e começo o acompanhar pela escola até chegar em sua sala. Ele se senta sobre sua mesa e aponta para que me sente numa mesa bem de frente para o mesmo, o encaro estranho mas faço o que me pediu.

_ Está tudo bem ? _ Pergunto receosa.

_ Mari, seu pai faleceu _ Ele diz na lata.

_ O QUE ?! _ Grito me levantando _ Do que você está falando ? Isso é um engano né ? _ Faço as perguntas com os olhos cheio de lágrimas já.

_ Nos recebemos a notícia agora pouco _ Ele diz descendo de sua mesa _ Ele foi baleado ontem a noite, os médicos fizeram de tudo mas não conseguiram salvá-lo. Nós achamos que você deveria ser informada rapidamente.

_ Eu nem ... _ Digo sem palavras e me sentando na cadeira novamente _ Não, Não, Não _ Soco a mesa sem acreditar no que tinha acabado de ouvir _ Isso só pode estar errado. Ele está vivo ! Eu sei que está !

_ Eu sei que isso é difícil de ouvir _ Ele diz e coloca sua mão em meus ombros como consolo.

_ Onde ele está agora ? _ Digo levanto meu olhar para o professor.

_ Na casa da sua tia Rita _ Ele diz sereno.

_ Eu... Eu preciso ver com meus próprios olhos _ Digo me levantando bruscamente da cadeira.

Saio correndo daquela sala, precisava ir conferir isso não podia ser verdade nada que o professor tivesse me dito. As lágrimas caiam pelo meu rosto com uma cachoeira, não conseguia controlá-las, os corredores da escola parecia longos.

Chego no estacionamento do colégio e começo a procurar em minha bolsa a chave do meu carro, mas por conta do desespero não encontro e acabo chutando o pneu do meu carro para descontar o que está sentindo.

_ Recebi a notícia, achei que quisesse companhia _ Marcos diz aparecendo em minha frente.

Encaro ele por algum tempo, sua expressão é a mais amigável possível.

_ Mari, sinto muito por isso, quer que eu vá com você ? _ Lucas chega com tudo perto de mim e me abraçando.

_ Lucas, por favor _ Digo retribuindo o abraço e sentindo o mesmo passar as mãos em meus cabelos.

O caminho foi longo, eu só conseguia olhar pela janela e lembrar de tudo que havíamos passados juntos, de tudo que ele havia me ensinado, de todo tempo que havíamos tirado para gente fazer algo divertido e mesmo assim eu achava pouco.

Lucas fazia carinho em minha mão durante o caminho, aquilo me dava até uma certa força para não cair e ficar pior que já estou. Vejo o carro parando em frente a casa da minha tia Rita, respiro fundo e encaro a casa mas logo em seguida o Lucas.

Ele solta minha mão, puxa o freio de mão do carro e desce do mesmo, encosto minha cabeça no banco deixando as lágrimas rolaram de uma vez. O mesmo abre a minha porta estendendo a mão para mim, encaro ele por alguns segundo e a seguro descendo do carro e recebendo um abraço lateral.

Caminhamos até a entrada da casa da minha Tia e ali já havia muita pessoas, minha família era de modo antigo e ainda fazia velórios em casa. Aperto o Lucas mais ainda contra meu corpo e respiro fundo entrando na casa dela onde já dava de frente para sala onde o caixão se encontrava.

Eu apenas fico encarando o corpo sem acreditar ainda, meu pai era a única pessoa que eu tinha, ele foi o único que cuidou de mim, sem ele eu me sentia completamente sozinha. Agarro o pescoço do Lucas e enterro meu rosto e ele não se incomoda por isso, apenas fica ali passando a mão em meus cabelos.

_ Por que eu preciso perder todos que eu amos ? _ Pergunto agarrada a ele ainda.

_ Por favor, não diga isso _ Ele afasta meu rosto me fazendo encara-lo _ Eu estou aqui.

_ Mas você não está aqui porque quer _ Digo me afastando por completo dele _ Você conhece nosso relacionamento tão bem quanto eu.

Ele acena com a cabeça não dizendo nada, mas sua presença ali me confronta mesmo assim. Me aproximo do caixão com uma cadeira e me sento perto do corpo do meu pai pesando a mão pelo seu rosto.

7 dias depois...

Estava sentada bem há frente da igreja, todos que chegavam vinham ainda me desejar pêsames mesmo tento passando 7 dias do ocorrido. Logo Lucas senta ao meu lado puxando minha cabeça para seu ombro, a
missa começa e eu me seguro ao máximo pra não chorar.

_ Meu irmão sempre foi um defensor da paz, logo antes de ser baleado ele me ligou e disse "A guerra mata". E essa foram as ultimas palavras que eu ouvi dele. Ele sabia que todas as guerras tem vítimas, ele sabia disso então ele aceitou o trabalho de preservar as leis, a paz e a ordem. Ele sacrificou sua vida pela paz e eu espero que não tenha sido em vão. _ Minha tia diz e me chama para falar.

Me levanto indo até a mesma, que me abraça e me desmorona em meus ombros. Ela se afasta e eu fico ali de pé enfrente a todos da igreja, encaro todos e eu já tinha dito a todos de modo emotivo o que sentia sobre meu pai, mas nunca como me orgulhava dele.

_ Bom... Meu pai foi uma das pessoas mais corajosas do mundo, ele não tinha medo de arriscar a própria vida em prol da justiça. E ontem ele morreu defendendo a justiça, eu estou orgulhosa dele e lembrarei dele para o resto de minha vida _ Solto um suspiro e olho para minhas mãos _ Eu não estou pronta para dizer isso, mas adeus pai !

Desço do altar da igreja indo me sentar onde eu estava, respiro fundo secando uma lágrima que havia insistido a cair. Grudo no braço do Lucas deitando minha cabeça em seu ombro e ele debruça a sua cabeça sobre a minha ficando assim até o padre terminar de celebrar a missa.

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A queridinha do bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora