Capitulo XXXI

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Na manhã seguinte...

Acordo escutando meu celular notificar uma nova mensagem. Coço meus olhos e apenas estendo minha mão até o criado mudo ao lado da minha cama, não estava nenhum pouco afim de levantar da cama agora, queria apenas xingar quem havia me acordado.

Lucas Vastos.
Oi Mari

Lucas ? Está tudo bem ?

Meu pai foi levado às pressas ao hospital
Ele passou muito mal após tomar a bebida

Como ele está ?

Péssimo, mas eu sei que ele vai conseguir se recuperar
Ele é um homem forte...
De qualquer forma, eu só gostaria de agradecer por ter me alertado sobre o veneno.
Se você não tivesse feito o que fez, eu não teria suspeitado de nada
Eu não teria levado a sério as reclamações do meu pai sobre a bebida.
Eu não consigo imaginar o que teria acontecido se não tivéssemos levado ele as presas ao hospital.
Então... Muito obrigado Mari
Obrigado por salvar a vida do meu pai

Eu só fiz o que qualquer pessoa decente faria
Meu pai foi assassinado e não quero que você nem ninguém passe por isso

Você sabe que o que você fez foi muito corajoso né ?
Você correu risco de passar vergonha na frente de tantas pessoas.

Valeu a pena
Passar vergonha é um preço pequeno para salvar uma vida.

Entendo.
De qualquer forma, fiquei sabendo que você estava me procurando no meu escritório ontem mais cedo.
Então que tal vim me visitar amanhã ?
Nos podemos conversar sobre o que você sabe e eu peço para que meu segurança priorize seu nome em minha lista.

Boa ideia
Passo aí depois da minha aula, por volta de 13hrs
Pode ser ?

Claro.
Vou avisar a Bruna para ajustar minha agenda conforme a sua.
Tá vejo mais tarde então.

Até lá

...

Ir a aula depois do incidente no jantar beneficente de ontem a noite, foi uma péssima ideia. Todo me olham estranho e cochicham sobre mim, não sei aonde enfiar minha cara nesses longos corredores da faculdade. Apenas não vejo a hora de ir embora daqui.

...

_ Mari ? _ Um segurança me para na entrada do escritório do Lucas.

_ Sim ? _ Pergunto curiosa

_ O Senhor Vastos que está te aguardando lá no escritório dele _ O mesmo diz abrindo espaço.

_ Ah ! Está bem, obrigado _ Digo sorrindo

Vou caminhando pelos corredores e observando aquele local toda, eu sentia saudade de vim aqui todos os dias por incrível que pareça. No começo eu não queria nada disso, apenas fazer minha parte e pronto, mas agora, até saudade está me dando.

Bato na porta da sala do Lucas, ele olha em minha direção sentado em sua mesa e desliga seu telefone, se levantando e vindo até minha direção de braços aberto. Entro na sala e encosto a porta indo até seu encontro.

_ Você veio _ Ele diz e me cumprimentando com um beijo na bochecha.

_ Eu não tinha motivo nenhum para não vim _ Digo me sentando

_ Bom... Antes de mais nada _ Ele diz se apoiando na sua mesa e ficando bem a minha frente _ Eu queria te agradecer em nome de toda minha família por ter salvo a vida do meu pai, se você não tivesse nos avisado...

Vejo ele coçar sua cabeça e ficar sem palavras, um sorriso involuntário abre em meus lábios vendo ele assim sem graça e o deixando tão fofo.

_ Seu pai está vivo né ? Isso que importa _ Digo segurando sua mão.

_ Eu sei que o ocorrido foi humilhante para você, e eu sinto muito, mas não posso deixar a mídia saber sobre o envenenamento _ Ele diz fazendo um carinho em minha mão _ Eu tenho que fingir que não sei nada sobre o assunto, para que meu investigador pessoal possa fazer sei trabalho.

Ele diz a última frase soltando minha mão e arrumando seu terno.

_ Eu espero que você entenda, e é claro que nós vamos te recompensar por isso _ Ele continua falando.

_ Nós quem ? _ Pergunto com certa dúvida.

_ A Família Vastos _ Ele diz contornando sua mesa e se sentando nela.

_ Sabe de uma coisa Lucas ? _ Pergunto olhando para minha mão tímida _ Tem horas que eu quero ser mais do que uma parceira de negócios para você. Não me leve a mal, eu realmente aprecio tudo que o que você já me deu, eu nunca poderia ter ganhado aquele carro incrível por exemplo. Mas há algo que nenhum de nós dois pode comprar, a nossa amizade ! Parece que ser sua amiga é algo impossível e eu detesto isso, porque eu sinto que lá no fundo nós somos amigos.

_ Desculpa Mari, talvez eu não tenha nascido para ser um amigo _ Ele diz apoiando seus braços sobre sua mesa _ Mas se o que aconteceu na minha casa foi o suficiente para lhe mostrar o quanto você significa para mim, eu não ligo de repetir isso. Eu posso trazer de volta aquele calor para essa sala fria.

_ Talvez tudo seja mais fácil se mantermos distância _ Digo com uma dor no coração.

_ Eu entendo _ Ele diz meio cabisbaixo _ Bom, acho que já disse tudo que queria.

_ Então nos despedimos mais uma vez ? _ Pergunto brincando com minhas mãos por conta do nervosismo

_ Sim _ Ele diz me encarando _ Eu te acompanho até a saída.

Aceno com a cabeça e encaro o chão mais uma vez, eu queria reacender nossa chama, porém já estava machucada demais para isso, se eu fizesse isso, cutucaria a ferida. Levanto da cadeira e vou caminhando ao lado do Lucas até os elevadores.

_ Te vejo por aí _ Digo assim que meu elevador chega.

_ Eu não sei o que você está tramando, mas tentar matar o próprio pai é golpe baixo até para alguém como você. _ Matheus chega jogando essas palavras na cara do Lucas _ Seu pai é como um pai para mim, porque você tentou matá-lo ? Para apodera-se dos bens dele ? Para fazer ele parar de te pressionar  ? Para satisfazer sua sede de sangue ?

Eu olhava tudo aquilo e sentia nojo do Matheus, por estar falando tudo isso na cara do seu primo que segundo ele era como um irmão para ele. Via o Lucas ali mudo, sem ração nenhuma, ele parecia estar chocado com as acusações do Matheus.

_ Ele não tento matar o próprio pai _ Digo baixo mas acho que deu para eles ouvirem.

A queridinha do bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora