Capitulo XXIII

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Dias depois...

As coisas estavam lentamente voltando ao normal, por mais que eu me sinto vazia por dentro como se algo tivesse faltando, eu preciso seguir minha vida. Estava nesse a exato, fecho a porta do meu armário dando de cara com Milena e Íris.

_ Oi Mari _ Íris me cumprimenta com um abraço

_ Quer ir em uma festa hoje a noite ? _ Milena me pergunta me abraçando de lado e andando junto comigo.

_ Não sei, vou ver minha agenda _ Digo tentando dar uma desculpa _ Mas obrigado por convidar.

_ Eu disse que ela não ia aceitar _ Íris puxa Milena pelo braço.

_ Bom, eu tentei _ Milena me deixa na porta da minha sala e acena com a cabeça.

Vejo elas saindo da minha vista mas logo trocando olhares com o Marcos, que estava vindo da mesma direção que as meninas saíram. Ele me deu um espaço e parou de tentar me conquistar, nesses últimos dias nós só batemos papo furado.

_ Como foi a prova ? _ Ele me pergunta assim que chega mais perto

_ Foi boa _ Digo com um sorriso e abraçada com meu material _ Mas acho que eu errei a número seis.

_ Bom para você, eu errei todas _ Ele diz fingindo estar bravo _ Bom, te vejo por aí.

_ Até _ Digo acenando e entrando na minha sala.

Sento em uma cadeira na parede da sala, fazendo com que eu me escorasse nela. Sinto meu celular vibrar e eu pego o mesmo para ver quem estava mandando mensagem essa hora.

SMS
Matheus Vastos

Nós precisamos conversar.

SMS

Não sei porque, mas eu sentia que essa mensagem tinha haver com a morte do meu pai. Bloqueio meu celular deixando o encima da mesa, olho para frente e fico encarando a lousa, mas tudo que vem na minha mente é o Lucas.

Na primeira vez que meu pai foi baleado parecia haver uma conexão com o Lucas e com a Vastos Corporation. Embora eu deteste desconfiar dele, algo me diz que ele não é o "namorado" fofo que eu encontro todos os dias.

Pego meu celular novamente para responde o Matheus, queria saber muito sobre o que se tratava.

SMS
Oi, o que foi ?

Encontre comigo hoje a tarde.
É muito importante
Vou te enviar o endereço.

SMS

Ele me envia o endereço mas antes que eu pudesse responder, meu professor chega na sala fazendo com que eu guardasse meu celular. Fico pensando se devo realmente encontrar o mesmo, mas acho que é o certo a fazer para tentar entender sobre a morte do meu pai.

Mais tarde...

_ Como você está ? _ Matheus pergunta assim que me vê sentando na mesa.

_ Não muito bem, mas estou me esforçando _ Digo puxando a manga da minha blusa de frio.

_ Bem, não vou mais perder tempo batendo papo mas você precisa tomar cuidado com o Lucas _ Ele diz sério.

_ Você está falando sério ? _ Digo incrédula

_ Eu sinto muito por não ter te alertado antes _ Ele diz estendendo sua mão para segurar a minha _ Eu estive esse tempo todo tentando ficar do lado dele mas depois de tudo que aconteceu com você, eu me senti responsável. Eu não posso ficar em silêncio e ver você pagando o preço para sempre, então estou aqui agora.

_ Eu não entendo _ Digo puxando minha mão e colocando elas no meio das minhas pernas as esquentando _ O que você quer dizer com tomar cuidado ?

_ O Lucas é perigoso e obsessivo _ Ele diz socando de leve a mesa _ Eu sei porque sou próximo a ele desde criança, você não quer se meter com aquele tipo de ciúmes, apenas digamos que não é seguro. E quando o contrato acabar fique bem longe dele, você não sabe o que ele poderia fazer sem um documento legal para te proteger.

_ Eu estou chocada por você usar um golpe tão baixo _ Digo negando com a cabeça _ Mesmo tendo ciúmes dele, você não precisa espalhar mentiras sobre ele. Não seja invejoso Matheus, é patético !

Pago minha bolsa com uma certa raiva do mesmo e me levanto bruscamente da mesa, até sentir as mãos do Matheus me segurando para ficar. Apenas encaro seus olhos e puxo meu braço para que ele solte.

_ Ei, espere um pouco _ Ele diz após me soltar _ Eu revelei isso para te proteger, estou arriscando minha própria vida para te proteger.

_ Me salvar ? Do próprio primo que você supostamente odeia ? _ Digo cruzando meus braços.

_ Eu não ligo se você confia em mim ou não, pelo menos eu tentei _ Ele diz saindo andando mas ainda se vira para terminar de falar _ Se algo inesperado acontecer, eu não vou mais precisar me sentir culpado por não ter te alertado.

Vejo o mesmo deixar o dinheiro da conta com o garçom e sair correndo dali, creio que ele tenha ficado um pouco nervoso por eu não ter acreditado nele. Apenas balanço minha cabeça para afastar as palavras dele e sigo até o escritório do Lucas que era aqui do lado.

Subo de elevador direto para o andar do Lucas, porém as palavras que tinha achado de ouvir rodavam minha cabeça. As grossas portas de metais se abrem me fazendo perceber que eu tinha chegado já, e mais uma vez eu estava vindo a esse escritório de tarde.

Assim como eu costumava a fazer nos nossos primeiros dia com um casal. Quando cheguei até próximo a sala do Lucas, reparo que havia uma pintura baseada na Segunda Guerra Mundial pendurada.

Logo veio as palavras da tia Rita em minha cabeça "Logo antes dele ser baleado, ele me ligou e disse: A guerra mata". Aí meu Deus ?! E se for ele ?! E se o Lucas tiver matado meu pai ?! Começo a sentir minha respiração acelerada e eu apoio na mesa da secretaria que não estava ali no momento.

_ Você está bem ? _ Charlotte pergunta segurando meu ombro, afirmo com a cabeça e ela continua _ Lucas está te esperando na sala dele.

_ Acho que ando meio cansada ultimamente _ Digo me ajeitando encarando ela.

_ Sei como é, eu acho que essas coisas costumam acontecer nos piores momentos _ Ele diz acariciando meu ombro ainda.

_ É _ Afirmo sorrindo amigavelmente.

_ Bem, tente relaxar e logo estará melhor _ Ela diz indo até o bebedouro e voltando com um copo de água para mim.

_ Pode deixar _ Pego o copo de sua mão bebendo ele.

Me despeço dela, jogo o copo no lixo e entro na sala do Lucas, onde o mesmo estava sentado encarando o computador com uma cara que eu não conseguia entender. Assim que ele me ver ele se levantam vindo até mim, o mesmo põem suas mãos em minha cintura e se inclina para me beijar.

Lembro das palavras do Matheus agora pouco, também vem a imagem do quadro que estava ali fora, me deixando desconfortável e desviado do beijo fazendo ele ir direto em minha bochecha.

_ O que foi ?! _ Ele me pergunta sereno e me encarando

A queridinha do bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora