4. Frustração

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Seulgi tranca a porta de entrada após a Joy e Yeri se retirarem de seu apartamento. A surfista não gostava de mentir para suas amigas, entretanto era um mal necessário. A lua já estava presente no céu, então ela vai até o banheiro. Ao chegar no cômodo se depara com Irene no interior da banheira, mas não havia cauda alguma. Seulgi teve o olhar confuso devolvido pela morena.

– Você não deveria ter se transformado? A lua já apareceu.

– Talvez seja questão de tempo?

– É, pode ser. – Seulgi diz antes de entrar em silêncio. Então a castanha encara as pernas da outra.

– Não precisa ficar me olhando assim. – Irene fala um pouco incomodada. – Suas amigas já foram? – A menor questiona.

– Teimaram um pouco em ficar, mas foram embora. – Seulgi conta, apoiando as costas na porta branca do banheiro.

– Por que agiram assim?

– Ah, elas estão curiosas sobre você. – Seulgi começa a brincar com os próprios dedos. – Não as culpo por estarem desconfiadas.

– Eu não quero te colocar contra suas amigas. – Irene diz sincera.

– Não estamos uma contra a outra. – A surfista levanta o olhar para a outra mulher. – Só me sinto mal por estar escondendo coisas delas.

– Você quer contar a elas sobre você sabe... eu ser uma sereia?

– Não! – Seulgi diz um pouco alto demais. – Quer dizer… acho melhor não. – Ela diminui o tom de voz.

– Está bem. – Irene concorda. – Logo resolveremos isso e nós duas estaremos livres. – A morena deseja esperançosa.

Ao ver que a transformação estava demorando a acontecer Seulgi decide comer algo. Ela faz o pedido em um restaurante pelo celular e em seguida avisa para Irene que vai ir buscar a comida. Seulgi pega as chaves de seu carro depois de ter trocado de roupa. A castanha cumprimenta o velho porteiro do apartamento quando alcança o térreo da construção. O caminho até o restaurante é tranquilo e o clima estava agradável.

Os ventos periódicos faziam as árvores da rua balançarem. Seulgi estaciona o automóvel numa vaga. Enquanto caminhava em direção ao restaurante a mulher observa a lua cheia e é inevitável soltar um suspiro casado. Seulgi queria resolver a questão da sereia antes que ficasse de fato louca.

Seulgi volta ao seu apartamento depois de alguns minutos. A castanha deixa as sacolas com comida sobre a bancada da cozinha e segue em direção ao banheiro para checar Irene. A mais velha ainda estava na banheira e a transformação não havia acontecido. A mulher de cabelos negros tinha a cabeça encostada na borda da banheiro enquanto dormia.

– Irene… – Seulgi diz com suavidade na voz e logo assiste a menor abrindo os olhos. – Nada aconteceu.

– Que droga. – O tom de Irene é repleto de frustração. – Qual o sentido disso tudo? – Ela passa as mãos pelo cabelo, estressada por não ter respostas sobre o suposto feitiço.

–Olha, se nada aconteceu até agora acredito que não vai mais acontecer. Pelo menos não hoje. – A surfista se posiciona. – Eu trouxe comida. Toma um banho para retirar esse sal do corpo e come um pouco, ok?

Irene assente depois de um suspiro. A morena só queria entender o suposto feitiço para voltar para seu lugar. Suas memórias eram flashes curtos e confusos, ela lembrava de vozes mas as também havia desordem nas mensagens ditas. Depois de uma ducha Irene veste uma roupa. Ela ainda não se sente muito confortável com tecidos rodeando seu corpo, mas os humanos usavam isso, logo também teria que usar.

H2O, Fases da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora