17. Tão estúpida

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– Vou sair com algumas amigas. – Seulgi diz depois de receber um olhar confuso da mais velha.

– Mas e os quadros? – Irene pergunta devido a ansiedade de horas atrás que a castanha apresentou em terminar as obras.

– A tinta tem que secar de qualquer forma. – Seulgi dá de ombros e saí do apartamento sem dizer mais nada.

– Por que ela está agindo assim? – Irene questiona a si mesma em voz baixa.”

***

Irene acorda depois de uma boa noite de sono, faz a pequena rotina matinal e nada de Seulgi chegar. A morena estava preocupada pela falta de notícia e frustrada pois no dia anterior elas nem conversaram por sequer três míseros minutos. Hoje seria o dia perfeito para falar do tópico que Irene queria discutir há um tempo porque seu turno como salva-vidas seria pela tarde e noite.

Com o passar das horas a preocupação tornou-se raiva. Seulgi não ligou, não mandou mensagem, nada. Agora nem Irene sabia se queria encontrar com a surfista porque nem houve um pingo de consideração. A sereia prepara-se para ir para o trabalho e quando saí do banheiro encontra Seulgi com a maior cara lavada, como se nada estivesse acontecido.

– Eu bebi demais e dormi na casa de uma amiga. – Ela fala sem ter nenhuma resposta de Irene.

A morena termina de preparar sua pequena bolsa para ir para a praia. Seulgi disse que dormiu, mas sua aparência não é a das melhores. Ela estava tão diferente do habitual, aquela aura acolhedora e alegre agora é tão gélida e retraída. Irene não gostou disso pois mexeu com algo dentro de si, uma sensação de angústia sufocante. Talvez esse fosse o “habitual” de Seulgi depois de ter se cansado de fingir que está tudo bem.

– Quer que eu te leve? Também estou indo para a praia. – Irene simplesmente concorda com a cabeça.

A chuva mais pesada havia dado trégua, mas ainda tinha muitas nuvens carregadas no céu indicando precipitação a qualquer momento. Como Jennie falou ontem, a mudança de tempo ocorreu e a temperatura despencou. Antes de entrar no carro Seulgi posiciona sua prancha de surf no teto do mesmo.

– Você vai surfar? – Irene fala pela primeira vez no dia.

– Aham. – Seulgi responde dando partida no automóvel.

– Pode chover a qualquer momento, as ondas estão enormes. Acho melhor você não surfar.

– As ondas estão grandes por causa da chuva. Relaxa, eu sou experiente.

– Seulgi, não é seguro. – Irene alerta de forma séria.

– Obrigada pela preocupação, mas eu sempre me virei muito bem sozinha.

Aquela resposta magoou Irene profundamente. Por que Seulgi estava a atacando daquela forma? Elas estavam bem até acontecer o luau. O estresse de Seulgi pela exposição de artes não a deu direito de ser tão estúpida. E Irene também reparou que a palavra "sozinha" saiu com uma maior ênfase. De fato, Seulgi parecia não apreciar mais sua companhia.

E a viagem continuou com o carro em silêncio. Irene já planejava usar o dinheiro que ganharia como salva-vidas para arranjar um lugar para ela. Bom, se Seulgi quer distância ela vai facilitar o processo. Chegaram ao destino e Irene contornou o carro a caminho do posto de vigia, mas é impedida por Seulgi que estava fora do carro. Os olhos da sereia seguem os de Seulgi que tinha Suho como alvo da encarada.

Aconteceu rápido e de forma bruta quando Irene foi pressionada contra a lataria do automóvel. Logo sente os lábios de Seulgi nos seus num beijo com força e sem nenhum cuidado. Aquela foi a primeira vez que Irene não quis ser beijada pela surfista. Seulgi tenta manter o contato por mais tempo mas é empurrada.

H2O, Fases da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora