Os 3 Enigmas

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A melhor coisa que decidi foi viajar para Cartagena, uma cidade portuária colombiana de clima tropical, caracterizada pelo calor e muito conhecida por suas praias. O dia estava maravilhoso, podia sentir a brisa do mar da sacada onde eu estava e as flores que costumeiramente decoravam a vizinhança deixavam o lugar colorido. Nada mais justo passar minhas férias neste lugar depois de tanto trabalho... Enfim, paz.

O celular tocou, era minha filha.

- Oi, pai! Tudo bem com o senhor?

- Oi, goiabinha, comigo tudo ótimo, e você? Tem feito seu dever de casa?

- Ah, pai, eu já tenho 18 anos, para. – Tentou disfarçar a risada, mas não conseguiu, era muito bom escutar a voz dela seja qual fosse o horário.

- Apesar de você estar na faculdade e ser maior de idade, sempre será minha goiabinha, como está sua mãe?

- Ela está bem, depois que o senhor foi para Colômbia ela só tem falado em viajar também, olha não dá, eu quero ir junto se for assim. – Riu novamente.

- Pode ficar tranquila, quer uma surpresa? Eu já comprei as passagens para vocês duas virem para cá, mas tome conta dela, depois daquele acidente de carro ela não pode andar muito.

- Sério?! Ah que legal, pai, eu vou contar agora mesmo sobre isso! E o senhor também fique tranquilo, vou cuidar dela.

- Assim que se faz. Vou deixar você contar a surpresa para ela, está bem?

- Beleza, estou indo então, tchau!

- Tchau. – Não podia negar que apesar de estar em um lugar maravilhoso sentia falta delas em todo momento, ainda bem que pude comprar logo as passagens.

Saí da sacada e fui para dentro preparar uma xícara de café, aquele clima estava pedindo para ser apreciado lendo um bom livro. Minha cabeça precisava de novos ares, e fiquei pensando sobre o que poderia fazer junto com minha família quando elas chegassem aqui.

O celular tocou novamente, enquanto me enrolava para colocar o café na garrafa atendi a ligação, achei que Eduarda tinha esquecido de falar alguma coisa.

- Oi, filha, pode falar.

- Como tem sido as férias em Cartagena, Senhor Victor? Pensando em seus fracassos como detetive? – Era uma voz pesada e com chiado, provavelmente para dificultar uma possível identificação.

- Quem está falando? – Parei imediatamente de manusear a garrafa de café, um frio na barriga crescia cada vez mais, tentei focar o máximo que dava e prestar atenção em cada detalhe.

- Tente descobrir. Mas peço que não procure ajuda de mais ninguém, este caso é só você e eu, caso contrário, pessoas sofrerão consequências, e você sabe de quem eu falo.

- Diga o que você quer. – Corri para pegar um papel e uma caneta, o nervosismo me fez derrubar todo o estojo no chão, mas consegui me preparar.

- Eu já falei, meu caro, você precisa descobrir quem sou. Darei 3 enigmas para você desvendar e espero que seja capaz de descobrir, senão adeus para elas. O primeiro está por aí, o andar range a resposta então apenas siga em frente.

- Mas... – Antes de completar ele desligou e um silêncio se instalou, porque essa pessoa me ligou? Porque ela quer que eu faça isso? Foi completamente do nada, nem se preocupou em explicar outras coisas, simplesmente falou o que queria. Será que ele já tem minha esposa e filha em cárcere? Perguntas rondavam em minha cabeça e aquilo estava me sufocando, apertando o peito em um incômodo terrível. Mas não podia perder mais tempo precisava agir.

Contos de um escritor em treinamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora