Ghost Of You [TAEKOOK]

intro: shadow

                 Capítulo betado por kiritsu

Intro: Shadow

A princípio, todos os seres humanos aparentam ser bons e inócuos, demonstrando apenas a parte boa de si mesmo, tentando evitar a qualquer custo que seja vista a parte mais obscura da sua persona.

A sua sombra.

É de conhecimento geral que, desde os primórdios, as pessoas se recusam a olhar para si mesmas, a reparar na sombra que habita em suas almas. Há inúmeros casos em que o ser humano reconhece sim essa parte em si mesmo, porém a reprimem, tentando fingir que ela não existe e muitas vezes acabam por projetar nos outros a sombra que veem em si mesmos, para assim não terem que lidar com as próprias trevas. Mas sem reconhecê-las, é quase impossível controlá-las.

De acordo com Carl Jung, — um influente e importante psiquiatra suíço — o arquétipo de sombra se encaixa em duas tipologias: a sombra pessoal, aquela que carregamos sendo as nossas frustrações, egoísmos, negatividades, medos e a outra é a sombra impessoal, aquela que acompanha o genocídio, o assassinato implacável e entre outros. Era exatamente nesse último que se encaixava o assassino por trás dos crimes que perturbavam tanto a cabeça de Kim Taewoo, o detetive encarregado de um dos maiores casos que Daegu já teve.

– Quero meu advogado.

Taewoo observava a cena que acontecia do outro lado da enorme janela de vidro escura, apreensivo, vez ou outra recebendo um olhar curioso de sua amiga e perita, Lee Jiwon, esta que ansiava por alguma reação sua. Ignorando-a, o homem passou a analisar a ficha daquele que estava dentro da sala sendo interrogado, tentando encontrar algo que fizesse sentido em toda aquela situação. Queria que sua pequena teoria estivesse correta, pois se estivesse, muitos passos teriam sido dados ao fim daquele caso horrendo.

Notou que o policial dentro da sala, de repente, se levantou enquanto organizava seus papéis, carregando em seu rosto uma expressão decepcionada. O suspeito transparecia desespero, batucando seus dedos na mesa de forma frenética.

O detetive decidiu, então, que aquela era a sua chance de agir. Adentrou a sala acinzentada, atraindo para si dois pares de olhos curiosos. Aproximou-se do policial, colocando a ficha sob a mesa de madeira e a empurrou com os dedos para a frente do mesmo, este que permaneceu no local tentando entender o raciocínio de seu superior.

— Obrigada, Dakho. Eu assumo daqui.

Sorriu cansado para o amigo policial, que não esperou duas vezes antes de se levantar, cedendo seu lugar para o detetive. 

Sentiu o olhar do suspeito sobre si ao se sentar e sabia exatamente o motivo do mesmo. Abriu a pasta preta, retirando de dentro dela a foto de uma mulher; a vítima. Colocou-a na mesa, de frente para ele, esperando alguma reação. Entretanto, tudo que recebera fora apenas o mesmo olhar amedrontado.