《11》

370 23 13
                                    

Acordo vagarosamente e sinto um peso sobre meu corpo. Olho e vejo que é um braço agarrado ao meu corpo, o braço do Filipi.

— Não precisa me chamar na tentativa de me acordar porque eu não estou dormindo. - Ele diz perto do meu ouvido. — Bom dia.

— Bom dia, Filipi. Dormiu aqui? - Pergunto virando-me para olhá-lo.

— Gosto quando me chama pelo meu nome. E eu passei aqui pra te ver, mas você já estava dormindo. Aproveitei e deitei do seu lado. Algum problema? - Ele parece calmo.

— Nenhum, Alteza. - Balanço a cabeça negativamente.

Levanto-me, mas quando estou de pé ele me puxa e eu acabo caindo na cama. Ele sobe por cima de mim e fica me encarando.

— Alguém te visitou ontem? - Ele pergunta muito próximo.

— Não, alteza. Não que eu tenha visto. - Falei receosa, mas firme.

— Presumo que estejas tendo visita. Mas nada com que se importar, certo? - Ele continua me olhando dentro dos olhos.

— Certo, Alteza. Posso tomar meu banho agora? - Pergunto apontando para o banheiro e ele sai de cima de mim deixando-me seguir.

Depois que tomo meu banho, me visto e me perfumo. Logo vou em direção a cozinha comer alguma coisa. Antes de chegar lá, encontro Filipi e Aurora à mesa na sala de refeições. Laura e Joana arrumando e servindo o café.

— Sente-se, Veronica. - Filipi aponta para a cadeira do seu outro lado.

Apenas sento-me. Logo Laura começa a nos servir e vejo que as torradas são de pão com fermento.

— Não como pão feito com fermento. - Falei olhando para Laura.

— E o você come? Pão feito de vento? - Aurora diz me olhando indignada.

— Não tem problema, Laura. Eu tomo apenas um café forte e depois como uma fruta. - Falei ignorando totalmente a Aurora que ficou irada fazendo Filipi soltar um risinho.

Tomei meu café e voltei para o meu quarto. Tinha um caderno velho no canto de uma mesinha e eu curiosa, o peguei. Estava fechado com umas tiras envoltas nele e assim as desatei. Na primeira folha, escrita com uma caligrafia simples tinha escrito.

"De: Damiana
Para: Laisla"

Passei todas as páginas rapidamente e vi que praticamente metade do diário/caderno estaca preenchido. Voltei para a segunda folha e iniciei minha leitura.

"Cheguei hoje à casa no meu noivo e de presente ganhei este diário da sua e. O lugar aqui é lindo, as árvores parecem mais verdes do que de onde venho e o sol parece ficar nos dando a sua graça por mais tempo no céu. Sinto-me um pouco triste porque a maior parte desse casamento é para cumprir uma dívida que fizeram com meu pai. Mas nunca escondi meu amor por Fipili..."

"Fipili teve/tem noiva?"

Melhor eu continuar lendo porque cada vez que leio, tenho vontade de ler mais.

"...Desde criança nossos pais eram amigos e brincávamos juntos uma tarde inteira. Hoje será o jantar oficial para me apresentar aos pais de Filipi. Dona Damiana mostrou ser um amor de pessoa. eu senti um arrepio vindo do olhar de seu marido. Enfim, eu estou feliz por ser a futura mulher do príncipe mais lindo de Colinia."

Fim da primeira página, encontro-me imprecionada. Então o pai de Filipi assustou a sua noiva assim como me assustou também. De repente a porta abre com força revelando um Filipi furioso.

— Quem te deu permissão de mexer no diário da Laisla? - Ele brada arrancando o diário da minha mão numa velocidade surpreendente.

— Você tem uma noiva, Filipi? E por que precisa de damas? - Perguntei levantando-me a espera de sua resposta.

E o que eu tive de resposta foi um tapa que me jogou ao chão com força. Meu nariz já sangrava.

— Você não é NADA para me fazer perguntas. É apenas uma qualquer que eu escolhi por ter apenas uma coisa diferente, seus cabelos ruivos. - Ele grita cada vez mais alto. — Tirando isso, Veronica, você é só mais uma que eu estou perdendo a paciência. Nunca mais ouse querer me colocar contra a parede... - Ele me suspende por um braço. — Ou você vai se arrepender.

Logo me joga no chão fazendo meu corpo rebater em um estalo. Olho para a porta e vejo a Aurora me dando um tchauzinho cínico.

— Você vai me pagar... Ah, se vai... - Falei entre gemidos de dores.

Levanto-me e vou para o banheiro. Um lado do meu rosto esta inchado e uma marca roxa apareceu nas minhas costas. Tomo um banho chorando pelas dores e pelas humilhações que estou passando. Saio do banheiro e encontro Laura no meu quarto.

— Você está bem, menina? - Ela está com um olhar penoso sobre mim.

— Vou ficar. Cadê o Ravi? - Falo como se não me importasse pelo fato de ter sentido medo dele no início.

— Você deveria estar perguntando pelo seu dono, mas o Ravi saiu hoje bem cedo. Logo ele chega.

— Quando ele chegar, peça para que ele me procure. Preciso falar com ele. - Digo soltando a toalha do meu corpo para me vestir.

— Veronica... - Ela corre e fecha a porta. — Você está louca mostrando sua nudez assim?

— Já vi que ser boazinha aqui não funciona. O jeito é não me importar com nada mais. - Falo subindo o vestido.

— O quê aconteceu, menina. - Ela diz preocupada.

— Não vou ficar chorando pelos cantos o tempo todo quando me machucam. - Virei para ela e abri meu maior sorriso. — Agora eu vou revidar. - Abri os braços para o alto e continuei a sorrir. — E que comecem os jogos!


A ruiva continuará bobinha? Será?
E que comecem os jogos! ❤

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 06, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A mercê da realeza Onde histórias criam vida. Descubra agora