(...)
Quando eu a vi tão fraca e desfalecida com o pulso pingando sangue e com os batimentos tão vagarosos, senti uma culpa tão grande. Meus olhos mudarem de cor obviamente por ter sentido o cheiro de sangue, mas eu não iria me alimentar dela. Ouço-a pedir perdão e logo fraquejar, mas eu a pego nos braços evitando o contado do seu corpo com o chão. Levo-a até sua cama e a deito. Fiquei admirando seu corpo, seu cabelo... Mesmo adormecida, não deixa de ser instigante. Chamei Laura que logo veio me atender.
- Deseja algo, Alteza? - Ela diz me reverenciando.
- Cuide de Veronica. Trate do seu ferimento e alimente-a. Espero que ela esteja bem quando eu voltar.
Saio do quarto com a cabeça fervendo. O que está acontecendo comigo? Eu nunca fui tão compreensivo nem tolerante com nada... No meio dos meus pensamentos acabei dando de frente com meu pai no Jardim. O castelo é dividido em duas torres e raramente eu ia na outra ver meus pais. Só quando tinha muitos compromissos ou evento da realeza.
- Pai? O senhor por aqui? - Pergunto surpreso.
- Estava dando uma olhada no Jardim... Mas afinal, como está as damas? - Ele pergunta interessado.
- Por que pergunta por elas? Nunca tivesse interesse em saber de nenhuma das minhas damas... - Falei ríspido.
- Todas que você escolheu são muito lindas. Em especial a ruivinha... Que ruivinha interessante! - O jeito que ele fala me enoja.
- É verdade... A MINHA ruivinha é extremamente linda mesmo. Agora preciso ir. - Cumprimentei-o e saí da sua presença.
As vezes sinto pena da minha mãe que é obrigada as vezes a ouvir ele elogiar ou dar em cima de outras mulheres. Fui em direção à cadeia da cidade. Eu precisava ver quem era o pai de Veronica. Cheguei alguns minutos depois e logo fui autorizado a vê-lo. Entrei e o avistei deitado no chão ainda dormindo.
- Acorda! - Gritou um soldado que estava ao meu lado fazendo ele levantar de susto.
Dispensei o soldado e fiquei encarando o senhor já inclinado para me reverenciar.
- Você é o pai de Veronica? - Pergunto fazendo minha voz ecoar naquele lugar úmido.
- Sim, Alteza. - Ele respondeu permanecendo inclinado.
- Diga-me seu nome. - Exijo.
- Jeremy Campbell, Alteza. - Ele ergue o olhar pra mim dessa vez. - Ela está bem, Alteza?
- Você não tem o direito de querer saber dela. Você estava incentivando-a a fugir de mim e a quebrar a regra da cidade. - Falei grosso. - O que tens a dizer em sua defesa, Jeremy?
- Prometi a minha esposa que cuidaria de todos os nossos filhos... - Ele estava com muita tristeza. - Meu primeiro filho está servindo ao seu exército, mas está bem. Minha segunda filha foi rejeitada para ser uma dama e cuida da lavanderia da torre do rei... Mas eu sabia que a beleza de Veronica não iria passar batido.
- E então resolveu incitar sua filha a fugir de mim... - Complementei.
- Não queria que ela ficasse sendo usada por vocês da realeza. Ela é uma menina tão pura, tão inocente de tudo... Não a maltrate, Alteza. - Ele implorava nos meus pés.
- Como vou maltrata-lá se ela está morta? - Digo firme.
Eu sabia que se ele permanecesse sabendo da existência dela, iria incentiva-lá a fugir de mim assim que tivesse a oportunidade. E eu quero a Veronica perto de mim... Vejo que ele para no ar tentando assimilar o que ouviu. Lágrimas surgem em seus olhos e ele fica de costas para mim. O que seria ousadia, mas revelei.
- Saia daqui. Me deixe em paz. - Foram suas únicas palavras que ele disse e eu saí.
Eu senti a tristeza que invadiu seu coração. Mas eu fiz o que pra ser feito. Veronica agora é minha, só minha.
Já era por volta das 13hs e eu resolvi voltar para casa. Fui direto ao quarto da Aurora. Encontro ela no banho e deito na sua cama a esperando sair. Quando enfim ela sai, toma um susto com minha presença.
- Te assustei, Aurora? - Pergunto olhando pro seu corpo coberta por uma toalha.
- Não, meu príncipe. Nunca me assustas. - Ela dizia se aproximando de mim.
Era estranho ver o quanto ela era fácil para mim. O quanto tudo que eu tenho e o que sou faz ela se sentir a vontade para fazer o que eu pedir. Ao contrário de...
- Veronica. - Sussurro seu nome alto e só me dei conta depois.
- Por que chamas por ela estando em minha cama? - Aurora diz bastante chateada e com tom de raiva em sua voz.
- E por qual motivo achas que te devo satisfação? - Falei segurando seus braços deixando sua toalha cair.
Ela era uma bela mulher, mas nada tão maravilhoso perto de Veronica. A joguei por cima da cama e fui até a porta abrindo-a, mas antes falei algo.
- Você está de castigo! Só saia daqui quando EU mandar. - Pisquei um olho e sai do quarto.
Fui me aproximando do quarto de Veronica e vi que estava sozinha. Entrei vagarosamente e fiquei observando ela que olhava para o lado oposto à porta.
- Você está melhor, ruivinha? - Falo trazendo seu olhar para mim.
- Estou bem, Alteza. Obrigada. - Ela agradece e sorri.
Eu ia me virando para sair do quarto, mas ela fala algo.
- Alteza? - Ela me chama.
- Quando estivermos à sós, me chame de Filipi. O que desejas?
Ela levanta vagarosamente e vem em minha direção. Para em minha frente deixando seus olhos fixos nos meus.
- Eu... Eu queria... Te agradecer por ter me tirado do castigo. Sei que meu jeito de chamar sua atenção foi perigosa, mas obrigada por ter me ajudado. - Ela sorri singelamente.
Coloco a mão em seu rosto e passo delicadamente o polegar em seus lábios. Ah, como são convidativos.
- Beije-me! - Ela pede em um sussurro.
- Você quer que eu a beije? - Pergunto ainda atônito pelo pedido.
- Se você demora assim é porque não...
Tomo seus lábios rapidamente diante de um pedido tão inesperado. Além de linda, beija extremamente bem. Essa mulher tem que ser minha... Ela vai ser MINHA!
♡
Eita, será que Veronica é tão inocente assim? 😂
Possessividade do Filipi falando alto né?
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A mercê da realeza
VampirosObra autorizada pela autora: LuuhStefane. Colinia é uma cidade pequena, mas com leis incomuns. Uma delas é que toda moça ao completar 17 anos é obrigada a comparecer ao grande baile no Castelo da Realeza onde será avaliada e possivelmente escolhida...