《8》

248 15 0
                                    

(...)

Quando eu a vi tão fraca e desfalecida com o pulso pingando sangue e com os batimentos tão vagarosos, senti uma culpa tão grande. Meus olhos mudarem de cor obviamente por ter sentido o cheiro de sangue, mas eu não iria me alimentar dela. Ouço-a pedir perdão e logo fraquejar, mas eu a pego nos braços evitando o contado do seu corpo com o chão. Levo-a até sua cama e a deito. Fiquei admirando seu corpo, seu cabelo... Mesmo adormecida, não deixa de ser instigante. Chamei Laura que logo veio me atender.

- Deseja algo, Alteza? - Ela diz me reverenciando.

- Cuide de Veronica. Trate do seu ferimento e alimente-a. Espero que ela esteja bem quando eu voltar.

Saio do quarto com a cabeça fervendo. O que está acontecendo comigo? Eu nunca fui tão compreensivo nem tolerante com nada... No meio dos meus pensamentos acabei dando de frente com meu pai no Jardim. O castelo é dividido em duas torres e raramente eu ia na outra ver meus pais. Só quando tinha muitos compromissos ou evento da realeza.

- Pai? O senhor por aqui? - Pergunto surpreso.

- Estava dando uma olhada no Jardim... Mas afinal, como está as damas? - Ele pergunta interessado.

- Por que pergunta por elas? Nunca tivesse interesse em saber de nenhuma das minhas damas... - Falei ríspido.

- Todas que você escolheu são muito lindas. Em especial a ruivinha... Que ruivinha interessante! - O jeito que ele fala me enoja.

- É verdade... A MINHA ruivinha é extremamente linda mesmo. Agora preciso ir. - Cumprimentei-o e saí da sua presença.

As vezes sinto pena da minha mãe que é obrigada as vezes a ouvir ele elogiar ou dar em cima de outras mulheres. Fui em direção à cadeia da cidade. Eu precisava ver quem era o pai de Veronica. Cheguei alguns minutos depois e logo fui autorizado a vê-lo. Entrei e o avistei deitado no chão ainda dormindo.

- Acorda! - Gritou um soldado que estava ao meu lado fazendo ele levantar de susto.

Dispensei o soldado e fiquei encarando o senhor já inclinado para me reverenciar.

- Você é o pai de Veronica? - Pergunto fazendo minha voz ecoar naquele lugar úmido.

- Sim, Alteza. - Ele respondeu permanecendo inclinado.

- Diga-me seu nome. - Exijo.

- Jeremy Campbell, Alteza. - Ele ergue o olhar pra mim dessa vez. - Ela está bem, Alteza?

- Você não tem o direito de querer saber dela. Você estava incentivando-a a fugir de mim e a quebrar a regra da cidade. - Falei grosso. - O que tens a dizer em sua defesa, Jeremy?

- Prometi a minha esposa que cuidaria de todos os nossos filhos... - Ele estava com muita tristeza. - Meu primeiro filho está servindo ao seu exército, mas está bem. Minha segunda filha foi rejeitada para ser uma dama e cuida da lavanderia da torre do rei... Mas eu sabia que a beleza de Veronica não iria passar batido.

- E então resolveu incitar sua filha a fugir de mim... - Complementei.

- Não queria que ela ficasse sendo usada por vocês da realeza. Ela é uma menina tão pura, tão inocente de tudo... Não a maltrate, Alteza. - Ele implorava nos meus pés.

- Como vou maltrata-lá se ela está morta? - Digo firme.

Eu sabia que se ele permanecesse sabendo da existência dela, iria incentiva-lá a fugir de mim assim que tivesse a oportunidade. E eu quero a Veronica perto de mim... Vejo que ele para no ar tentando assimilar o que ouviu. Lágrimas surgem em seus olhos e ele fica de costas para mim. O que seria ousadia, mas revelei.

- Saia daqui. Me deixe em paz. - Foram suas únicas palavras que ele disse e eu saí.

Eu senti a tristeza que invadiu seu coração. Mas eu fiz o que pra ser feito. Veronica agora é minha, só minha.

Já era por volta das 13hs e eu resolvi voltar para casa. Fui direto ao quarto da Aurora. Encontro ela no banho e deito na sua cama a esperando sair. Quando enfim ela sai, toma um susto com minha presença.

- Te assustei, Aurora? - Pergunto olhando pro seu corpo coberta por uma toalha.

- Não, meu príncipe. Nunca me assustas. - Ela dizia se aproximando de mim.

Era estranho ver o quanto ela era fácil para mim. O quanto tudo que eu tenho e o que sou faz ela se sentir a vontade para fazer o que eu pedir. Ao contrário de...

- Veronica. - Sussurro seu nome alto e só me dei conta depois.

- Por que chamas por ela estando em minha cama? - Aurora diz bastante chateada e com tom de raiva em sua voz.

- E por qual motivo achas que te devo satisfação? - Falei segurando seus braços deixando sua toalha cair.

Ela era uma bela mulher, mas nada tão maravilhoso perto de Veronica. A joguei por cima da cama e fui até a porta abrindo-a, mas antes falei algo.

- Você está de castigo! Só saia daqui quando EU mandar. - Pisquei um olho e sai do quarto.

Fui me aproximando do quarto de Veronica e vi que estava sozinha. Entrei vagarosamente e fiquei observando ela que olhava para o lado oposto à porta.

- Você está melhor, ruivinha? - Falo trazendo seu olhar para mim.

- Estou bem, Alteza. Obrigada. - Ela agradece e sorri.

Eu ia me virando para sair do quarto, mas ela fala algo.

- Alteza? - Ela me chama.

- Quando estivermos à sós, me chame de Filipi. O que desejas?

Ela levanta vagarosamente e vem em minha direção. Para em minha frente deixando seus olhos fixos nos meus.

- Eu... Eu queria... Te agradecer por ter me tirado do castigo. Sei que meu jeito de chamar sua atenção foi perigosa, mas obrigada por ter me ajudado. - Ela sorri singelamente.

Coloco a mão em seu rosto e passo delicadamente o polegar em seus lábios. Ah, como são convidativos.

- Beije-me! - Ela pede em um sussurro.

- Você quer que eu a beije? - Pergunto ainda atônito pelo pedido.

- Se você demora assim é porque não...

Tomo seus lábios rapidamente diante de um pedido tão inesperado. Além de linda, beija extremamente bem. Essa mulher tem que ser minha... Ela vai ser MINHA!


Eita, será que Veronica é tão inocente assim? 😂
Possessividade do Filipi falando alto ?

A mercê da realeza Onde histórias criam vida. Descubra agora