III

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- oh, sim, claro. Oi, Charlotte. - Babe falou em um tom confuso.

Charlotte somente acenou com a cabeça e quis dar um passo para trás, mas foi impedida por Henry que apertou sua mão. Ela só queria fugir daquela situação, o clima na Caverna parecia ter se tornado espesso assim que Babe abriu a boca. Todos sentiam a tensão e ela tinha certeza de que se virasse para trás, seus quatro amigos estariam os observando ansiosos para saber até onde iria aquele encontro, e ela definitivamente não estava com paciência para aquilo. E pelo visto nem Henry.

- Será que a gente pode sair um pouco? Tô morrendo de fome e imagino que você também deve estar por conta da viagem.

Babe somente assentiu, um pouco intrigada pelo que Charlotte pôde perceber, talvez fosse pelo tom forçadamente animado que Henry usava. Ela então deu um aceno para o grupo que estava atrás deles e seguiu Henry, que ainda segurava a mão de Charlotte, em direção ao elevador. Os três entraram e por mais que o Hart estivesse se esforçando para aliviar a tensão, Charlotte podia sentir que Babe já havia desistido de qualquer fachada.

Não sabia ainda o porque de não ter desmentido toda aquela farsa não dita, mas não poderia fazer aquilo com Henry, seu amigo estava visivelmente nervoso e sinceramente ela seria uma péssima melhor amiga se fizesse isso.

- Então, vamos para onde? - Babe perguntou, analisando Charlotte de cima a baixo, o que fez a Bolton retribuir o olhar na mesma intensidade.

- Que tal comermos algo naquele lugar ali da esquina? - sugeriu o garoto, querendo encontrar um local com a menor possibilidade existente de encontrarem alguém conhecido.

- Por mim. - Charlotte respondeu indiferente.

- Pode ser. - Babe também não demonstrou muita emoção.

Um silêncio desconfortável caiu novamente sobre eles. Assim que saíram do elevador, depois de uma parada brusca da qual nenhum estava plenamente acostumado, se dirigiram para a loja. Ao passarem pela porta de entrada, o Hart decidiu que estava chegando no limite do desconforto, e Charlotte estava fazendo questão de não falar nada. Uma pequena vingança pelo o que ele a estava fazendo passar.

- Então, Babe, como está a vida?

- Vou assinar um contrato amanhã com a fábrica de doces. Vamos fazer um jogo inspirado na história do dono, uma comemoração pelos 50 anos. - respondeu à Henry, caminhando ao lado dele.

Charlotte continuou a olhar para frente e de vez em quando apertava fortemente a mão do amigo, que abria um falso sorriso para disfarçar.

- Isso é muito legal!

- É sim. - Charlotte não culpava Babe por estranhar a animação exagerada do Hart.

Ele realmente era um péssimo ator. Andaram todo o caminho até a lanchonete da esquina em silêncio, a Bolton não fez muita questão de falar algo e Babe parecia analisa-los como se estivessem em uma experiência científica. Não estava gostando da forma como a garota a encarava. Ao chegarem, quase suspirou aliviada ao notar que local se encontrava consideravelmente vazio, o que deveria ser por conta do horário ou da comida. Não sabia dizer, só que realmente apreciaria um gorduroso hambúrguer com batatas fritas, somente comida para aliviar aquele clima.

Sentaram em uma mesa no canto mais afastado, Charlotte deslizou no sofá para sentar perto da parede e Henry sentou-se ao seu lado enquanto Babe ocupava o espaço à frente deles.

- Então, vocês vão querer o quê? - o garoto indagou, mexendo nos sachês de condimentos que estavam em cima da mesa.

- Eu posso ir fazer os pedidos. - Babe falou, o que fez os outros dois se encararem rapidamente antes de gritarem.

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