Henry sentia seu rosto doer por conta do enorme sorriso falso que lançava à Joss, não queria estar em outra situação desconfortável, mas pelo visto teria que embarcar de novo em uma. Olhou para Charlotte que encarava Joss com uma simpatia que o impressionou, se não conhecesse sua amiga iria acreditar na hora que ela não estava fingindo, mas a forma como ela beliscava sua cintura naquele momento o provava o contrário.
- Oi. Não sabia que você estava namorando.
O tom de Joss o fez se encolher internamente, a menos de dois minutos ele estava devolvendo o claro flerte que se desenrolava entre os dois. O que foi estupidez já que Charlotte estava na mesa ao lado com Babe. Mas era Joss Moss, ele sempre agia como um idiota perto da garota. Mas deveria parar de divagar, ela claramente esperava uma resposta.
- É, estou. Essa é a Charlotte. - começou às apresentações, mas se surpreendeu quando a garota à sua frente tomou o controle da situação.
- Já nos conhecemos. Por acaso não foi você quem roubou os meus presentes? - a pergunta foi feita com um toque de provocação que Charlotte prontamente identificou.
- Não presentes. Não roubei nada no plural. - respondeu sem se deixar abalar.
Joss soltou uma risadinha e jogou o cabelo para o lado, tentando fazer uma pose despreocupada que Charlotte não comprou.
- Mas no singular você definitivamente pegou algo. - afirmou com um sorriso desafiador.
Charlotte empurrou Henry para ficar um pouco atrás dela e levantou a cabeça para encarar a herdeira da máfia nos olhos, detestava ela ser maior alguns centímetros, mas definitivamente não se deixaria ser intimidada.
- Vejo que você não esquece um rosto.
- Quando pegam o que é meu fica bem difícil de esquecer.
Charlotte ergueu as sobrancelhas em surpresa, com toda a certeza ela não estava mais falando da bolsa. Pelo visto quando aceitou ajudar Henry tinha se metido em algo bem mais complicado.
- Bom, para ser seu tinha que ter um compromisso antes e como nunca teve você não tem o direito de reclamar.
- Oh, não lhe falaram que eu saí muitas vezes com o meu presente? Talvez tenha sido você quem não foi comunicada desses eventos.
Ela iria matar Henry. Iria afoga-lo no lago mais próximo por a estar fazendo passar por isso. Mas primeiro teria que dar um jeito em Joss Moss.
- Claro que fui informada, mas talvez tenha sido você que não tinha consciência na época de que algumas saídas não constituem um compromisso sério. - falou, abrindo um sorriso vitorioso quando a outra fechou a cara irritada. Virou-se para Henry e o beijou rapidamente no canto da boca, em um sussurro audível informou. - Vou te esperar na mesa, querido.
Dando as costas para os dois encontrou Babe dando palmas silenciosas para ela. Henry ficou parado no mesmo lugar sem tirar os olhos de Charlotte.
- Então, você está feliz com ela? - Joss perguntou de forma brusca o fazendo se virar rapidamente para ela.
- Por que eu não estaria? - indagou confuso.
- Se estivesse não teria me dado oportunidade. - respondeu o óbvio o fazendo ficar claramente desconfortável.
- Mas e-eu não. Não, eu só. Quer dizer. - Henry realmente não sabia como explicar a situação sem piorar tudo para a Charlotte.
- Não precisa se explicar. Pode-se ver de longe que você não quer estar com ela. - afirmou provocativa, o que o fez rebater em tom sério.
- Eu nunca disse isso.
- E não precisa. - deu de ombros desprocipada, se aproximou mais alguns centímetros e falou em voz baixa - Mas quero que saiba que quando cansar desse teatrinho pode me procurar de novo.
- Não é teatro e eu realmente quero estar com ela. - afirmou, se afastando dela e colocando uma distância segura entre eles.
- Não precisa mentir para mim, Hen.
- Não estou. - deixou claro, ignorando o incômodo que sentiu quando ela o chamou pelo apelido.
- Então é pior do que eu pensava, você está mentindo pra si mesmo. - declarou rindo.
- Olha, Joss. - estava começando a ficar impaciente.
- Não precisa se explicar, vou te dar uma saída. - informou com os olhos brilhando, o que o fez perguntar hesitante.
- Do que você está falando?
- Vou dar uma festa amanhã a noite e adoraria que vocês fossem. Não precisa fazer essa cara, pode levar a adorável da Carano também. - falou, apontando para a garota na mesa e fazendo uma careta ao pronunciar seu sobrenome.
- Eu não sei. - não parecia ser uma boa ideia e ele sabia disso.
- Te vejo lá, Hen. - disse, se inclinando e dando um beijo demorado em sua bochecha antes de dar as costas e sair do local.
- É Henry. - falou tardiamente como se estivesse despertando de um transe.
Se afastou do balcão e voltou para à mesa onde Babe o encarava completamente irritada.
- O que raios foi isso?! Você tem noção de quem ela é?
- É claro que eu tenho. - respondeu, enquanto sentava ao lado de Charlotte.
- Não, obviamente não tem. - rebateu de forma seca - O que ela queria?
- Nos convidar pra uma festa amanhã.
- O que você respondeu? - o silêncio desconfortável dele foi o suficiente. - Que diabos, garoto!
- Eu não sabia o que fazer! - exclamou desperado não vendo quando Charlotte revirou os olhos entediada.
- Pelo menos as festas dela são melhores que ela. - Babe falou, levantando-se da mesa. - Vou no banheiro. Vê se tenta concertar a burrada que você fez. - disse, apontando com a cabeça para Charlotte que claramente queria ir embora.
Assim que foram deixados a sós, Henry se voltou para a amiga que fazia de tudo para não encara-lo.
- Char.
- Não precisa se explicar, Hen. Não temos nada real. - O lembrou de forma brusca.
- Sim, temos. Você é minha melhor amiga e não foi justo eu te colocar nessa situação. - afirmou, a garota se mexeu desconfortável e o empurrou para que ela pudesse sair.
- Vou pedir nossos lanches pra viagem. - avisou assim que ele lhe deu passagem.
- Charlotte. - chamou novamente, segurando em seu pulso e a fazendo mover a mão para que ele a soltasse.
- Está tudo bem, Hart.
A vendo se afastar em direção ao balcão ele sabia que nada estava bem, mas também não sabia por onde começar a consertar tudo.
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Little secret
FanficUm pequeno segredo, uma ex-namorada intrometida, uma festa inesperada e uma conversa reveladora. Charlotte e Henry só precisavam de um tempo a sós em meio à circunstâncias confusas para perceberem que sempre poderiam ser mais.