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— Foi uma semana bem difícil, não é?

— Sim.

— Bem, agora vou cuidar muito bem de você, Minseok. — O menino ainda parecia pouco à vontade. — Eu prometo. Sei fazer uma porção de coisas. Podemos brincar na praia, andar de bicicleta, e talvez andar a cavalo.

A idéia pareceu agradar, e SunHee rezou baixinho, para que ainda se lembrasse de como cavalgar.

— Seu pai tem três cavalos, e não acho que façam muito exercício. Teremos que cuidar deles.

— Viu meu pai?

A esperança na voz do menino fez o coração de SunHee se apertar.

— Sim. Ele é muito simpático.

— Mamãe disse que ele foi ferido.

— Sua mãe tinha razão. Foi sim. Mas agora está bem. — Não pretendia assustar o menino com detalhes assustadores. — Só não gosta que fiquem olhando para ele.

As sobrancelhas de Minseok ergueram-se, como se estivesse tentando entender por que não queria que olhassem para ele, se estava bem. SunHee pretendia adiar o encontro dos dois, até que Minseok estivesse acomodado e à vontade.

— Então, está pronta para ver sua nova casa?

Minseok assentiu, mastigando a ponta do suéter que vestia. SunHee estendeu a mão, tirando-o delicadamente da boca do menino.

— Fale. Não consigo ouvir o que está dentro da sua cabeça.

O garotinho quase sorriu.

— Sim, senhora.

— Vai adorar Minseok. É uma casa muito grande, parece um castelo, tem bastante espaço para brincar.

— Verdade?

— Verdade.

SunHee levantou-se e estendeu a mão. Minseok olhou para Jungkook, suspirou, e então segurou a mão de SunHee, que mal pôde esconder a alegria.

— Não gostaria de vir até a casa? — convidou. — Tomar um café, antes de pegar a outra balsa? — Algumas pessoas já passavam por elas, a caminho do barco.

Jungkook sacudiu a cabeça.

— Acho melhor deixar que se conheçam melhor. Telefono mais tarde.

— Gostaria que fizesse isso — e, baixando a voz, completou: — Já que não há nada de temporário neste trabalho, e sabe bem disso.

— Ele precisa dele, SunHee.

— Eu sei, mas... — Olhando para baixo, viu que o garotinho as observava curioso. SunHee trocou um olhar com Jungkook, indicando que poderiam conversar melhor ao telefone. Jungkook sorriu, e inclinou-se para beijar Minseok.

A criança passou os braços em volta do pescoço de Jungkook, agarrando-se com força por alguns instantes. O coração de SunHee apertou-se. Como devia sentir-se inseguro e amedrontado, sendo Jungkook a única pessoa que conhecia.

Jungkook acariciou as costas do menino, dizendo que a amava muito, e logo viria visitá-la. Minseok soluçou, correndo para SunHee, assim que Jungkook soltou-o. Com um sorriso, SunHee levou a criança até o carro, colocando-a no banco da frente. Depois de acomodar-se atrás do volante ligou o motor.

— Pronto?

Minseok olhou-a com os olhinhos pequenos e assentiu, mordiscando a ponta do suéter. SunHee percebeu o brilho das lágrimas e inclinou-se, abraçando ele e sussurrando:

a bela e a fera ;; kthOnde histórias criam vida. Descubra agora