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Era tarde, a casa estava silenciosa. Minseok estava na cama, e ele imaginava que SunHee estaria no quarto, ou no andar de baixo. Já fazia algum tempo que não ouvia qualquer ruído. O cachorro latiu, e Taeyung apertou-o contra o peito, decidido a levá-lo de volta para o seu filho, antes de sair para a corrida noturna. Mas o cachorro deslizou para cima, lambendo-o no pescoço. Ele estremeceu ansioso pelo contato com outra criatura viva, e enterrou o rosto no pêlo macio, enquanto descia as escadas.

Taehyung entrou silenciosamente no quarto de Minseok, iluminado apenas pela pequena lâmpada num dos cantos. Ele colocou o cachorro na cama e observou-o, enquanto ajeitava o cobertor. A mão do menino imediatamente pousou nas costas do animalzinho.

Ele pensa que você não o quer aqui, dissera SunHee. Desde aquela manhã, ele tentava pensar num modo de fazer o menino entender que era a melhor coisa que acontecera em sua vida.

Que precisava muito dele. Cuidadosamente, sentou-se na beirada da cama, observando-o dormir. Yeontan ergueu a cabeça, lançou-lhe um olhar sonolento e voltou a dormir.

Minseok espreguiçou-se e Taehyung ficou tenso.

Os olhos dele se entreabriram e ele ficou imóvel, o coração disparado. Estava tão escuro que não podia ver mais do que a silhueta dele. Não queria que pensasse que havia algo estranho ali.

— Papai?

Ele ouviu a voz trêmula e rezou para que não estivesse com medo.

— Sim, príncipe?

— Está zangado?

— Não, querido. Por que achou que estaria?

— Nunca vem me ver.

— Estou aqui agora, não estou?

Houve uma pausa, e então ele respondeu:

— Sim, acho que sim.

Taehyung fez o que não deveria. Inclinando-se, tomou-o nos braços. O cachorro protestou, e ele colocou-o sobre o travesseiro. Os braços de Minseok rodearam-lhe o pescoço, e ele aninhou-se. A garganta de Taehyung apertou-se, e ele sussurrou, junto ao ouvido do menino:

— Eu te amo, Minseok. Te amo demais! Estou tão feliz por estar comigo agora...

— De verdade?

— É claro, meu bem. Eu te amo muito. Gostaria de poder ir lá fora, brincar com você, mas é impossível.

— Por quê?

— Porque... Não posso ficar no sol.

— Seus cortes ainda doem papai? Mamãe disse que foram muito fundos.

Taehyung fechou os olhos. Fundos? Eles tinham atingido até sua alma.

— Sim, querido. Às vezes doem muito.

De um modo que ele esperava que ele jamais sentisse.

— Oh! — Minseok suspirou, aninhando o corpo quente e macio contra o peito dele. — Uma vez eu caí e machuquei o joelho. Doeu muito tempo.

Taehyung sentiu a garganta seca. Ele tentava demonstrar que compreendia, e o coração dele apertou-se.

— Eu estava tão sozinho até você chegar, Minseok!

— Eu também, papai. — A mão delicada tocou a cicatriz na garganta dele, sem parecer notá-la. — Eu te amo — sussurrou, bocejando em seguida.

Amor incondicional, dissera SunHee. E perdão? Ele acariciou-o e ninou-o, sem vontade de deixar o presente tão precioso que a vida lhe dera. Os braços dele afrouxaram o aperto, e ele percebeu que adormecera. Afastando o cachorro, delicadamente colocou Minseok na cama. Yeontan ajeitou-se, e os dois bocejaram.

a bela e a fera ;; kthOnde histórias criam vida. Descubra agora