Capítulo 02- Bruno

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Tudo na minha vida andava normalmente, tinha o emprego dos meus sonhos, uma família maravilhosa e bons amigos mas ainda faltava alguma coisa e eu sabia o que era

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Tudo na minha vida andava normalmente, tinha o emprego dos meus sonhos, uma família maravilhosa e bons amigos mas ainda faltava alguma coisa e eu sabia o que era.
Eu trabalhava no hospital da minha família, era clínico geral, gostava do meu trabalho, preenchia quase todo meu tempo com plantões, saia muito pouco, digamos que não sou um cara que sai para baladas e que tenho toda noite uma mulher diferente na minha cama, esse não sou eu, mesmo tendo vários amigos assim isso não me influenciou no que eu era e eles entendem, em meus trinta e dois anos só tive duas namoradas, a primeira durante a universidade, eu gostava dela mas sempre soube que não a amava e então por isso nunca disse as tais três palavras mágicas, a gente ficou um tempo juntos mas no fim terminamos tudo sem nenhuma confusão, ela me entendia e eu sabia também que ela não me amava.
Minha segunda namorada encontrei no meu primeiro ano de trabalho, não foi no hospital dos meus pais, eu queria primeiro trabalhar em um lugar sem ter a influência de ninguém da minha família no meio, eu queria minhas próprias conquistas e queria me sentir útil de verdade, e foi lá que conhece Elle, minha segunda e última namorada, ela era enfermeira e uma ótima pessoa, eu tentei nutrir sentimentos por ela, tentei amar ela, mas no fim eu já tinha entendido que também não seria ela a ouvir que a amava, infelizmente com ela tudo foi um pouco mais difícil, ela não aceitava que não dávamos certo, ela tentou me convencer que eu não precisa amar ela, já que o que ela sentia por mim era o suficiente, mas eu não queria isso pra mim e também não queria isso pra ela, não queria fazer ela sofrer, que eu sei que com o passar do tempo ela ia sofrer porque ela ia querer mais de mim, ia querer que a gente noivasse e casasse e infelizmente isso eu não ia poder fazer, só com a pessoa que eu realmente amasse e foi assim que terminei tudo com ela e desde esse momento descidi que não iria me envolver com ninguém que trabalhasse no mesmo local que eu, passou um tempo e então descidi ir trabalhar no hospital da minha família, várias mulheres por saberem que eu era filho do dono tentaram ter alguma coisa comigo mas eu sempre dispensei, surgiram até rumores de que eu seria gay, o que eu não desmenti, se isso fosse fazer elas largarem do meu pé então deixaria assim mesmo.
Estava na minha sala do consultório, atendo algumas pessoas pelas manhã e pela tarde faço meus plantões na emergência.
Pedro entrou em minha sala, ele é o meu melhor amigo desde a infância e também descidiu ser médico, só que neurologista.
- Como anda o trabalho Bruno?- perguntou ele.
- Até agora tudo está normal, sem problemas, daqui a pouco irei para o plantão e você?
- Tudo ótimo, eu vim aqui pra lhe convidar pra sair hoje a noite, mesmo que no fundo eu saiba que você irá recusar, mas como dizem, a esperança é a última que morre.
- Hoje não é um bom dia, e além do mais eu vou jantar com minha família, prometi a eles, você sabe como acabo não tendo tempo pra nada.
- Tudo bem, diz pra eles que mandei um grande abraço, tenho que voltar pro meu plantão, até.
- Tchau.
Logo após ele sair fui pra urgência, felizmente não havia muitos casos, mas pelo fim da tarde começou a aparecer pacientes e com isso acabei perdendo a noção de tempo, quando vi no relógio faltava pouco para oito, fui pro meu consultório pegar minhas coisas, já estava chegando em meu carro no estacionamento, quando alguém me gritou, eu virei e vi a enfermeira do plantão.
- Dr, temos uma urgência e não temos nenhum clínico geral no plantão ainda, ela está chegando ainda, mas os socorristas já falaram que talvez a situação seja grave, seria possível o senhor vim?
E nesse momento eu pensei, vou ou não, minha família estava me esperando mas o que posso fazer, esse é o meu trabalho, salvar vidas, então corri com a enfermeira para a frente do hospital, já estávamos com uma equipe esperando, quando finalmente chegou, a ambulância parou e de lá eles desceram com uma pessoa na maca, quando enfim eles pararam perto de nós eu a vi. No primeiro instante fiquei paralisado, ela era linda, mesmo com seus machucados podia ver seus lindos olhos verdes, seus cabelos castanhos claros que ainda brilhavam e sua boca da qual estava ferida, mas ainda assim era a boca mais linda que eu já tinha visto, ela era perfeita da cabeça aos pés e meu coração estava quase saindo pela boca, ele pulsava desesperadamente.
Era ela, a mulher que eu sempre esperei, era e sempre será ela, posso dizer que me apaixonei a primeira vista, o quão bobó isso soa? Não sei, mas enfim não me importa.

- Como está a pressão dela? O que aconteceu? Já verificaram se ela está ouvindo?

- A pressão está baixa, foi um acidente de carro, bateram no carro dela e o dela acabou capotando, a pessoa não prestou socorro mas quem estava por perto viu e nos chamou, ela está em estado de pânico, não está ouvindo nada, mas está vendo.
Entramos dentro do hospital e levei ela para um sala, ela estava com várias feridas no corpo mas felizmente não era nada muito sério, acredito por ela está com o cinto ajudou bastante, mas ela não falava nada, eu tentei chamar ela, falar com ela, ela mexia seus olhos que pareciam confusos, chamei e chamei, sua pressão estava caindo e as batidas do coração estavam diminuindo, me desesperei.

- Fique comigo.

Foi a última coisa que eu falei antes dela fechar seus olhos.

Conseguimos normalizar os seus batimentos e sua pressão, mas ainda assim ela continuava dormindo, passei alguns remédios para a enfermeira dar para ela, daqui há pouco volto para ver se ela já acordou, por mais que eu saiba que provavelmente ela só venha a acordar amanhã.
Sai do quarto e fui direto para a recepção, talvez a família dela tenha chegado. Peguei minha prancheta e chamei.

- Familiares de Katty Luise Fontenele Agustin.
Esse sobrenome soava meramente familiar para mim, mas eu não imaginava de onde.
Até que vi um casal correndo desesperados em minha direção com uma adolescente.

- É minha filha doutor, pelo amor de tudo que é mais sagrado, me diga que ela está bem- Disse a sua mãe, que me era familiar.

- Ela sofreu um grave acidente mas felizmente ela estava de cinto o que não trouxe complicações sérias, ela chegou em estado de pânico, sua pressão estava baixa e em um momento seus batimentos estavam caindo mas conseguimos normalizar, no momento ela está no quarto sedada mas está bem, teve alguns ferimentos mais nada grave.

- Muito obrigada Dr?- disse ela

- Bruno, me chamo Bruno.

- Obrigada Dr. Bruno, não sei o que seria da gente sem minha filha, ela é um dos nossos bens mais preciosos- disse a mãe dela.

- Eu vou até o quinto dos infernos encontrar o desgraçado que fez isso com a minha filha, ou não me chamo Otávio Casimiro Fontenele- disse o pai dela, e foi aí que eu lembrei, eles são os melhores amigos dos meus pais, eu sabia que conheciam, mas já não os via a bastante tempo, não sei se é por eu frequentar pouco a casa dos meus pais ou eles não irem com frequência.

- Eu concordo com o senhor, a pessoa que fez isso com ela tem que pagar pelo o que fez.

- Você me é familiar- disse a mãe dela que até então não me lembrava o nome.

- Eu também acho que conheço vocês.

- Me chamo Luise Fontenele Agustin, sou a mãe de Katty.

- Já sei, me lembrei quem é você- disse o senhor Otávio.

- Você é filho do Luiz e da Ana, não é? Os donos do hospital.

- Sim, eu mesmo.

- Nossa, faz tanto tempo que eu não te vejo, me lembro de quando você era criança, não sei se você lembra mas quando você tinha oito anos você brincava muito com Katty.

Eu não podia imaginar, além de conhecer seus pais, eu já a conhecia, era a linda menininha que sempre estava em minha casa e que estudava na mesma escola que eu, tinha um amor de criança por ela, amor, acho que foi aí que tudo começou, eu já senti isso por alguém e nunca encontrei em outra pessoa.

- Eu me lembrei disso agora- disse

- Obrigada mesmo, você salvou a nossa filha, quem sabe quando ela estiver melhor vocês não possam se reencontrar, sair- disse a mãe dela.

- Meu amor, você está constrangendo o garoto- disse o senhor Otávio.

- Ora bolas homem, todo mundo via o que ele sentia por ela quando eles eram pequenos.

Nesse momento fiquei vermelho de vergonha, e o pior que eu não podia desmentir, era a verdade, eu não consigo lembrar o que fez a gente se separar, mas de uma coisa eu tenho certeza, dessa vez eu não vou deixar ela ir.

Série Amores 01- Reencontro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora