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votem, comentem, e digam o que estão achando.

a musica desse cap é Extreme - More Than Words / assim que a frase "- E como foi?" surgir, deem play em Joji - Glimpse Of Us

boa leitura anjos 💕

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Senti as pontas de meus dedos formigarem quando terminei o trago. Minhas mãos tremulavam fracamente por conta da queda de pressão e da fresca brisa que soprava. Me debrucei dobre a balaustrada de madeira maciça da varanda do quinto andar, observando ao longe os raios alaranjados do sol da manhã que nascia, três vezes maior que seu tamanho.

- Você ainda tem esses exames?

Me viro para ela, que estava sentada na cadeira de descanso da varanda. Brunna solta devagar a fumaça do cigarro de palha e sinto de leve o aroma de menta.

- Aqui comigo, não. Estão na minha casa. Mas tenho o arquivo que me mandaram por e-mail.

Ela me encara um tanta surpresa e sorri levemente.

- Posso ver?

- Claro. - Saco o celular da cintura e abro o arquivo que estava fixado na caixa de entrada de meu e-mail e entrego o aparelho a ela.

Brunna lê tudo em silencio, rolando a tela vagarosamente. Assim que termina coloca o celular sobre a mesa e traga novamente o cigarro.

Aquela visão não poderia ser melhor. Queria poder ter minha câmera em mãos nesse momento para registrar isso. Ela ali, sentada com uma perna sob o assento da cadeira e a outra esticada com o pé tocando o chão, usando minha camisa social branca, os cabelos negros soltos e um pouco bagunçados, o rosto limpo sem nenhuma maquiagem, o sol batendo em seus olhos os deixando ligeiramente mais claros e fumando um cigarro sem nenhuma pretensão, somente afim de espairecer a mente. Uma visão dos deuses.

- E o que você fez depois do divórcio?

Suspirei, sem vontade alguma de me lembrar dos meus piores momentos e então me sentei na cadeira a sua frente.

- Eu segui a vida. - Apago o cigarro no cinzeiro a minha frente e me encosto na cadeira. - Ou ao menos tentei...

Flashback On

Três semanas haviam se passado desde meu divorcio e eu não poderia estar pior. Não saia de casa, não atendia ligações, mal levantava do sofá. Só ficava ali, deitada no escuro, olhando o teto, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Meu celular já estava desligado a dias visto que eu não o havia colocado no carregador. Algumas pessoas tentaram vir me ver, pelas vozes atras da porta sabia que uma delas era Daiane e o sindico do condomínio, mas logo dei um jeito de fazê-los sumir. Não queria companhia, não queria conversar, não queria sair. Não queria nada.

Uma das coisas que sempre me tirou do sério é a insistência das pessoas em não respeitarem os desejos das outras. Entendo que se importam, que nos querem bem, mas existe um limite para tudo, até mesmo para a boa vontade. Se alguém diz que só quer que a deixem em paz, eles aceitam e o fazem por dois, três dias no máximo, mas logo se esquecem, como se o pedido tivesse data de validade e voltam a encher o saco novamente. Mas eu sabia que faziam isso para o meu bem, afinal não era nada saudável o que eu estava fazendo. Então decidi parar de sentir pena de mim mesma, levantei do sofá as três da manhã, coloquei meu celular para carregar e comecei uma faxina pesada na casa, passando por todos os cômodos.

Limpei a cozinha com direito a reorganizar os armários e geladeira, jogando fora tudo aquilo que estava estragado e vencido, tirei o lixo e o coloquei pra fora tentando fazer o máximo de silencio possível no corredor. Logo depois fui para a sala, tirando tudo do chão, passando o aspirador de pó e o mop. Logo depois fui para o quarto, separando todas as coisas sujas das limpas, as minhas das dela e por último, o banheiro. Arrumei tudo em seu devido lugar, tirei todas as fotos dos quadros e as juntei guardando em uma caixa nos fundos do guardar roupas. Por fim, tomei um banho relaxante na banheira de hidromassagem como já não tomava a multo tempo, sai vestindo uma roupa confortável, de cabelos limpos e bem agasalhada. Preparei um lanche reforçado, fiz todas as minhas malas e as dela também, comprei uma passagem de avião para Paris peguei meu celular e desci, levando tudo para o meu carro. As oito da manhã parei em frente aos correios, enderecei as malas a casa dos pais dela e assinei os papeis necessários e então entrei no carro e fui em direção ao meu estúdio. Conversei com minha secretária e logo em seguida com a assessora, elas ficaram muito surpresas em me ver. Disse que iria tirar férias e que não sabia ao certo quando iria voltar e então, fui embora.

Por Um Fio - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora