105.

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O Gael tinha vários jogos de tabuleiros e acabamos levando uns quatro para a sala, esperando que meu irmão escolhesse um, já que não conseguimos. 

Acabou que o Isaac escolheu o jogo super rápido, Rummikub , o que nos fez rir, já que ficamos uns cinco minutos pensando antes de decidir levar todo. 

-Você já jogou isso, Isaac? -O Gael perguntou abrindo a caixa do jogo. Meu irmão assentiu. -Caramba! Eu na sua idade não entendia esse jogo.

-Ai meu deus! É tão difícil assim? -Perguntei desesperada.

-Confuso... -O Gael respondeu e terminou de abrir o jogo. 

Ele começou a me explicar o que tinha que fazer e, realmente, confuso...

Fingi que entendi completamente o que ele disse e começamos a jogar. 

Jogamos várias partidas daquilo e eu não ganhei nenhuma, mas, apesar disso, estava achando incrível ter gente para jogar. Não me importava em ganhar, só queria estar ali aproveitando aquele momento com os meninos que eu amo.

-Vamos pedir uma pizza? -A mãe do Gael apareceu na sala, depois de não sei quantas partidas, eles estavam se divertindo tanto que nem quiseram jogar outra coisa, embora tenham perguntado se eu queria. 

-Meu deus! São que horas? -Perguntei desesperada. Primeira vez que venho na casa do Gael e já abuso da hospitalidade! 

-Oito e pouca. -A Sônia respondeu simpática, calma e com um sorriso no rosto. 

-Perdi a hora! Eu e o Isaac já deveríamos ter ido embora. -Soltei minhas peças do jogos e levantei.

-Vai para onde com tanta pressa assim, mocinha? -O Gael levantou em seguida reparando meu desespero.

-Já está tarde, Gael! Não quero incomodar... Vamos, Isaac. -Ele levantou.

-Que isso, Rafaela! -A Sônia falou sorrindo. -Não é incomodo nenhum. Acho que não ouço um sorriso nessa casa há mais de uma semana. É bom saber que meu filho está feliz. Faço questão que fiquem para um pizza, depois chamo um uber para vocês.

-Tem certeza? -Perguntei não convencida. 

-Minha mãe não mente, Rafa. Se ela falou para ficar, quer que fique. -O Gael falou sorrindo e eu cedi, afinal não tinha nada para fazer mesmo. 

-Tudo bem então! -Falei sorrindo e meu irmão gritou um "eba"! 

-Vou pedir. Comem calabresa e quatro queijos? -Eu assenti.

-Prefiro calabresa e frango. -O meu irmão disse o que me fez arregalar os olhos e a Sônia riu.

-As crianças têm sempre razão. -Ela não pareceu ficar chateada com o que meu irmão disse e foi para a cozinha.

-Isaac, ela já está nos oferecendo a pizza, se você come as que ela falou não precisava ter pedido outra. -Vi que o Gael ia falar algo, mas decidiu não dar opinião. 

-Tudo bem, Rafa, não farei mais. 

-Depois eu comprava uma de frango para você... -Ele falou triste e eu lhe dei um abraço. Odiava ter que dar uma de mãe, mas o Isaac precisava que alguém lhe falasse o que era legal ou não de se fazer.

-Eu te amo, pequeno. 

-Também te amo, grande. -Ri da forma que ele me chamou e desfiz o abraço. 

-Chama sua mãe para ver um filme com a gente. -Falei para o Gael e ele assentiu saindo da sala. 

Meu celular vibrou no bolso, indicando uma mensagem.

"Você vai dormir aqui, neeeeeeeee?

"N sei, n quero abusar da hospitalidade da sua mãe."

"Q isso, ela te ama."

"N sei n, Luna..."

"Ah, veeeeem!"

Ela não ia desistir nunca. 

"ok"

Tudo pode mudarOnde histórias criam vida. Descubra agora