Capítulo Dezesseis

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- Acho que é hora de mais uma soneca não é dorminhoco? - Fez cócegas na barriga dele. Ele segurou seu pulso com força e a puxou pra si. - Não é uma boa ideia.
- Porque não? Não gosta de beijar?
- Adoro beijar você, mas a todo instante entra alguém e eu fico vermelha e... - Respondeu rapidamente.
- Calma. - Ele era sempre tão calmo, exceto quando a beijava. Seu beijo tinha urgência, tinha desejo e um gosto que não se poderia descrever. E esse beijo acabara de invadir sua boca trocando todo o medo e insegurança por prazer. - Estou contando os minutos pra sair desse hospital. E a primeira coisa que quero fazer é te levar pro meu quarto - estava ofegante - Você quer ir pro meu quarto?
- Quero- sussurrou.
- Já imaginou o que a gente pode fazer lá? Só você e eu, sem interrupções...
- Já.
- Me conta o que você imaginou? - Fez carinho no rosto dela com a mão.
- Ah, eu não saberia contar.
- Tem que me dizer. Fala, qualquer coisa, eu tô louco pra saber! -Sussurrou mordiscando a orelha dela.
- Eu...
A porta mais uma vez! Outra vez a enfermeira. Enquanto ela aplicava os remédios Isabela sentou na poltrona e fingiu dormir. Ouviu Eduardo chamá-la por duas vezes, mas não respondeu. Ele claramente a desejava tanto quanto e um dos dois precisava ser mais forte, ela escolheu esse papel e manteve-se imóvel até que o sono verdadeiro chegou.

Quando chegava a noite as coisas ficavam mais calmas, principalmente porque Eduardo já não estava fazendo uso de tantas medicações como antes. Isabela arrastou a poltrona pra mais perto da cama.
- Então, agora somos só você e eu mocinha?
- Até que a próxima enfermeira entre. - Brincou Isabela acariciando o braço dele.
- Está com sono?
- Seria meio louco afirmar depois do tanto que dormi hoje! - riu. - Mas, e você? Está?
- Nem um pouco. Deita aqui comigo.
- Não acho que seja uma boa ideia. Posso machucar você...
- Eu estou bem, não se preocupe com isso, só vem. - Insistiu deslizando um pouco pro lado afim de Seder mais espaço pra ela.
- Tá bom.
Antes que repousasse completamente seu corpo na cama, Eduardo a envolveu com um braço, ergueu a cabeça de encontro a ela e a beijou. Isabela virou-se de frente pra ele e continuaram num longo beijo. Quanto mais a beijava, mais excitado ficava e não resistiu em apertá-la contra seu corpo de forma sensual a fazendo notar seus desejos obscuros.
- Você parecia ser mais ajuizado quando eu te conheci!
- E você parecia ser mais audaciosa! - Devolveu. O brilho nos seus olhos indicava o quanto ele estava se divertindo.
- O que quer dizer com isso? Quer transar comigo aqui nessa cama de hospital?
- Eu quero.
Isabela pulou da cama furiosa. Não era possível que ouvira aquilo.
- Ei! Calma Isa. Eu disse que queria, mas não significa que eu vá fazer.
- Então porque disse que quer?
- Porque eu quero, e quero muito você, mas sei do meu estado de saúde e muito mais que isso. Sei que você merece algo especial na nossa primeira vez e estou determinado a te dar isso.
Ela não respondeu. Estava emburrada do outro lado do quarto.
- Eu só estava brincando. Eu juro.
- Então é isso que sou pra você? Um brinquedo?
- Me perdoa. Eu fui um idiota com você.
Ela sacou que ele acabara de se dar conta da inexperiência dela e sentiu mais vergonha ainda.
- Olha, foi uma péssima ideia eu passar a noite aqui. - Virou de costas pra ele.
- Por favor, não diz isso. Eu vou consertar isso. Me desculpe. Isa? Vem até aqui.
Ela se limitou a não responder.
- Isa?
Eduardo sentou-se na cama e lentamente conseguiu por os pés no chão, o passo seguinte foi colocar-me de pé.
- Meu Deus! O que faz de pé? - Ela correu de encontro a ele. O abraçou como se quisesse tomar o peso dele sobre ela. - Volte já pra cama!
Ele apertou ainda mais o abraço firmando ela do modo como ela tentara firmá-lo.
- Me desculpe Isa.
- Ouh! Seu idiota. Ainda não se deu conta de que eu te amo? Anh?
- Eu não vou errar com você de novo...
- Vai sim! E sabe porque?
- Porque?
- Porque a gente vai viver o resto dos nossos dias juntos e não tem como ser perfeito por tanto tempo. - O beijou. - Ah! E só pra constar, você não errou comigo, eu só... Sou muito imatura...
- Você é uma mocinha perfeita! E a partir de agora, faremos tudo no seu tempo, tá bom?
- Tá! Agora deita aí de novo e para de ficar fazendo esforço.
- Deita comigo.
- Já vai começar de novo?
- Não. Eu juro que dessa vez vou me comportar.
- Ok então.
Deitou-se e Eduardo a ajudou a se cobrir. Já estava bem frio.
- Você tá confortável?
- Tô sim. E você?
- Melhor impossível!
- Engraçadinho.
- Eu falo sério. Senti tanto sua falta as outras noites.
- A gente acabou de se conhecer e já me faço tão indispensável assim é?
- Pois é. Eu já me peguei fazendo esse mesmo questionamento. Como isso pode ser?
- Sabe, você poderia ter sido esse cara quando te conheci, as coisas poderiam ter sido diferentes.
- Como eu poderia ter sido? Você já chegou me acusando de pregar peça em você.
- Ah não! Por favor, não me lembra disso nunca mais. - Isabela cobriu o rosto com as duas mãos.
- Tá. Mas me fala, o que pensou quando me viu?
- Que era a coisa mais linda que já vi na vida! - Contou revivendo o momento na sua memória.
- Confesso que fiquei muito curioso pela sua chegada. Mas nunca imaginei que você tomaria logo meu coração sua danadinha! E meus pensamentos!
- Será que é amor Eduardo?
- Não pense nisso, apenas sinta. O que tiver de ser será
- Eu tenho medo de sofrer, sabe. As pessoas dizem que quem ama sofre .
- E quem não ama também! E pelo amor, vale todo sacrifício.

Teu Amor Me GuiaOnde histórias criam vida. Descubra agora