Capítulo Treze

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- Então, agora acho que já deu tempo suficiente da enfermeira terminar o curativo, não acha Rafael? - Indagou dona Luzia levantando-se. Gabriele e Rafael seguiram o gesto. - Você não vem Isabela? - Perguntou ao perceber que Isabela não os acompanhava. Rafael fez um gesto afirmativo discreto com a cabeça.

-Claro vovó. - Respondeu e a seguiu imediatamente. Em instantes estavam os quatro no quarto de Eduardo. Todos finalmente viram a expressão de dona Luzia aliviar-se. Era muito carinhosa com o neto e fez sua neta lembrar-se do abraço de cedo, sua avó tinha razão, Orlando havia roubado das duas o direito de se curtirem, de serem intimas, de se amarem como uma avó ama uma neta e vice-versa. Como Eduardo a amava como a uma mãe. Isabela perdera isso.

Gabriele começou uma ceninha de choro. Até o momento Isabela não vira rastros de choro naquele rosto magro de modelo. Sentou-se ao lado do namorado segurando sua mão sadia. Eduardo parecia desconfortável, sabia que Isabela estava na sala e certamente não estava gostando daquilo.

- Meu filho, que ideia foi essa de montar e sair por ai num cavalo?! - Dona Luzia começou a brigar. - Isso poderia custar sua vida!

- Vovó, eu amo cavalgar, é a melhor coisa que já fiz. - Defendeu-se Eduardo.

- Não diga isso outra vez. Está proibido de repetir essa loucura! - Repreendeu severamente.

- Perdão vovó, mas está sendo radical, isso pode acontecer com todo mundo, foi um acidente natural. Lembra que ano passado foi com o Mateus, e já aconteceu com o Rafael também. - Lembrou.

- Então, você tem mesmo coragem de montar novamente? - Perguntou Rafael.

- Com toda a certeza. - Respondeu Eduardo.

- Desde quando você faz isso meu bem? Eu nem sabia que você cavalgava. - Perguntou Gabriele tentando entrar na conversa.

Logo todos precisariam sair, e só o acompanhante ficaria, Eduardo precisava descansar. Como Isabela poderia explicar que queria ficar? Como diria que seria a melhor companhia para ele? Não poderia, nem sua avó, muito menos Gabriele entenderiam. No momento as duas estavam concentradas em seu primo. Olhou para Rafael num breve gesto significativo, então escorregou-se para debaixo da cama, Rafael nem podia acreditar naquela maluquice em que acaba de se meter, teria que mentir mais uma vez. Mas era por uma boa causa. Eduardo havia contado a ele como aquela menina tão complicadinha estava perturbando seu coração e do quanto ela fazia falta.

- Com licença! - Era a enfermeira. - Infelizmente vou pedir que se despeçam do rapaz, ele precisa descansar um pouco. - Pediu.

- É verdade, já vamos. - Respondeu dona Luzia. - Rafael você pode ficar como acompanhante? Acabei de lembrar que estou no meio de uma reunião e deixei o rapaz sem sequer pedir licença. - Lembrou-se.

- Claro que fico dona Luzia. Com prazer.

Tanto Rafael quanto Isabela sentiram um grande alivio pela decisão de dona Luzia. Temiam que ela insistisse em ficar. Rafael levou as três mulheres até a porta.

- Onde está a Isabela? - Perguntou dona Luzia olhando para trás.

- Ela não se sentia bem logo que entramos, então pediu para avisar que estava indo para casa. - Respondeu Rafael. Clara só então percebeu a ausência da garota.

- Está bem. - Respondeu a anciã. - Vamos.

Rafael ligou imediatamente para o motorista e pediu que este dissesse que acabou de levar Isabela em casa pois queixava não se sentir bem. O rapaz questionou, mas Rafael prometeu que se tratava de uma causa nobre. Rafael era um homem de palavra, então convenceu o motorista.

Teu Amor Me GuiaOnde histórias criam vida. Descubra agora