Capítulo Dezessete

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Ao descer na porta de casa, foram recebidos por Clara que pareceu tanto assustada quanto surpresa com a chegada deles. O motorista voltou imediatamente.
- Bem vindos de volta! Fico muito feliz que esteja bem Eduardo. - o Abraçou. - Mas poderia ter ligado pro Rafa buscar vocês! Ele vai ficar desapontado!
- Na verdade eu pedi que ele fosse, mas parecia que estava de acordo com a vovó, não queriam que eu voltasse por nada.
- Imagina! - Clara tentando não parecer nervosa. - Só estamos pensando no melhor pra você.
- Está tudo bem Clara. - Isabela tentou acalmá-la massageando seu ombro por uns instantes. - Agora  preciso subir minhas coisas.
- Eu ajudo você!
- Obrigada.
Aceitou dividindo os volumes.
- Onde está o Rafael? - perguntou Eduardo.
- Está pelo campo, nem sei se vem pro café da manhã.
- Muito trabalho?
- Conhece seu amigo. Sempre muito dedicado.
- Realmente. Tenho sorte.
Isabela notou dois carros estranhos na garagem, mas não deu tanta importância. Poderia ser um vizinho ou representante de suprimentos, qualquer coisa que não era da sua conta. Subiram.
Rafael realmente não compareceu pra tomar café.
- Quer caminhar um pouquinho?
Isabela convidou Eduardo logo que saíram da mesa.
- Seria ótimo!
- Nem pensar! Precisa repousar. - Interferiu Clara. - Deus sabe o que pode acontecer de ultrapassar os limites.
- Não se preocupe tanto Clara. Prometo que só vamos até o jardim e voltamos pro quarto.
Garantiu Isabela.
- Vou estar de olho em vocês dois!
Isabela a abraçou.
- Obrigada por tudo!
Clara apenas sorriu. Eduardo manejava seu bastão com uma mão e segurava a de Isabela com a outra.
- Não precisa de bastão pra andar comigo.
- Não abro mão da minha independência.
- Tudo bem!
Beijou o instantanea e inesperadamente. Ele não se contentou com o beijo rápido e a puxou novamente num beijo mais demorado.
- Minha boca nunca cansa dos seus lábios macios e seu sabor irresistível.
- Cada instante que passamos juntos só quero mais e mais estar com você. Eu já não consigo imaginar um só momento da minha vida em que você não esteja presente Eduardo.
- Que bom que concordamos.
A beijou novamente.
Conforme prometeram a Clara, voltaram logo pra casa.
- Agora vai descansar um pouquinho tá?
- Você não vem comigo?
- Você pode me esperar lá? Quero tomar um banho antes, tá muito calor hoje.
- Claro! Como você quiser. Até logo.
Despediu-se com um beijo. Isabela abriu a porta do seu quarto e entrou com o coração na mão. Como seria? O que ela deveria fazer?
Caminhou até a janela. Adorava a vista do Jardim com a piscina no meio. Observando pela janela avistou uns seis homens acompanhando Rafael que gesticulava para todos os lados. De alguma forma aquilo deixou Isabela intrigada. Seriam os donos dos carros que estavam na garagem? Quis descer. Não! E se fossem parentes dele? E se não fossem? Combateu consigo mesma por longos cinco minutos e eles já chegavam ao jardim. Decidiu!
Em menos de um minuto já estava do lado de fora. Foi em direção ao jardim, mas parou e se escondeu atrás Duma árvore quando viu Clara vindo na direção deles pelos fundos da casa. Escutou quando ela chamou seu marido. Ele foi ao encontro dela há uns 20 metros de distância do grupo.
Isabela aproveitou o momento e chegou até os homens estranhos.
- Olá, bom dia!
- Bom dia!
Responderam de volta.
- Percebi que estão conhecendo a fazenda. O que estão achando?
- É uma fazenda ótima. - Respondeu um deles
- Desculpa a curiosidade, mas o que os trouxe aqui? São representantes de algum produto?
- Perdão, você é?
- Só uma hóspede curiosa. Não quis ultrapassar os limites. Desculpe.
- Não foi nada. Não temos o que esconder. Não viemos aqui para vender, mas comprar.
- Gado?
Nesse momento Isabela olhou pelo canto do olho na direção de Rafael no exato momento em que ele notou sua presença. Ele veio a passos largos de volta pro grupo.
- A fazenda!
O instinto de Isabela mandou que ela corresse, e não teimou.
Subiu a plenos pulmões até o quarto de Eduardo. Abriu a porta com tudo.
- Oi!
- O que houve? Você está bem?
- Porque não me contou que está vendendo a fazenda?!
- Porque não estou. De onde tirou isso?
Com a ajuda do bastão caminhou até ela. Segurou sua mão.
- Acabei de falar com uns homens lá embaixo, disseram que estão comprando sua fazenda.
- Você entendeu mal Isabela!
Era Rafael que acabara de chegar ao quarto. A porta estava aberta.
- Rafael! - Ela exclamou assustada.
- Eduardo meu amigo! Já está de volta? Como convenceu sua avó? - Brincou.
- Quem está aqui na fazenda?
Eduardo foi direto.
- São compradores de gado.
- E porque correu atrás da Isabela até aqui?
Isabela permanecia imóvel. Uma luz vermelha piscava no seu cérebro.
- Não dá pra mentir pra você irmão.
- E porque mentiria?
Eduardo permanecia segurando a mão de Isabela, agora mais forte que antes.
Rafael virou-se e trancou a porta com violência. Em seguida sacou uma arma e apontou pros dois.
- Ajoelhem agora.
- O que significa isso Rafael?
- Vem. Escuta ele.
Isabela o puxou pro chão. Rafael vasculhou uma gaveta e encontrou um rolo de fita com o qual prendeu os braços de Eduardo pra trás, em seguida juntou os braços dela e prendeu seus pulsos de modo que ficaram de costas e entrelaçados.
- Então está mesmo vendendo minha fazenda.
- Lembra da procuração que me deu? - falou com desdém. - Plenos poderes. - Você não precisaria passar por isso. Em no máximo mais um dia fecho a venda e se tivesse ficado na cidade estaria a salvo. Agora preciso pensar no que vou fazer com vocês quando isso tudo acabar.
- Você não faria isso! Ele é seu amigo!
Isabela estava em choque.
- Já ouviu a expressão, amigos, amigos, negócios a parte?
- Não pode estar falando sério.
Rafael colou fita na boca dos dois e pra completar os prendeu ainda mais os envolvendo com fita pela cintura. E também prendeu seus pés.
- Nunca falei tão sério irmão. Não pensou que eu iria passar a vida inteira sendo sua baba não é?  E só pra constar, esse sempre foi o meu plano, só estava esperando a hora certa em que você confiaria em mim plenamente pra cuidar da sua adorável fazenda. A conversa tá boa, mas preciso ir. Estou no meio de uma negociação importante. Ah! Não se atrevam a fazer qualquer tipo de barulho, ou estouro seus miolos.
Saiu e Eduardo pode ouvir a porta sendo trancada por fora.
Agradeceu por estar de costas pra Isabela,  assim ela não pode ver as lágrimas correndo pelo rosto dele,mas de alguma forma ela sentia essas lágrimas. Acabara de ser traído pelo seu melhor amigo, seu irmão!
Quem poderia imaginar. Queria poder falar com ele, dizer qualquer coisa que aliviasse a dor dele. Tentou inúmeras formas de se livrar da fita. Era impossível. Seria esse o trágico fim destinado a eles? Não! Não se contentaria com esse fim. Viveria uma vida longa ao lado dele. Sim,deveria se concentrar nisso e acreditar que de alguma forma tudo acabaria bem no final. Inclinou sua cabeça para trás repousando levemente no ombro dele. Ele fez o mesmo. Seus rostos se tocaram levemente, o rosto dele estava úmido.
Vai ficar tudo bem
Vai ficar tudo bem
Vai ficar tudo bem
Isabela pronunciava mentalmente como se desejasse alcançar o coração dele com esse mantra.
Um tempo depois percebeu a respiração dele normalizar. Estava mais calmo.
Será que ele ouviu a voz do meu coração?
As horas pareciam não passar. Desejou nunca ter dado ousadia pra sua curiosidade, Eduardo não estaria em perigo agora. Se tivesse entrado com ele desde o início no quarto, agora estaria unidos de outra forma, com certeza menos dolorosa.
A fita estava muito apertada e Isabela se perguntava se aquilo não causaria danos aos ferimentos de Eduardo.
Viu a noite chegar através da janela. O quarto logo escureceu. Ela já sentia fome, sua última refeição foi no café da manhã. Eduardo estava muito quieto. Não era um evento pequeno pra ser processado tão rapidamente. Então ouviram a porta sendo destrancada. Rafael entrou trazendo água e comida.
- Jantar no quarto, não é romântico?
Retirou a fita da boca de Eduardo pra o alimentar, mas ele recusou. Não pronunciou palavra alguma.
- Você que sabe se quer morrer de fome ou desidratação. Sua vez mocinha.
Lacrou de volta a boca de Eduardo e liberou a de Isabela. Ela pensou em recusar, mas lembrou que precisaria de forças, caso tivesse uma chance de escapar e de boas ideias. estômago vazio não ajudaria. Assim como Eduardo não disse palavra alguma, apenas comeu e bebeu o quanto pode.
- Estou impressionado. São os melhores prisioneiros das história.
Desdenhou e saiu trancando a porta novamente .
O sono embora tarde, acabou chegando pra ambos. Isabela se esforçou pra se encostar na lateral da cama, Eduardo reconheceu seu esforço e colaborou. Dormiram quando já passava das duas da madrugada.
Pela luz que vinha da janela, era ainda muito cedo quando foram despertados pelo som da porta sendo destrancada. Era Rafael novamente com água e pão.
- Bom dia pombinhos. Desculpa acordar vocês tão cedo, é que tenho um dia cheio hoje. Então vamos lá rápido com isso! - Dessa vez ofereceu comida a Isabela primeiro.
- Eduardo, por favor, coma.
Pediu antes que Rafael enviasse o pedaço de pão na boca dela. Antes de terminar com ela, já tirou a fita da boca dele também e colocou o copo com água na boca dele.
- Precisa beber pelo menos. Talvez eu precise de você mais tarde e não pode parecer tão decadente.
- Para que precisa dele?
Rafael enfiou outro pedaço de pão na boca dela. Eduardo aceitou comer e beber.
Ele parecia estar mesmo apressado, talvez fosse ansiedade. Algo que planejava a tantos anos finalmente estava prestes a acontecer.
As horas eram intermináveis dentro daquele quarto. Estavam com o corpo dolorido pela posição desconfortável em que já estavam a mais de vinte e quatro horas. O medo começou a causar pânico em Isabela. Era difícil manter a fé num cenário desses. Como desejava ter um poder telepático e pedir ajuda pra alguém. Eduardo estava quieto, até sua respiração era silenciosa. A dor da traição provocou nele algo que Isabela não tinha noção.
Rafael e Clara foram os olhos dele por tanto tempo que ele nem lembrava mais de como era antes deles e tudo foi por água abaixo.
Ouviram a porta outra vez. Dessa vez veio o casal. Isabela não escondeu de seus olhos o ódio que sentia naquele momento em que Clara colocou uma bandeja com comida na cama e veio ajudar a desenrolar o fita que os prendiam pelo abdômen. A mulher não se atrevida a olhar pra ela. Isso dava ainda mais ódio. Traidora e covarde!
- Eduardo, presta atenção! Você vai descer comigo, os compradores querem te ver pessoalmente, eu disse que você está se recuperando, mas insistiram. Você só precisa confirmar que a fazenda está à venda e que tenho autonomia pra fechar o negócio.
- Você tem a procuração. - A voz de Eduardo era tão imparcial, seca, precisa. Isabela não conseguiu interpretar o que ele sentia. Finalmente foram soltos. Eduardo foi conduzido até o banheiro.
- Você pode comer Isabela. - Clara evitava o olhar dela a todo custo.
- Vou comer sim. Se é pra morrer que seja de barriga cheia. - Isabela usou a palavra morrer pra ver o que causava em Clara, esta pareceu tão fria quanto  Rafael que por sua vez reforçava suas ameaças
- Ouça bem, se as coisas não saírem como planejado sua prima será a primeira a morrer entendeu?
Saíram do banheiro.
- Vamos prendê-la de novo Clara!
- Deixe-me ir ao banheiro antes! - Isabela abandonou a comida e correu pro banheiro
- Espero que não tente nenhuma gracinha! - Rafael a alertou com a arma apontada pra Eduardo.
Isabela fez xixi as pressas, estava segurando a tanto tempo que agora estava doendo, mas precisava ser rápida. Voltou imediatamente.
Começaram a prendê-la novamente
- Olha, eu só quero pedir que não façam nada com a gente. Nós prometemos que não vamos dar um passo atrás de vocês, só queremos viver em paz...
Rafael lacrou sua boca.
- Clara, você fica aqui. Toma a arma! - Colocou na mão dela. Clara se assustou. - Fica de olho no celular, se eu te ligar você mata ela. Entendeu?
- Deixa comigo!
- Vai ficar tudo bem Isa!
Foi tudo que  Eduardo disse antes de atravessar a porta na companhia do seu Judas .
Isabela estava com os pés,mãos e braços presos. Dessa vez sentada numa cadeira. Clara permaneceu de pé a sua frente.
O medo a assombrou ainda mais, não pela arma apontada pra sua cabeça, mas por Rafael ter levado Eduardo, poderia ser a última vez que o via.
Como eu consegui comer no meio disso tudo? Ele deve ter pensando que sou insensível a dor dele. Eu fui muito idiota em juntar forças,  não tem como eu escapar disso aqui!
As lágrimas tomaram conta, eram puro desespero.
Mãe, pai, ainda bem que tive a oportunidade de fazer as pazes com vocês. Não imagino como sofreriam se não tivéssemos tido esse momento. Saibam que sempre vou amar vocês e... Como eu queria que pudessem me salvar agora!
De repente uma calma incomum tomou conta dela, parece que a lucidez enfim teve voz, ou não. Porque o que ela fez a seguir não tem nada haver com racionalidade. Olhou pra porta discretamente e notou que Rafael não a trancara, certamente pela pressa. Clara não queria enfrentar seu olhar, então não observava os olhos pensantes de Isabela que levantou-se dum salto da cadeira. Clara não estava esperando e por impulso se aproximou dela. Isabela do tinha uma chance! Deu um salto mortal e jogou a arma bem longe, Clara também caiu. Isabela saltou até a porta, sua oponente a alcançou e puxando pelos cabelos a jogou no chão. Ela aproveitou a queda e deu uma rasteira em Clara que caiu. Levantaram-se ao mesmo tempo. Clara estava furiosa. Isabela focada. Quando a outra tentou segurá-la ela deu uma cabeçada que tirou sangue de ambas as testas. Clara tentou um soco, Isabela desviou e deu pra cabeçada, dessa vez no estômago dela que caiu desmaiada
Enquanto isso, Eduardo estava almoçando com Rafael e os dois homens que comprariam a terra. Eram sócios e um deles era aquele com quem Isabela conversara. Estava indo tudo bem, até que escutaram barulhos vindos de cima, parecia a eles que alguém estava jogando móveis de um lado pro outro.
- Que barulho foi esse? - Perguntou um dia homens?
- Parece vir lá de cima. - Completou o outro.
- Não se preocupem. Com certeza é a Isabela, aquela jovenzinha que conheceram ontem
-  Ah sim. A esquizofrênica. Ontem ela parecia adorável. Pobrezinha
- Deve ser perigoso deixar ela sozinha! 
- Minha esposa está lá com ela. Não se preocupem, ela já está acostumada com ela.
Ouviram barulhos mais fortes. Eduardo se levantou.
- Sente-se Eduardo! Tá tudo bem! - Rafael já estava com dificuldades pra manter a calma.
Eduardo virou-se.
- Tem algo errado, preciso conferir.
- Eu vou com você! - Rafael já estava a flor da pele. Quando se levantou pra acompanhar Eduardo, ouviram barulhos vindo da escada. Todos miraram na mesma direção no instante em que Isabela aparecia toda amarrada e sangrando. A pancada na cabeça foi forte e estava meio tonta, mas precisava salvar Eduardo. Começou a pular os degraus, mas os pés estavam muito unidos pela fita e acabou caindo no começo da escada. Os dois homens e Rafael correram pra escada. Isabela já havia rolado até embaixo e estava inconsciente. Rafael colocou as duas mãos na cabeça. O desespero tomou conta, onde estaria Clara? Não pensou duas vezes e correu escada acima ignorando os demais. No mesmo instante, não se sabe de onde, surgiram três guarda costas dos negociantes.
- Dois de vocês vão atrás dele. - Ordenou imediatamente. O seu sócio já estava ajoelhado ao lado da vítima conferindo seus sinais vitais.
- Ela está viva! Chamem uma ambulância imediatamente!
O último guarda fez essa parte.
Eduardo permaneceu a meia distância. Seu coração a mil por hora. Queria tocá-la, ouvir sua voz. Saber o que estava sentindo, mas sabia que estavam cuidando dela. Preferiu não atrapalhar.
- Eduardo?
- Olha, não temos tempo agora, mas só me diz o que está acontecendo. Seja rápido.
Os compradores de alguma forma haviam desconfiado de Rafael, por isso fizeram questão de ver Eduardo.
Ele apenas puxou as mangas da camisa e eles puderam ver as marcas da fita com que havia sido mantido preso. O homem deu sinal ao terceiro guarda que subiu imediatamente.
Rafael encontrou Clara desmaiada. Pelo sangue no seu rosto imaginou que estivesse morta, arrancou a arma da cintura, queria vingança imediata.
Um dos guardas que o seguiu correu até Clara e checou seus sinais vitais. O outro permaneceu na porta.
- Ela está viva!
- Você tem certeza?
Rafael voltou-se.
- Graças a Deus! Graças a Deus!
A pegou no colo e colocou na cama.
- Onde estava com a cabeça deixando sua mulher com uma doente mental?
Reclamou o guarda que checou Clara. Rafael só então se lembrou de Isabela e Eduardo.
- Ela não fez por mal. - Fingiu.- preciso ajudar a pobrezinha, ela teve uma queda terrível, quem sabe se sobreviveu.- Passou pelo segundo guarda totalmente disposto a matar os dois de um jeito ou de outro. Já estava tudo perdido e poderia ser descoberto a qualquer instante. Caminhou decidido, mas o terceiro guarda já vinha chegando no meio do corredor.
- Clara está bem, tô indo ver a Isabela.
O terceiro guarda apontou uma arma pra ele.
- Pare!
Rafael sacou a sua arma e apontou de volta.
- Saia da minha frente!
Nesse instante ouviu outra arma às suas costas. Virou-se e atirou no ombro do segundo guarda, instantaneamente sentiu um tiro pelas suas costas vindo do terceiro guarda. Caiu.

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