Capítulo Três

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Ah! - Gritou- Que susto! - Completou com a mão no coração.
- Sou tão feio assim? - Falou o homem-deus-grego com um sorriso magicamente lindo.
Como poderia haver feiura naquela pessoa? Ele tinha mais ou menos a mesma altura de Isabela. Cabelos negros lisíssimos. Pele clara como se nunca pegasse um sol. Estava vestindo calça jeans escuro, camisa preta com as mangas dobradas até a metade e óculos escuros.
- Prazer, me chamo Eduardo. - Apresentou-se estendendo a mão direita em sua direção.
- Igualmente. - Falou desconcertada apertando a mão do rapaz.
-Você deve ser a tão esperada Isabela.
- Esperada? Eu? - Riu sem jeito. - E você, quem é?
- Eduardo. Já disse.
Isabela revira os olhos.
- Já sei o seu nome Eduardo. Estou perguntando se você é parente, amigo, conhecido.... Entende?
- Sou seu primo.
"Primo??" Que coisa. Isabela não sabia que tinha primos por parte de pai.
Também notou que ele não olhava diretamente para ela.
- Ei, você parece tímido. Acho que já não tem idade para isso. - Comentou aproximando-se mais. - Tira os óculos aí, quero ver seus olhos.

Eduardo esfregou a testa receoso, passou a mão pelos cabelos e então atendeu ao pedido da prima. Nesse instante exibiu magníficos olhos azuis de uma intensidade indescritível, mas... não olhavam para Isabela, antes mantinha-se cabisbaixo.

- Vamos, olhe para mim! - Incentivou Isabela erguendo seu queixo com a mão. Mas ele se desviou.

- Não vai adiantar. - Respondeu Eduardo afastando-se. Pôs os óculos novamente.

- Como assim? - Isabela começou a ficar intrigada com aquilo.

- Não posso vê-la Isa. - respondeu ele por fim.

- Isso só pode ser brincadeira de mal gosto né? - Falou desviando-se dele para voltar para a sala. - Está querendo fazer pegadinha comigo logo na chegada seu mané! Você não sabe o que tenho passado para chegar desse jeito tirando piadinha de mal gosto. - Brigou e saiu deixando Eduardo boquiaberto.

"Era só o que me faltava! Pegadinha do novato! Parece até que to chegando numa escola nova. Aff!" Resmungou em pensamento realmente irritada com os minutos perdidos com Eduardo.

-Ah, você está aqui Isabela! - Era sua avó que aparentemente havia acabado de chegar à sala. - Vamos almoçar, já está pronto. Você já deve estar com fome não é mesmo?

"Nossa, como almoçam cedo!". Pensou Isabela. Pois ainda faltavam 20 minutos para meio dia, ela costumava almoçar sempre às 13:30 com sua família.

-É. Estou. - Mentiu. - Mas antes vou ao banheiro lavar as mãos.

-Claro. Fique à vontade.

Quando voltou do banheiro já estavam à mesa: Luzia, Rafael, Eduardo e uma outra senhora, certamente a cozinheira da casa. Sentou-se silenciosamente e se serviu de uma minúscula quantidade de comida.

- E como está seu pai? - Perguntou sua avó ainda à mesa.

- Deve estar feliz agora. - Respondeu Isabela num tom carregado de significados.

- Estamos todos pensando no melhor para você minha neta.

- Já estou de saco cheio dessa conversa! - Irritou-se e se levantou. - Eu tenho o direito de decidir o que é melhor para mim e já não sou nenhuma criança.

- Já deu para notar. - Comentou Eduardo mansamente. Ele parecia muito calmo.

-E você não se mete idiota. - Retrucou Isabela imediatamente.

- Isabela não fale assim com seu primo. - Repreende Luzia.

- Falo como eu quiser! E desse aí quero distância. - E virou-se para sair.

Teu Amor Me GuiaOnde histórias criam vida. Descubra agora