18- BÔNUS AMÉLIA PART I

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Esse capítulo será dividido em três partes 💛

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Dizem que o primeiro amor é inesquecível, e não é mentira. Eu tinha apenas dezesseis anos e, até então, nunca havia experimentado o amor. Sempre fui uma menina caseira, preferindo a companhia da minha casa a sair por aí. Minhas notas eram excelentes, nunca me envolvi em brigas, escândalos ou qualquer coisa do tipo. Eu era, para todos, a filha perfeita.

Jeremy Walker, meu pai, era um empresário de renome, dono de uma rede de varejo especializada em eletrodomésticos, com várias filiais em outros países. Como sua filha, nunca passei por necessidades ou dificuldades. A minha vida parecia ser maravilhosa.

Meu pai, um homem conhecido tanto pela sua fortuna quanto pela sua inteligência, costumava frequentar eventos sociais com outros empresários. Era sua forma de estabelecer novos negócios ou, muitas vezes, simplesmente se gabar de suas conquistas e riqueza.

Foi em um desses eventos que eu tive a oportunidade de conhecer meu primeiro amor.

Lembro-me de tudo como se fosse ontem. Enquanto todos estavam vestidos com trajes impecáveis e adequados para a ocasião, ele era o único diferente. Usava uma calça jeans surrada, uma jaqueta de couro e tênis gastos, como se estivesse em um lugar completamente diferente. Sua pele morena e bronzeada contrastava com o ambiente elegante ao redor, e seus cabelos negros e rebeldes caíam até o pescoço, dando-lhe um ar descomplicado.

Ele estava encostado em um canto, sozinho, bebendo uma taça de vinho. Seus olhos estavam fixos em algum ponto distante, com uma expressão de tédio que parecia não se importar com o luxo e os sorrisos forçados ao seu redor.

Como um garoto da minha idade estava bebendo? Isso era completamente errado, mas o pior de tudo era que ele estava na minha casa. Como ele entrou aqui?

Fui até ele com passos rápidos, os olhos apertados em um olhar irritado. Parei em sua frente, cruzei os braços e o encarei com firmeza.

— Quem é você? E o que está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a calma, mas minha voz saiu carregada de raiva. Ele não me deu a mínima atenção. Apenas deu outro gole no vinho, ignorando completamente minha presença.

— Você é surdo ou está me ignorando de propósito? Me responda, quem é você e o que está fazendo na minha casa? — repeti, a paciência já se esvaindo, mas ele simplesmente ignorou minha pergunta mais uma vez, dando outro gole no vinho.

Ele me olhou de soslaio, um sorriso maroto surgindo nos lábios. — Acho que a erva que eu fumei deve ter sido muito boa, porque estou ouvindo uma mosca morta falar comigo.

Fiquei paralisada por um segundo, surpresa com a audácia dele, antes de deixar as palavras escaparem. — Oh, que insolente! — reclamei, descruzando os braços, irritada com a situação. — Você é um penetra na festa do meu pai e ainda tem a ousadia de me insultar?

Só então, ele finalmente me encarou. Seus olhos, escuros e intensos, penetraram na minha alma, fazendo um arrepio subir pela minha espinha.

— Quem entraria de penetra nessa festa chata? Só se ele fosse um louco. — falou sorrindo, me deixando irritada.

— Você é... Um vulgar, um intransigente. — cuspi as palavras, e novamente ele riu.

— A única intransigente que eu vejo é você, que ainda por cima é uma preconceituosa. — falou dando um sorriso zombeteiro.

— Você ainda tem a coragem de me ofender? — minha voz estava tensa, quase rosnando. — Saia agora, ou eu chamo os seguranças!

— Fique à vontade. — Ele deu de ombros, sem um pingo de preocupação, como se minha ameaça não tivesse o menor impacto.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora