"A semente cresce sem fazer barulho mas a árvore qua do cai faz um estrondo. O crescimento é silencioso e a maioria das pessoas não nota,mas a queda é barulhenta e causa alarde. Cresça em silêncio e no silêncio. "
Paulo Thiago.
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O despertador tocou exatamente às seis da manhã. Esse era meu horário habitual para acordar e seguir com minha busca por emprego. Mas, dessa vez, a sensação era diferente. Eu estava esperançosa de que aquela entrevista finalmente colocaria um ponto final nessa jornada.
Me espreguicei antes de me levantar e fui direto separar minha roupa para o grande momento. Passei cuidadosamente cada peça e a deixei ao lado do sobretudo de Lucien. Em seguida, peguei meus produtos de higiene, uma calça de moletom cinza, um blusão dos Rolling Stones e uma toalha.
No banheiro, escovei os dentes e tomei um banho relaxante, tentando afastar a ansiedade que crescia dentro de mim. Depois de me vestir, guardei meus produtos no quarto e desci as escadas, pisando suavemente nos degraus para não fazer barulho.
Foi quando vi Marcela entrando sorrateiramente pela porta, andando na ponta dos pés, provavelmente tentando evitar que alguém notasse sua chegada tardia. Um sorriso malicioso surgiu no meu rosto. Decidi entrar na brincadeira e descer o restante dos degraus com o mesmo cuidado, parando bem à sua frente.
— Bom dia, Marcela — disse de repente.
Ela deu um pulo, claramente assustada, enquanto eu me segurava para não rir.Aqui está a versão melhorada do seu capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— Sua louca! Quer me matar de susto? — Marcela levou a mão ao peito, ainda se recuperando da surpresa.
Cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.
— Isso é hora de chegar, dona Marcela? Onde você estava?
Ela tentou disfarçar, desviando o olhar.
— Ah, hum... Se respeite, Priscila. Eu não te devo satisfações.
Soltei uma risada, balançando a cabeça.
— Engraçado... Quando o feitiço se vira contra o feiticeiro, você não gosta, né? Marcela, Marcela...
Ela suspirou, derrotada.
— Tá bom, tá bom! Eu estava na casa do Robert, satisfeita?
Abri um sorriso vitorioso.
— Nenhuma novidade. Só queria ouvir isso da sua boca.
Marcela revirou os olhos e me deu um tapa no ombro.
— Ai, Marcelaaa! — reclamei, massageando o lugar onde ela bateu.
— Quem mandou ser curiosa? — resmungou, sem nenhum pingo de arrependimento. — Mas me conta, vai sair pra procurar emprego hoje?
— Hoje não. A Fran conseguiu uma entrevista pra mim numa empresa. A vaga é pra auxiliar administrativo e serviços gerais...
— E onde fica essa empresa?
— Na verdade, eu não sei. A Fran esqueceu o nome, mas disse que é muito boa. Parece que uma amiga dela trabalha lá.
Marcela soltou uma risada debochada.
— "Amiga", sei... Aposto que é mais uma das namoradas dela. Fran troca de relacionamento como troca de roupa.
Ela balançou a cabeça negativamente, enquanto eu apenas ria.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— Eu estou ouvindo.
Sobressaltei, assustada ao ouvir a voz de Franchesca atrás de mim.
— Eu falo isso na sua frente, Franchesca, sem problemas. Agora vamos todas para a cozinha, vocês precisam comer. — Marcela decretou, tentando mudar de assunto.
Cruzei os braços.
— Mas você acabou de chegar...
— Ela acabou de chegar? — Franchesca ergueu uma sobrancelha, surpresa.
Marcela me lançou um olhar mortal.
— Como você é boca grande, Priscila! Depois fala da Samantha!
— Foi sem querer... — murmurei, envergonhada.
Marcela apenas revirou os olhos.
— Vamos logo pra cozinha.
Seguimos para a cozinha, e Marcela começou a preparar o café da manhã. Não demorou muito para Jonhy entrar, com uma expressão de puro desânimo. Ele se jogou em uma cadeira vaga, soltando um suspiro pesado.
— Bom dia pra vocês... — murmurou sem ânimo.
Franchesca o observou por um instante antes de soltar:
— Que cara é essa, Jonhy? Não bateu bronha hoje?
Jonhy revirou os olhos.
— Esqueci de pedir pra você bater pra mim.
Franchesca caiu na risada.
— Quanta ousadia! Vocês não estão vendo uma mulher de idade na frente de vocês, não? — Marcela reclamou, fingindo indignação.
Fran riu, cruzando os braços.
— Mulher de idade? Engraçado... Essa mesma mulher de idade passou a noite fora e só chegou agora. Brincando de casinha é que não estava, né?
Marcela gargalhou.
— Olha ela, querendo dar lição de moral...
Mas Fran não se deu por vencida e voltou sua atenção para Jonhy.
— Agora, me conta, Jon, que cara é essa? O que aconteceu?
Aqui está a versão melhorada do capítulo, tornando os diálogos mais naturais e fluidos:
— A Sari terminou comigo. — Jonhy disse, visivelmente chateado.
Franzi a testa, surpresa.
— Você tinha namorada?
Franchesca soltou uma gargalhada alta.
— Até a encalhada da casa tá te passando para trás, Jonhy!
Ele bufou.
— Era uma webnamorada, mas mesmo assim...
Isso só fez Fran rir ainda mais.
— Eu não tô vendo graça. — resmungou Jonhy, irritado.
— Meu amigo, você precisa conhecer mulheres reais... — Fran provocou.
— A Sari era real. — rebateu, cruzando os braços.
Franchesca arqueou as sobrancelhas, maliciosa.
— Uma mulher de carne e osso na sua frente... Agora me diga, como você consegue viver sem sexo?
Percebi que Jonhy ficou visivelmente desconfortável.
— Deixa o menino em paz, Fran. Ele não é ninfomaníaco como você. — intervim.
Ela revirou os olhos.
— Falou a garota que só teve um namorado. Aposto que nem sabe o que é sexo de verdade.
— Sei sim! — rebati de imediato, como uma criança ofendida.
Fran abriu um sorriso zombeteiro.
— Ah, sabe? — Então se virou para Jonhy. — Me diz a verdade... Você é virgem?
Jonhy engoliu seco.
— N-não... — tentou disfarçar, mas sua expressão o entregou na hora.
Fran arregalou os olhos, chocada.
— Meu Deus! Você ainda é virgem?! Jonhy, você tem vinte e oito anos e nunca transou?
Ele desviou o olhar, incomodado.
— Eu... tô esperando a pessoa certa, Franchesca. Acho que você não sabe o que é isso.
Ela torceu o nariz, como se tivesse ouvido a maior besteira do mundo.
— Não existe isso de "pessoa certa". Eu não acredito que você tá desperdiçando uma das melhores coisas da humanidade e só fica punhetando naquele banheiro!
A expressão envergonhada de Jonhy só fez Fran rir ainda mais. Eu apenas balancei a cabeça, já acostumada com o jeito dela.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— FRANCHESCA! — Marcela e eu falamos ao mesmo tempo.
— O que foi? — ela perguntou, sem entender o escândalo.
Cruzei os braços e a encarei com um olhar suspeito.
— Não entendo esse seu interesse todo em saber se o Jonhy é virgem ou não... A não ser que... — dei uma pausa dramática. — Você queira experimentar.
— Eca! — Jonhy fez uma careta imediata.
— Eca digo eu! — Fran retrucou, revirando os olhos. — Já atingi minha cota de homens. Vou desistir dos experientes pra querer um cara de vinte e oito anos, virgem, que tem uma webnamorada? Não, obrigada!
Jonhy cruzou os braços, sem deixar barato.
— Se toca, Franchesca! Se a minha única opção fosse perder a virgindade com uma mulher sem graça como você, pode ter certeza de que eu continuaria intacto.
Fran arregalou os olhos, indignada.
— Ha ha ha! Quem é você pra falar de mim? Eu, sem graça? Aposto que essa tal de Sari deve ser um verdadeiro bagulho pra namorar online!
Jonhy não disse nada. Apenas pegou o celular do bolso, desbloqueou a tela e ergueu o aparelho para que todos vissem.
Na foto, uma mulher de traços asiáticos, cabelos negros brilhantes e um corpo escultural posava com um sorriso sedutor. Até Franchesca ficou sem palavras.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— Uau, como ela é linda! — comentei, impressionada.
Jonhy sorriu, orgulhoso.
— Além de linda, ela é muito gentil... Diferente de certas pessoas. — disse, lançando um olhar sugestivo para Franchesca.
Ela bateu o pé no chão, irritada, mas antes que pudesse responder, seu celular começou a tocar. Sem hesitar, atendeu no primeiro toque.
— Franchesca falando. — começou no tom habitual, mas assim que reconheceu a voz do outro lado da linha, sua postura mudou completamente. Sua voz ficou mais suave, quase melosa. — Oi, meu amor! Hoje eu tô de folga...
Houve uma breve pausa.
— Se eu quero sair com você? É claro que sim!
Jonhy não segurou a risada.
— Quanta falsidade! Nem parece que é uma grossa. — sussurrou para mim, me fazendo rir junto.
Irritada, Franchesca se virou para ele e pisou com força no seu pé.
— Ai! — Jonhy gritou, se contorcendo.
Fran apenas sorriu falsa e se afastou rapidamente.
— Nada, meu amor... É só um insuportável daqui de casa. — respondeu para a pessoa no telefone enquanto saía da cozinha.
Marcela riu e balançou a cabeça.
— Só não digo que isso vai dar casamento porque a Franchesca vive fugindo de homem.
Jonhy fez uma careta.
— O quê?! Marcela, por favor... Franchesca é uma louca. Eu gosto de mulheres doces, como a Sari.
Fiquei curiosa.
— Você já conheceu a Sari pessoalmente?
Ele assentiu, com um sorriso nostálgico.
— Sim... Quando viajei pra Coreia do Sul, ano retrasado. Desde então, temos um relacionamento à distância.
Jonhy suspirou, parecendo perdido em pensamentos.
— Ela diz que eu pareço o Loki, dos Vingadores. — acrescentou com um sorriso abobalhado.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— Ah, sai pra lá! O Loki é um puta de um gostoso, Jonhy. Acho que sua namorada precisa de um óculos. — Franchesca provocou ao voltar para a cozinha.
Tomamos nosso café da manhã entre as trocas de farpas dos dois, já acostumados com as provocações. Depois, voltei para o meu quarto e comecei a revisar algumas anotações para me preparar melhor para a entrevista.
Alguns minutos depois, comecei a me arrumar. Escolhi uma das roupas que costumava usar para trabalhar: uma saia lápis preta combinando com um terninho da mesma cor, uma blusa social branca por dentro e um scarpin bege para completar o visual.
Prendi o cabelo em um coque simples e, na maquiagem, optei pelo básico: corretivo para disfarçar o cansaço e um batom clarinho. Peguei um classificador com meu currículo e uma bolsa onde coloquei meus documentos.
Após conferir o endereço que Franchesca havia me passado, chamei um carro particular, pagando com o que restava do meu salário do mês passado.
Saí do quarto, desci as escadas e fui procurar Marcela. Encontrei-a na sala, jogada no sofá, assistindo TV — ou melhor, quase dormindo.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade nos diálogos:
— Ah, sai pra lá! O Loki é um puta de um gostoso, Jonhy. Acho que sua namorada precisa de um óculos. — Franchesca provocou ao voltar para a cozinha.
Tomamos nosso café da manhã entre as trocas de farpas dos dois, já acostumados com as provocações. Depois, voltei para o meu quarto e comecei a revisar algumas anotações para me preparar melhor para a entrevista.
Alguns minutos depois, comecei a me arrumar. Escolhi uma das roupas que costumava usar para trabalhar: uma saia lápis preta combinando com um terninho da mesma cor, uma blusa social branca por dentro e um scarpin bege para completar o visual.
Prendi o cabelo em um coque simples e, na maquiagem, optei pelo básico: corretivo para disfarçar o cansaço e um batom clarinho. Peguei um classificador com meu currículo e uma bolsa onde coloquei meus documentos.
Após conferir o endereço que Franchesca havia me passado, chamei um carro particular, pagando com o que restava do meu salário do mês passado.
Saí do quarto, desci as escadas e fui procurar Marcela. Encontrei-a na sala, jogada no sofá, assistindo TV — ou melhor, quase dormindo.
Aqui está a versão melhorada do capítulo, com mais fluidez e naturalidade:
— Má, já estou indo. — avisei, fazendo com que Marcela despertasse do quase cochilo.
Ela piscou algumas vezes antes de me encarar com um sorriso.
— Certo, minha filha. Boa sorte! Vai dar tudo certo.
Tentei sorrir de volta, mas meu nervosismo era evidente.
— Espero que sim... — murmurei, sentindo meu estômago revirar.
Meu celular vibrou, avisando que o carro havia chegado. Peguei minha bolsa e saí de casa rapidamente.
Durante a viagem, tentava controlar a ansiedade. Inspirava e expirava devagar, repetindo mentalmente que tudo daria certo. Mas meu corpo parecia não acreditar nisso: minha barriga doía, e minhas mãos tremiam de um jeito quase engraçado.
O motorista, notando meu nervosismo, colocou uma música lenta, aparentemente na tentativa de me acalmar. Mas nada parecia funcionar.
Foi então que, pela janela, avistei de longe o espaço onde havia acontecido a exposição de Lucien. Meu coração deu um salto, mas logo o motorista deu a volta e começou a reduzir a velocidade.
— Chegamos! — anunciou, parando em frente a um prédio espelhado de três andares. No centro da fachada, um letreiro elegante exibia o nome: Galeria de Arte L. Campbell.
Fiquei paralisada por alguns segundos.
— Tem certeza de que aqui é o lugar certo? — perguntei, confusa.
— Esse foi o endereço que você colocou quando pediu a corrida. — ele respondeu com convicção.
Ainda sem entender nada, fiz o pagamento, desci do carro e caminhei alguns passos até parar e respirar fundo. Peguei o celular e liguei para Franchesca, que atendeu no primeiro toque.
Aqui está o capítulo aprimorado, com mais fluidez e naturalidade:
— Franchesca falando! — ela atendeu, e logo percebi que estava falando de forma descontraída.
— Franchesca, eu não acredito que você me mandou para uma entrevista na Galeria Campbell! — exclamei, já sem paciência.
Franchesca soltou uma risadinha do outro lado.
— Eu sabia que se eu dissesse o nome, você não iria querer ir. Mas, apesar de ser uma empresa pequena, ela oferece vários benefícios e, acredite, é uma oportunidade de ouro. — ela explicou, e eu respirei fundo, tentando me acalmar.
— Você tem razão. — aceitei, já me rendendo.
— Claro que eu tenho. Agora, desliga esse telefone e foca na entrevista. Lembre-se: tudo depende da sua boa comunicação. E nada de falar que foi indicação, entendeu? — Franchesca orientou, com a voz firme.
— Tá certo, já estou indo. Tchau. — disse, antes de encerrar a ligação. Coloquei o celular no modo avião e guardei na bolsa.
Segurei a alça da bolsa com firmeza, apertei o classificador contra meu corpo e subi os três pequenos degraus da entrada.
Dois seguranças estavam na porta. Cumprimentei-os com um sorriso tímido e segui até a recepção. O ambiente era vibrante, repleto de cores intensas, quadros modernos e algumas esculturas espalhadas pelo espaço.
Fui até uma das recepcionistas, ainda nervosa, mas logo me acalmei quando ela me recebeu com um sorriso caloroso.
Ela era uma mulher muito bonita, com o crachá escrito Barbara. Seus olhos eram de um tom profundo e retinto, e seus cabelos castanhos estavam trançados de maneira impressionante, lembrando os estilos antigos de Marcela.
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REALIDADE PARALELA
Roman d'amourPriscila Silva Santos é uma mulher marcada por uma profunda depressão e baixa autoestima, mas encontra no amor de sua vida, Nicholas, sua única razão para viver. Totalmente dependente dele, ela constrói sua felicidade em torno da relação. No entanto...