Capítulo 06 | Chacina de Samir.

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- Omar. Vai buscar Safira!- diz Samir.

Eu só observo tudo, de uma forma totalmente sem reação. Quando dou conta que ele vem me buscar, eu corro para tentar me esconder em algum lugar.

- Safira... Safira, aonde está você? - exclama Omar, procurando-me.

A cada um metro, tem um vaso com palmeira no corredor e eu estou atrás de um deles. Porém, irá ser um pouco difícil ele me achar, por conta da palha seca que joguei em cima de mim.

- Você quer que todos morram? - pergunta ele, aproximando-se do vaso que eu estou. Tenho que arrumar um jeito de me manter calma.

Depois dele muito insistir, tomo coragem e saio. Pelo bem de todos, ele me pega pelo pescoço de uma forma violenta...
Quando chegamos na parte exterior da casa, onde todas as mulheres estão de joelhos e amarradas, Samir exclama para mim:

- Que bom que chegou!

Olhando para os olhos de Samir, eu pergunto:

- O que você vai fazer agora?

Samir vem até mim e passa a mão no meu lábio, dizendo:

- Você já sabe, te falei no quarto.

Não consigo descrever minha reação e, novamente, fico sem rumo. Parece que nós estamos em um cativeiro.
Nayara olha para mim, chorando, e nervosa, ela se treme muito. Eu, então, com a mão na altura do meu quadril, dou um sinal para ela de "calma, irei resolver".

- Deixe ela comigo, se posicione em seu devido lugar, porque iremos começar a brincadeira! - diz Samir, segurando meus dois braços.

Os amigos de Samir já está em suas posições, só falta alguns segundos para o arrebatamento começar.
Eu só observo, como sempre, e quando ele dá o sinal, escuto o primeiro tiro. O sangue espirra e eu abaixo minha cabeça para não ver.

Mas o monstro do Samir levanta minha cabeça e continua a segurando para eu ver aquela cena chocante.
Vejo os corpo tremerem a cada bala e sangue voando também. No chão e na parede, está escorrendo sangue. Quando falta uma pessoa para chegar em Nayara, preciso fazer algo. Ela desmaia, mas mesmo assim, eles vão matá-la.
Como Samir está segurando minha cabeça e meus pé estão livres, eu dou um chute no meio de suas pernas, fazendo com que, dessa vez, ele mija na roupa.
Vou até Nayara e fico na frente dela.

Samir tenta falar para parar, mas a dor é tanta que a voz nem vem:

- Parem... Parem.

- Não parem! Atirem, vai! - digo.

- Saia daí agora. Você sabe do que sou capaz, a vingança pode demorar, mas chega.

- Deixa Nayara comigo, por favor?!!! - imploro para Samir.

- Sinto muito, mas irei matá-la.

- Tudo bem, mas eu te prometo uma coisa, se você a matar, eu irei me matar, pode ter certeza.

- Tire Safira daqui, agora!- ordena Samir passando a mão no rosto.

Eu abraço Nayara desacordada rapidamente e murmuro:

- Você não irá desistir agora, pois eu e você iremos vencer juntas.

Foi eu acabar de murmurar e Omar me pega e me leva para o harém.
Em um dos corredores, vejo que o comportamento dele muda e não é um comportamento ruim, mas sim um bom.

- Obrigado por enfrentar Samir. Eu gosto muito de Nayara, mas não podia fazer nada naquele momento.

- Se você gostasse dela, você ia enfrentar ele de qualquer forma. - digo com um pouco de receio.

- Minha história é igual a sua, cheguei tinha 15 anos. Quando eu e meus pais estávamos fazendo uma viagem pelo deserto, uma forte tempestade de areia se formou. Dei-me conta que havíamos nos separado e que eu estava sozinho. Resolvi seguir a estrela do Oriente para chegar aos Emirados Árabes, mas no meio do caminho, fui raptado por Samir. - exclama Omar, deixando-me na porta do harém.

Vou em direção à janela, para ver o que Samir irá fazer com Nayara. Ele ainda está sentado no chão, com suas mãos na parte genital. Ele pede a um de seus dois homens que peguem o corpo dela. Como não estou perto, fico um pouco em choque até que vejo os dois homens entrando no harém e a colocando em cima de uns dos sofás.

Preparo uns panos e algumas ervas para tentar fazê-la voltar ao normal. Mas, não obtenho nenhum resultado e está na mão de Deus; se ela acordar, acordou.

O dia já está indo embora, estou ainda pensando sobre o tanto de pessoas que Samir matou. Já sentia nojo dele, agora piorou.

Vou até a janela para sentir a brisa que batia. Um barulho que vinha de trás de mim me chama atenção. Viro minha cabeça e me deparo com Nayara, colocando a mão em sua cabeça e olhando para o lado assustada.

- Ai, que bom que você acordou! - digo indo em sua direção.

- O que aconteceu depois que desmaiei?

- Não queira nem saber, pois você ficará como eu, com mais nojo dele.

Mal converso com Nayara e Omar chega para me chamar para jantar. Tudo aconteceu como sempre, só algumas coisas que eu tinha que colocar em dia.

- Que bom que veio! - diz Samir.

Não falo nada e só observo seu comportamento. Dá para ver que ele é uma verdadeira cobra e se esconde por trás de uma casca. Quando alguém está perto, é um pobre cordeiro em defeso.

- Sou homem de palavra, o que eu falo, eu faço. O exemplo é o de hoje. - Samir exclama, mexendo a taça de vinho.

- Sim. E acho que você também percebeu que sou uma mulher de palavra. Eu te avisei que se matasse Nayara, eu ia me matar também.

- Como ousa a falar assim comigo? Você está muito valente para o meu gosto. - diz Samir, levantando e dando um tapa na cara de Safira.

Eu me levanto da mesa, olho para a cara dele com minha mão em meu rosto e exclamo:

- Vou me retirar, passar bem!

Não janto e vou para o harém. Agora, que arrume alguém para jantar com ele, pensei em minha mente.

O Véu Que Esconde O Sofrimento [ Em Revisão ]Onde histórias criam vida. Descubra agora