- Omar. Vai buscar Safira!- diz Samir.
Eu só observo tudo, de uma forma totalmente sem reação. Quando dou conta que ele vem me buscar, eu corro para tentar me esconder em algum lugar.
- Safira... Safira, aonde está você? - exclama Omar, procurando-me.
A cada um metro, tem um vaso com palmeira no corredor e eu estou atrás de um deles. Porém, irá ser um pouco difícil ele me achar, por conta da palha seca que joguei em cima de mim.
- Você quer que todos morram? - pergunta ele, aproximando-se do vaso que eu estou. Tenho que arrumar um jeito de me manter calma.
Depois dele muito insistir, tomo coragem e saio. Pelo bem de todos, ele me pega pelo pescoço de uma forma violenta...
Quando chegamos na parte exterior da casa, onde todas as mulheres estão de joelhos e amarradas, Samir exclama para mim:- Que bom que chegou!
Olhando para os olhos de Samir, eu pergunto:
- O que você vai fazer agora?
Samir vem até mim e passa a mão no meu lábio, dizendo:
- Você já sabe, te falei no quarto.
Não consigo descrever minha reação e, novamente, fico sem rumo. Parece que nós estamos em um cativeiro.
Nayara olha para mim, chorando, e nervosa, ela se treme muito. Eu, então, com a mão na altura do meu quadril, dou um sinal para ela de "calma, irei resolver".- Deixe ela comigo, se posicione em seu devido lugar, porque iremos começar a brincadeira! - diz Samir, segurando meus dois braços.
Os amigos de Samir já está em suas posições, só falta alguns segundos para o arrebatamento começar.
Eu só observo, como sempre, e quando ele dá o sinal, escuto o primeiro tiro. O sangue espirra e eu abaixo minha cabeça para não ver.Mas o monstro do Samir levanta minha cabeça e continua a segurando para eu ver aquela cena chocante.
Vejo os corpo tremerem a cada bala e sangue voando também. No chão e na parede, está escorrendo sangue. Quando falta uma pessoa para chegar em Nayara, preciso fazer algo. Ela desmaia, mas mesmo assim, eles vão matá-la.
Como Samir está segurando minha cabeça e meus pé estão livres, eu dou um chute no meio de suas pernas, fazendo com que, dessa vez, ele mija na roupa.
Vou até Nayara e fico na frente dela.Samir tenta falar para parar, mas a dor é tanta que a voz nem vem:
- Parem... Parem.
- Não parem! Atirem, vai! - digo.
- Saia daí agora. Você sabe do que sou capaz, a vingança pode demorar, mas chega.
- Deixa Nayara comigo, por favor?!!! - imploro para Samir.
- Sinto muito, mas irei matá-la.
- Tudo bem, mas eu te prometo uma coisa, se você a matar, eu irei me matar, pode ter certeza.
- Tire Safira daqui, agora!- ordena Samir passando a mão no rosto.
Eu abraço Nayara desacordada rapidamente e murmuro:
- Você não irá desistir agora, pois eu e você iremos vencer juntas.
Foi eu acabar de murmurar e Omar me pega e me leva para o harém.
Em um dos corredores, vejo que o comportamento dele muda e não é um comportamento ruim, mas sim um bom.- Obrigado por enfrentar Samir. Eu gosto muito de Nayara, mas não podia fazer nada naquele momento.
- Se você gostasse dela, você ia enfrentar ele de qualquer forma. - digo com um pouco de receio.
- Minha história é igual a sua, cheguei tinha 15 anos. Quando eu e meus pais estávamos fazendo uma viagem pelo deserto, uma forte tempestade de areia se formou. Dei-me conta que havíamos nos separado e que eu estava sozinho. Resolvi seguir a estrela do Oriente para chegar aos Emirados Árabes, mas no meio do caminho, fui raptado por Samir. - exclama Omar, deixando-me na porta do harém.
Vou em direção à janela, para ver o que Samir irá fazer com Nayara. Ele ainda está sentado no chão, com suas mãos na parte genital. Ele pede a um de seus dois homens que peguem o corpo dela. Como não estou perto, fico um pouco em choque até que vejo os dois homens entrando no harém e a colocando em cima de uns dos sofás.
Preparo uns panos e algumas ervas para tentar fazê-la voltar ao normal. Mas, não obtenho nenhum resultado e está na mão de Deus; se ela acordar, acordou.
O dia já está indo embora, estou ainda pensando sobre o tanto de pessoas que Samir matou. Já sentia nojo dele, agora piorou.
Vou até a janela para sentir a brisa que batia. Um barulho que vinha de trás de mim me chama atenção. Viro minha cabeça e me deparo com Nayara, colocando a mão em sua cabeça e olhando para o lado assustada.
- Ai, que bom que você acordou! - digo indo em sua direção.
- O que aconteceu depois que desmaiei?
- Não queira nem saber, pois você ficará como eu, com mais nojo dele.
Mal converso com Nayara e Omar chega para me chamar para jantar. Tudo aconteceu como sempre, só algumas coisas que eu tinha que colocar em dia.
- Que bom que veio! - diz Samir.
Não falo nada e só observo seu comportamento. Dá para ver que ele é uma verdadeira cobra e se esconde por trás de uma casca. Quando alguém está perto, é um pobre cordeiro em defeso.
- Sou homem de palavra, o que eu falo, eu faço. O exemplo é o de hoje. - Samir exclama, mexendo a taça de vinho.
- Sim. E acho que você também percebeu que sou uma mulher de palavra. Eu te avisei que se matasse Nayara, eu ia me matar também.
- Como ousa a falar assim comigo? Você está muito valente para o meu gosto. - diz Samir, levantando e dando um tapa na cara de Safira.
Eu me levanto da mesa, olho para a cara dele com minha mão em meu rosto e exclamo:
- Vou me retirar, passar bem!
Não janto e vou para o harém. Agora, que arrume alguém para jantar com ele, pensei em minha mente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Véu Que Esconde O Sofrimento [ Em Revisão ]
ChickLitESTÁ OBRA TEM CENAS DESCRITAS DETALHADAMENTE DE ESTRUPO, E VIOLÊNCIA, QUE PODE ACABAR GERANDO GATILHO. SÓ LEIA SE VOCÊ GOSTAR, E SE SENTIR BEM. CASO CONTRÁRIO, NÃO RECOMENDO! INDICADO PARA MAIORES +18 Nas regiões mais áridas do deserto, Safira e sua...