There is a light that never goes out

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Me leve para sair esta noite
Porque eu quero ver pessoas
E eu quero ver luzes
Sendo levado no seu carro
Oh por favor, não me deixe em casa
Porque não é a minha casa é a casa deles
E eu não sou mais bem vindo
The Smiths

— Você tem um carro! como eu não sabia disso?.
Cole fala em um tom exagerado enquanto entra no carro de Lili.

O carro de Lili é pequeno e branco, Sprouse fecha a porta logo quando entra e coloca o cinto diante a motorista de habilidades totalmente duvidosas por ele.

— Bom, você nunca perguntou.
A loira diz dando de ombros.

Sprouse presume que provavelmente ela faça aniversário no começo do ano, pois só é permitido tirar carteira ou ter um carro depois dos 16 anos.

— O que houve? Não entendi uma palavra do que disse pelo telefone, a não ser o endereço da sua casa.
Lili pergunta olhando para o garoto.

Ela percebe que a ponta do nariz dele está avermelhada, assim como suas bochechas e olhos. A menina nota o visual sofisticado do loiro e sente um leve arrependimento por estar vestida somente com um vestido comum junto a uma blusa de frio branca e sandálias.

— Ah, não houve nada. Desculpe te chamar assim tão de repente.
Ele mente.

Tudo bem, não é como se eu tivesse algo mais importante para fazer em um sábado mesmo...
A loira fala enquanto encara o retrovisor na tentativa de ver se seu cabelo está muito desarrumado.

No fundo ela sabia que Cole estava mentindo, mas não tinha a intimidade e nem a importância o suficiente para o repreender e perguntar a verdade.

Depois de passar suas mãos tentando arrumar os fios de cabelo que estavam fora de seu rabo de cavalo, Reinhart finalmente percebe que não sabe o propósito do qual ela estava lá. Sim, ela sabe que é por causa do pedido de Sprouse, mas o que eles iriam fazer?.

— Então, você quer que eu te leve de volta para o colégio?.
Ela por fim pergunta.

Não.
Sprouse responde automaticamente.

Na realidade nem ele sabia o propósito do qual ele chamou a loira, ele poderia simplesmente ter chamado um táxi ou pedido para o motorista levá-lo ao internato. Porém, ele queria uma companhia.

Ele parece pensar um pouco antes de finalmente dizer:
— Me leve para qualquer lugar. Só não me deixe em casa.

Reinhart fica confusa com o pedido feito pelo garoto, mas gira a chave ligando assim o carro e começa a apenas dirigir. Ela ainda não faz ideia para onde ir, então por enquanto pretende simplesmente dirigir sem rumo algum.

Ambos estão em silêncio e imersos em seus próprios pensamentos, algumas gotas de chuva caem e escorrem pelo vidro do carro. Cole encara a janela enquanto Lili presta atenção em sua direção, ela dirige lentamente mas isso não o incomoda.

A mente de Sprouse volta aos seus próprios problemas e ele se incomoda quando sente suas lágrimas marotas a quererem transbordar,  ele toma a necessidade de quebrar o silêncio que agora lhe parecia ensurdecedor. O carro para aguardando a preferencial porém não tem movimento algum na rua.

E se um caminhão de dez toneladas matasse nós dois nesse exato momento.

Lili o olha sem entender, ele tem um meio sorriso formado em seus lábios e ainda encara a janela. Mas se vira para ela antes de falar:
Morrer ao seu lado. Que jeito divino de morrer!.

As sobrancelhas de Reinhart se enrugam e Sprouse solta uma gargalhada.

— Sabe, as vezes você é bem estranho, como se tornou popular assim?.
Ela revira os olhos e mal sabe ela que isso só prolonga a gargalhada do garoto.

O carro volta a se locomover e desta vez Reinhart parece saber para onde ir, ela aumenta consideravelmente a velocidade e tenta ignorar os comentários de Cole sobre a prática na direção.

{...}

Chegamos!.
Reinhart fala parando o carro.

Sprouse olhou ao redor de onde estava, agora a chuva havia se cessado e ele acompanha Lili quando ela abre a porta e se retira do carro. Ela escora o corpo na frente de seu carro e Cole faz o mesmo, ele olha para cima e só então percebe o quão estrelado o céu está.

O garoto também presta atenção na paisagem, eles estavam em alguma espécie de morro cercado por grama e pelas luzes da cidade. Lá de cima a única coisa que ouviam era o som dos grilos cantando, e não o barulho dos alunos do internato ou buzinas de carro como ambos estavam acostumados, e apesar da vista ser simples, é isso que faz com que seja uma das mais belas.

— E-esse lugar...

— Lindo, não é?.
Reinhart fala com um sorriso.

Sim.. de onde você conheceu isso?.
Ele pergunta curioso e desta vez direciona o olhar para a garota.

Oh, eu não conhecia. Você falou que queria ir a qualquer lugar então eu literalmente fui para qualquer lugar, isso está sendo uma surpresa pra mim também!.
Ela fala arregalando levemente seus olhos.

Sprouse não evita soltar mais uma risada e desta vez a loira lhe acompanha, os dois não faziam ideia de como haviam chegado ali mas não estavam nem um pouco preocupados com isso. Muito pelo o contrário, depois de um tempo a conversa se cessou e o silêncio se fez presente novamente enquanto eles intercalavam entre observar a cidade e o céu.

Desta vez o silêncio era agradável, Lili em algum momento ajeitou sua fina blusa de frio que estava por cima de seu vestido florido e Cole sentiu a brisa gelada batendo em seu corpo, porém o mesmo não ligou.

— Poderíamos caçar vagalumes!.
A menina soltou de repente.

Espera, aqui tem vagalumes?.
Cole que estava em seu olhar sobre as estrelas o desvia para a garota.

Não faço a mínima ideia.
Um sorriso que mostra seus dentes estava presente em seu rosto.

~

Eles passaram o resto da noite conversando sobre coisas aleatórias e Lili cismou que existiam vagalumes naquele lugar. Nenhum dos dois queria voltar a sua própria realidade até o momento em que o sono se intensificou e com muita dificuldade acharam o caminho de volta para o internato. Ambos sabiam e sentiam que isto foi um passo para uma amizade que poderia existir.


...

Os comentários estão cada vez menos frequentes, não estão gostando da história?...

𝖀𝖓𝖙𝖎𝖙𝖑𝖊𝖉 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora