Após tudo parecer estar melhorando, uma visita pode trazer lembranças antigas, as quais Gilbert Blythe não estava esperando ter que encarar novamente. Sentimentos, novas sensações e algumas lágrimas... Quão pronto você está para trazer de volta as e...
Era uma ótima hora para o Gilbert ficar bêbado, eram recém 5 da tarde e ele já estava daquele jeito e acredito que pouca coisa o faria mudar de ideia, e uma dessas coisas não era eu. Quando eu cheguei ao endereço ele estava lá, sentado em uma das mesas, com uma garrafa de vodka que provavelmente ele havia comprado no mercado, eu parei um segundo pra ficar observando e pensar que provavelmente ele passou os primeiros dias do meu sumiço assim: jogado em um bar, em um estado deplorável, triste, talvez com raiva do mundo e de mim. - Gilbert, qual o seu problema, vamos embora - Digo puxando seu braço mas ele puxa de volta se recusando a levantar. - Vem logo - Agora você se importa? - Sempre me importei, para de pensar que não - Sempre? Não, você nunca se importou comigo, você foi embora me deixou literalmente sozinho, e sem esperanças, isso é se importar pra você? - Ele se embolava em suas próprias palavras e não conseguia ficar em pé por muito tempo - Quanto você bebeu? - Não sei, mas não interessa. Tentei o puxar e mais uma vez ele se recusou a vir comigo, eu não me importava de tentar a noite inteira, só queria ele em casa, seguro e de preferência sóbrio. - E aquele beijo? - Pergunto tentando pelo menos mudar de assunto - Significou algo? - Não, era pra significar? - Seu olhar entregava a seriedade em cada frase que ele dizia e confesso que aquela em especial me deixou um pouco magoada. - Tá bom, você vai pra casa agora, eu tô falando sério Blythe - Não eu não vou, e você não vai me obrigar, você não tem esse direito - Seu tom de voz agora estava elevado me fazendo recuar um pouco talvez com medo de onde aquilo acabaria - Você não tem o direito de ser grosso comigo! - Respondo no mesmo tom - Você não tinha o mínimo direito de deixar tudo assim, sem nem ao menos avisar que estava viva, largar seus amigos seu melhor amigo, você é uma idiota Anne, é isso que você é - Gilbert se levanta com uma certa dificuldade e eu dou um passo para trás - Eu devia mesmo ter te esquecido, e deixar tudo pra trás, você se tornou egoísta quando veio pra cá. Para de pensar só em você, para de achar que o mundo gira ao seu redor, você é... é... insignificante. Eu esperava qualquer coisa desse tipo de todo o resto do grupo menos dele. - Você está sendo escroto comigo sem nenhuma razão, está bêbado e não está se importando comigo. - Você por algum acaso se importou comigo alguma vez nessa sua vida idiota? Não você não se importou, e quer saber Shirley acho que você deveria mesmo ter continuado lá, não precisava voltar, seria bom se você estivesse... Gilbert estava gritando e um dos homens do bar veio em sua direção o segurando para que não se aproximasse de mim, sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. - Quem é você? Eu definitivamente não conheço mais você. - Digo com raiva e já sentindo lágrimas escorregarem mais e mais e decido mandar mensagem para o Corey.
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Quando Corey chegou eu estava sentada lá dentro em um dos banquinhos na frente do balcão e Gilbert estava em um canto pior do que quando cheguei. - Anne, você tá bem? - Foi ele quem me ajudou durante os sete anos cada vez que eu tinha uma crise de ansiedade, foi ele quem me entendeu e me ajudou a entender oque eu sentia quando estava longe de Gilbert, ele foi um bom amigo. - Sim, obrigada por vir. Só... Só leve ele pra casa, em segurança - Digo limpando um lágrima e ele apenas afirma com a cabeça. - Eu vou dormir em um hotel hoje, pela manhã eu te ligo, mas quero que deixe isso na mesinha do lado da cama do Gilbert junto com um remédio e uma água. - Tá bom.
