Limpava o resto dos pesos usados pelos garotos que estiveram fazendo academia, cada vez mais eles preferem optar pelos pesos e depois não os deixam nos devidos lugares, o que dá em eu enquanto os limpo, ainda ter de os arrumar sendo que eles são bem pesados.
Como sempre ainda estava, em plena hora de fechamento, o garoto que sempre chega depois da hora e compensa ficando para mais tarde mesmo eu já tendo falado que o horário é o que está mostrado e precisa ser comprido, mas parece que eu sempre abro exceções quando ele vem me pedir se pode demorar um pouco tempo mais nisto ou naquilo. Rosto angelical é o que dá nisto, depois se minha patroa descobrir sou eu que me ferro pois mesmo eu estando a cargo de maior parte desta academia, não sou a chefe nem a sub-chefe, eu sou uma empregada que faz horas a mais e nem pagam-me essas horas.
Ao arrumar tudo suspiro limpando meu suor da testa totalmente exausta, todos os dias eram assim.
Andei até a recepção e bebi uma garrafa pequena de água pela goela abaixo. Não era de beber água assim tão rápido, mas pelo simples facto de estar necessitando e ela estar numa temperatura um pouco mais inferior devido a ter estado na pequena geladeira portátil, eu senti-me bem ao beber tudo.
Quando menos esperei lá estava ele chegando do corredor, meu corpo estremeceu de uma forma que eu cheguei a engasgar, mas tentei me recompor antes e agradeci por ser uns belos centímetros mais baixa que a altura do balcão. Cada vez que eu estava sentada raramente me viam de longe, a menos que estivessem de outro ângulo.
- Novamente obrigada por ter e deixado ficar por mais tarde. Deixei o banheiro assim como ele estava quando entrei. Vou indo, tenha uma boa noite. - Falou assim que alcançou o balcão e eu olhei ele enquanto falava todas suas frases gentis e seu rosto angelical ajudava no estrago que isso poderia causar caso se alguém descobrisse que ele fica até depois da hora pois eu deixei.
- Boa noite para você também. - O mesmo faz uma pequena referência e sai do estabelecimento.
Respiro fundo me deitando praticamente sobre a cadeira por finalmente poder sair e fechar tudo. Não é que eu não queira ele aqui ou algo do género, mas sim eu estou com aquela sensação de fim de trabalho do dia.
Ao fechar tudo dentro do ginásio saio da porta sentindo a brisa fria da noite. Não era nem muito fria, nem totalmente fraca, mas sim uma boa brisa para se sentir depois de um dia sempre fechada num ginásio.
Assim que me dirigi ao meu carro me assustei quando notei uma presença do outro lado do mesmo.
- Me dá boleia priminha? Eu esperei duas horas por não haver ónibus. - Respirei fundo olhando o garoto alto na minha frente.
- A tia vai literalmente te espancar se souber que você anda saindo. - O mesmo revirou os olhos.
- Eu não sou mais um garotinho. Ela não pode me prender sendo que meu pai deixa. Agora vamos logo. - Abri o carro olhando ele torto pois ele sabe bem que eu tenho razão e o porquê de eu falar isso. Ele tinha de abrir os olhos.
Eu sou bem próxima dele pelo facto de minha mãe e a mãe dele serem irmãs gémeas. Minha mãe é totalmente carinhosa, diferente de minha tia que parece que quer prender tudo e todos em sua casa. Acho que a sorte de meu primo é ter os pais separados.
- Você tem de ter consciência nas coisas nas coisas Dongyoung. - Tentei o repreender usando o nome verdadeiro dele.
- Doyoung, - Respondeu um pouco seco e colocou seu sinto. Respiro fundo e tiro o carro do estacionamento.
- Você também devia tirar a carta de carro, você é dois anos mais velho que eu, é uma vergonha não saber nem como colocar as mudanças.
- Cala a boca ou eu conto para a tia que você não é paga nas horas a mais que faz. - Essa foi de atirar para um poço sem nenhum dó. Doyoung e eu podíamos ser muito unidos, mas também quando tínhamos oportunidades de ferrar um ou outro sempre estávamos expostos.
- Quer ir a pé? Essa foi de atirar em um poço. - Ele riu fraco.
- Claramente deve ter alguém que implique suas "horas extras". Costumo analisar quem entra e quem sai quando estou por perto... - O interrompo.
- Você anda me perseguindo? Se mete na sua vida seu cusco. - Lhe dei um peleteco e ele reagiu rápido à dor.
- Nem deixou eu acabar de falar!
- Nem vai falar mais. Ou fica mesmo a pé. - No momento que ele se calou agradeci a todos os santos que estavam olhando de cima essa conversa sem sentido algum.
Levei ele até o apartamento de seu pai onde ele está morando provisoriamente. Não sei o motivo de ele não ter uma casa própria, mas sempre me cheira que é por causa do jeito que a mãe dele é. Então não tenho muito que o julgar.
- Estou entregue, obrigada priminha do meu coração. - Selou minha bochecha e eu resisti muito para não limpar aquele momento da minha bochecha pois eu e Doyoung somos assim mesmo, desde bem novinhos.
Tomei rumo para casa assim que ele entrou e assim que cheguei na minha rua minha feição aborrecida e cansada se tornou numa mais alegre por finalmente poder ir relaxar meu corpo. Não estava aguentando as dores nas minhas costas por ter levantado aqueles pesos para os arrumar nos devidos lugares.
Claramente têm de se habituar que eu não vivo para sempre, isto é, eu não posso estar sempre arrumando o que deixam desarrumado. Tudo tem limites.
E um dos limites terá de ser cumprido o mais rápido possível. Que se chama: Lee Taeyong sair nas horas certas do ginásio e não ficar mais tarde nem que se ajoelhe na minha frente pedindo.
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7th Sense | lee taeyong
Fanfiction[CONCLUÍDA] Desde pequena fui ensinada que os sentidos fundamentais humanos são apenas cinco, acrescentando o sexto sentido da mulher, mas desde que conheci Lee Taeyong, acho que meu sétimo sentido é a grande atração por ele. Mas sei muito bem, que...