Capítulo 2 - Cadê o Nate?

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Noah P.O.V

— A Sabina não fez nada por mim, NADA! – ouço May resmungar pelo que parecia ser a vigésima vez em um intervalo de vinte segundos. – Ela não me acoberta nunca, pra que serve uma irmã se ela não me faz um mísero favor?

— Bailey, para de choramingar meu filho, supera logo que sua mãe vai te dar a maior bronca depois da aula e segue sua vida. Toda segunda-feira é isso, você já deveria ter se acostumado. – Josh diz sem desgrudar o olho da tela do celular.

— E além do mais, May, você sempre pede socorro pra Hidalgo em cima da hora, você sabe que ela é uma lesada pra ver o celular. – Digo tirando os óculos de sol e o encarando.

— Vai defender a Sabina agora, Urrea? – Bailey diz com sua típica carranca de birra se formando em seu rosto. – E desde quando você sabe como minha irmã é ou deixa de ser hein?

Dou risada do tom de voz insinuativo dele e reviro os olhos, antes que eu pudesse dizer algo, Josh se pronunciou primeiro.

— Como se fosse segredo pra alguém que a Sabina demora de 3 a 5 dias pra responder uma mensagem né Bailey? – Eu rio concordando e Bailey se deu por vencido. – Mudando de assunto, alguém viu o Nate por aí?

— Será que ele vai conseguir acordar hoje? Porque a quantidade de álcool que esse menino bebeu ontem... Eu ficaria desacordado até semana que vem! – Bailey diz com uma
expressão de desespero, provavelmente relembrando as cenas da noite passada.

Podia parecer exagero do Bailey, mas a verdade é que Nate tem um histórico extenso de vezes em que ele extrapolou na bebida.

— Pelas fotos que ele postou no instagram três minutos atrás, ele parece estar bem. – Josh riu divertido e nos mostrou a tela do celular com a última postagem de Nate.

— Esse filho da puta é louco... – murmuro divertido, e pegando meu próprio celular pra comentar na publicação do meu amigo.

-

— Nem acredito que é nosso último ano. – Ouvi minha própria voz dizer, um pouco atônito em pensar que aquele seria o último ano em que eu ia andar por aqueles corredores todos os dias. Depois disso, eu não fazia ideia do que o meu futuro me aguardava.

— Queria poder dizer isso também. – Josh suspirou. – Mas fico feliz que não vou ter que aturar vocês por mais um ano.

Seu tom era brincalhão, mas eu podia notar uma ponta de tristeza em sua voz. Se eu pudesse, com certeza levaria ele comigo, e Bailey pensava o mesmo.

— Qual a próxima aula de vocês? – Bailey perguntou, fazendo careta ao olhar o papel com seu horário de aulas. – Eu tenho geometria.

— Eu tenho literatura com o segundo ano. – Respondi descontente. Odiava as aulas mistas mais que tudo no mundo. – Pelo menos a professora Carmen me deixa dormir.

— Eu tenho Física. – A expressão de dor que Josh carregava, chegava a ser hilária. – Que inclusive é do outro lado do prédio, eu vou chegar tão atrasado.

Beauchamp deu um suspiro carregado antes de correr em direção a sua aula de física. Me despedi de Bailey que teria aula no corredor vizinho, e entrei na sala de aula barulhenta, sem a mínima vontade de ouvir 50 minutos do falatório da senhora Carmen.

Pelo menos era o último ano.

how to be a heartbreaker | urridalgoOnde histórias criam vida. Descubra agora