"E eu a ele: 'Sou um que escreve apenas
quando me fala o Amor e tenta relatar fielmente
o que ele dita dentro de mim'."×
"Hongie!"
O grito de desespero que ecoou naquele instante, fora o suficiente para despertar-me daquele sonho outra vez, me sentei no colchão e praticamente me perdia em meio ao amontoado de lençóis delicados que alguns...servos, possivelmente colocaram ali em algum momento da manhã.
Sentia a pele de meu rosto se arrepiar devido as linhas úmidas e geladas do suor que se estendia pelas têmporas, meu cabelo estava seco e pesado, com as pontas se enroscando e "grudando" ao rosto, não se afastando, independente de quantas vezes arrastasse as mãos pela pele para secá-la e aquecê-la. Procurei olhar ao redor na esperança de ter alguém conhecido a meu lado mas tudo que enxerguei, fora uma serva remexendo as brasas da lareira para cessar o fogo até que não tivesse mais nem um único vestígio e embora eu recebesse seu sorriso manso no momento em que ela havia me olhado, desviei meus olhos pois não conseguia me acostumar com aquelas mudanças contínuas pois estando perto do meu décimo sétimo aniversário, e sendo filho da realeza, esse era sempre um fardo a se carregar.
Tinha desconhecidos perto, os pais longe e sequer agia por decisão minha, era como me sentir como uma marionete na qual se vive apenas quando desejam mover as pequenas cordas que a prende. Eu me levantei da cama e me vesti rapidamente, apanhei as botas ao canto do quarto depois de me certificar de fechar o último botão da camisa, as calcei e ergui o olhar até a mulher outra vez que me tocou os cabelos:
──── Como dormiu, príncipe? ── Eu apenas acenei com a cabeça em um meio sorriso, ela se abaixou a minha frente e logo prosseguiu. ── Sua mãe precisa que você vá até a sala dela, pois o senhor tem um encontro marcado com um mestre de equitação e também com o chefe da guarda que lhe dará introdução a seu treino de cavalaria.
Outra vez, assenti com a cabeça e soltei um suspiro inaudível, ao menos para ela, qual nem mesmo deixaria que visse minha atual "frustração".
Primeiro, deixei que ela saísse do quarto, e completamente vestido e perfeitamente arrumado, quase como uma peça da realeza - como se eu não fosse uma - me direcionei até a sala, o escritório de minha mãe, a Rainha. Mas, antes mesmo que atravessasse a porta, ela caminhava na minha direção graciosamente. Ao parar no batente do cômodo, corrigi a mim mesmo a postura e quando ela estava mais próximo, abri meu melhor sorriso simpático.
── Temos que conversar.. ── Ela suspirou, mas logo sorriu. Mesmo curioso, mantive minha expressão impassível. ── Com uma pessoa antes. Venha. ── E passou por mim, soltando o bordado do vestido e caminhando lentamente pelo corredor, em direção ao fim dele. Apressado, a acompanhei, descendo as escadas em sincronia à ela, e quando a enorme porta do que identifiquei ser a sala do trono foi aberta para nós, meu sorriso se esticou nos lábios verdadeiramente.
Passei por minha mãe, indo até o "Duque".
Ele, por sua vez, era mais alto e exalava superioridade, seus cabelos eram longos e ondulados, aos quais tinha o costume de pentear para trás. Seus olhos possuíam um tom castanho que tinha grande beleza, o qual tendia a se misturar com as tonalidades dos vitrais de quando o sol tocava sua sala, se assimilando a belos rubis brilhantes que aperfeiçoavam sua palidez, o transformando em uma das mais invejadas preciosidades que todo o reino de Harzian poderia ter visto.
Digamos que a genética de nossa família era como... era como se tivéssemos sido abençoados pelos deuses.
Era o que meu pai diz. Já eu, não costumava acreditar muito em tal "fé" que eles sempre impunham.
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ETERNITY || Seongjoong
Fanfiction⭐ 1st na categoria "fanfic" no concurso "Estrela de Ouro" - 24/10/20 "𝑬𝒗𝒆𝒏 𝒊𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒉𝒐𝒍𝒆 𝒘𝒐𝒓𝒍𝒅 𝒄𝒉𝒂𝒏𝒈𝒆𝒔, 𝒊'𝒍𝒍 𝒐𝒏𝒍𝒚 𝒍𝒐𝒗𝒆 𝒚𝒐𝒖" Nos primórdios, onde forças maiores eram enviadas para proteger os humanos, reza a his...