[2] Le premier symptôme de l'amour vrai chez un jeune homme, c'est la timidité

309 46 9
                                    

O corpo se remexeu na cama preguiçosamente como se tivesse passado muito tempo adormecido, e era verdade. Apesar da serenidade que emanava após se recobrar a consciência, continuou a dormir. Ao menos, aliviou a todos a seu redor, principalmente, a Rainha.

Neste momento, quase um dia depois, o Sol estava no seu ponto mais alto no céu. Ele brilhava forte, como se pudesse lançar chamas na terra, quase como os fios de Hongjoong. Nas histórias que ainda vivem entre aquela família, dizem que o Príncipe foi abençoado pela Deusa do Sol, ou da Luz, e por isso, ele tem os fios que caíam agora em mechas sobre seu rosto, da cor vermelha. Era como fogo. Dócil sobre outros olhos, mas ainda assim, fogo.

×

Minha cabeça latejava como se tivesse levado um golpe, e talvez fosse isto mesmo.

Apertei os olhos pela luz do Sol, e ao me sentar, nem mesmo a senhora que cuidava sempre de mim, estava ali. Mas, as roupas estavam bem passadas e penduradas próximo a penteadeira, a bandeija prateada havia o mais variado tipo de pães e doces, somado ao chá que fumegava na xícara. Soltei o ar devagar, dando valor aos pulmões, e me levantei o mais lentamente que consegui, já que o estômago estremecia, pedindo por comida.

Caminhei até as cortinas longas e altas, puxando apenas o tecido mais fino, não escurecendo totalmente o quarto, mas trazendo mais aconchego aos meus olhos. Assim, fui até a mesa, me sentando na única cadeira posta ali. A bandeija era grande apenas para uma pessoa, mas me alimentei o melhor possível. Hoje seria um longo, longo dia.

Como ontem.

Eu me lembrava vagamente do grito de Youngjo, e depois Sparkle galopava feito um corcel enfeitiçado.

Deixei a xícara de chá já vazia sobre a bandeija, e me levantei outra vez, coçando os olhos. De longe, observei cada pedraria incrustada na roupa, a tornando majestosa, quase divina. Ela era branca e azul; as cores do Reino. Esperava que, pudesse fazer tudo por hoje, menos algum pronunciamento. Eu não era muito bom com estas coisas.

Quando terminei de me banhar e adequadamente todo o resto da higiene matinal, sem Kya - a senhora que cuidava mais de mim que minha mãe - ali, deixei o cabelo ruivo livre do gel, e ao abrir a porta do banheiro, a porta do quarto era aberta lentamente.

- Soube que quase morreu. - Yeosang passava pela porta, os braços cruzados e a sobrancelha arqueada. - Você acha que eu ia deixar você morrer sem fazer o testamento?! Primo desnaturado.

Ele desfez a pose falsa de raiva em segundos, vindo até mim. Nos abraçamos calorosamente, o que pouco acontecia no meu círculo familiar. Mas era Yeosang. O apertei forte nos braços, podendo por segundos, saborear de seu afeto. Encostei minha cabeça em seu peitoral, pela diferente de altura aparente, e sorri, quase um minuto depois, me soltando dele.

- Não morri. - Ele me tocou os ombros, apertando suave. Ri. - Estou bem, primo. De verdade.

- Certo. Ah, ele voltou! - Se virou, me fazendo olhar para a porta novamente. O garoto de cabelos escuros bem arrumados adentrou o cômodo e fechou a porta, sorridente.

- Jongho! - Fui até ele, e nos abraçamos rapidamente. Ele não era muito de abraços como Yeosang, ou simplesmente me "respeitava", mesmo que isso não fosse necessário.

Ele sorriu, curvando-se rapidamente. Neguei com a cabeça. Jongho era como... uma "cavalheiro de companhia". Ele me seguía para todo o lado, nas vezes que não estava longe, na cidade dos Camponeses. Ainda assim, nos conhecemos há tanto tempo e mesmo que a desgostosa hierarquia nos separasse sobre os olhos de outros, por dentro, ele era como um irmão que nunca tive. Filho de Kya, a mulher que sempre cuidava de mim, era impossível não tratá-lo diferente do que sempre fomos.

ETERNITY || SeongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora