𝖻𝗂𝗅𝗁𝖾𝗍𝗂𝗇𝗁𝗈𝗌. ░𝘣𝘳𝘪𝘨𝘩𝘵𝘸𝘪𝘯

dez

Sim, eu fiquei perdidamente... perdido? No início, eu tinha que me acostumar com aquela bolinha branca saltitando e andando por todos os cantos da casa, eu tinha que me acostumar a ver ele pulando da cama primeiro que eu e sua animação me contagiava diariamente. Nos cafés da manhã ele comia frutinhas e cereais, muitas coisas, no almoço ele comia pouco, era uma salada ou qualquer coisa, durante a noite comia menos ainda, Win era meu inverso.

O pequeno pentelho gosta de música indie e clássica, gosta de dormir tarde e de mexer com qualquer coisa que envolva sistemas. Certa vez ele me disse que sua mãe o ensinou a tocar piano, deixou escapar que tem um grupo de amigos composto por Gun Korawit, Toptap e Love, que, ao que ele deu a entender, era sua melhor amiga ou namorada.

Win sempre deita em cima do travesseiro ao lado do meu e fica me olhando antes de dormir. Não sei o que se passa em seu pequeno coração, nem o que ronda sua mente travessa mas eu amo estar ao seu lado.

Mesmo só o tendo por tão pouco tempo, foi tempo suficiente para marcar meu coração com seu jeitinho. Win. P'Win.

— Ei Nong, preciso ligar para Love, eu... não posso deixar que pensem que algo errado aconteceu. — ele me pediu com olhinhos tristes.

Eu disquei o número que ele me disse e deixei o telefone de forma que pudesse falar e me afastei para que tivesse privacidade. Meu peito parecia pesar.

— Hey Patt, sou eu, Win. — disse com a voz baixa. — Ah, desculpe. Me desculpe o sumiço. Tudo anda bem? Como Gun está? Toptap tem dado conta das coisas? Eh... Isso é bom...

Depois dessa ligação Win me disse que não sabia se poderia ficar mais comigo. Sentados na sacada ele me contou que o vice presidente de onde trabalhava verificaria se poderia dar conta das coisas antes de voltar. Ele se atrapalhou todo na explicação. Disse também, sob o sol do fim de tarde e aquele ventinho gostoso enquanto estava deitado em meu ombro:

— Esses tem sido os melhores dias da minha vida, Bright. — ele sempre evitava me chamar pelo nome. — Ser um pequeno fedelho me deixou feliz porque te conheci mas eu não sei se posso ser eternamente assim. Adultos tem responsabilidades, grandes responsabilidade.

O seu tom de voz, que ia totalmente contra a aparência fofinha, parecia abatida.

— Mas poderemos manter contato, sim?

Senti o pequenino murchar mais ainda e suspirar.

— Eu espero?

— Hey, o que houve? — juntei minhas pernas contra o peito e deixei que ele sentasse em meu joelho através de uma ponte que fiz com meu braço. O cheirinho de morango do shampoo que eu havia comprado especificamente para ele inundava meu olfato.

— Acho que... me casarei em breve. — sussurou com os olhinhos castanhos perdidos. Talvez chorosos? — Mas eu não amo a Patt. Eu ainda não consigo amar alguém assim Bright. Love vai me odiar se eu a disser que não a amo?