𝖻𝗂𝗅𝗁𝖾𝗍𝗂𝗇𝗁𝗈𝗌. ░𝘣𝘳𝘪𝘨𝘩𝘵𝘸𝘪𝘯

onze

Hah, contar para o moreno que eu teria logo que casar me partiu o coração. Mas eu também não sei porque dói tanto em mim.

Éramos alegria.

Nós ficamos em silêncio na sacada até nossas barriguinhas gritarem de fome e procuramos qualquer porcaria para comer, o que rendeu em uma macarronada que você fez de forma bem desajeitada.

Macarronadas me lembram Toptap, ele sempre xeretava na panela do molho, enfiava muito manjericão ou se aproveitava pra molhar um salgadinho.

Nós estávamos em silêncio.

— Come Mr. Win. — ele alertou com um aceno.

— Mr. Win?

— Prefere Snowball? — zombou com as sobrancelhas erguidas.

— Hah??? Pare de me comparar com esse maldito personagem! — bufei, Bright caiu na gargalhada, ao ponto de por as mãos na barriga e se contorcer de rir. — Minha cara de piada. Palhaço.

Virei piada. Grande dia.

Antes de irmos dormir ele escovou os dentes dele e eu fiquei quietinho ao seu lado esperando minha vez. O moreno dorme de pijama, e fica tão fofo de biquinho enquanto dorme, e quanto acorda parece que passaram a vassoura na cabeça dele.

Respirei fundo. Depois de amanhã Jirakit viria me buscar e eu não sei como explicaria que eu sou um coelho de coração balançando por um homem. De certo que seria melhor lidar com ele do que, de cara, ter que ver a Love.

Bright estava de olhinhos fechados, provavelmente aproveitando seu soninho tranquilo. Diferente dele, minha cabeça parece gritar em todos os idiomas que um dia eu tentei aprender. Era insuportável. Meu peito parecia estar sangrando por uma rosa, sacrificando seu belo canto por uma rosa, a mais bela e vermelha de todas. Minha caixa torácica parecia não querer libertar meu coração então ela o abraçava contra-si de forma tão forte que doía.

A vontade de chorar me fazia engolir a seco aquele amontoado de arames que estavam engatados em minha garganta.

— Não sei o que está acontecendo — me levantei, por minhas bochechas uma solitária lágrima deslizava, acariciei o rosto de Bright e sem querer uma lágrima minha tocou seu rosto.

De ombros caídos eu o deixei dormir em paz e a passinhos curtos  fui para a sala, subi no sofá e me sentei ali, chorei ali, adormeci ali.