dezoito

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Bright respirou fundo e olhou-se no espelho mais uma vez, observou a calça escura e se perguntou se realmente estava bem com ela. Era seu uniforme de guerra: calça social levemente apertada, camisa preta, cinto, sapatos sociais, as vezes um blazer e um cordão, os óculos escuros. Sorriu.

Metawin também respirou fundo, olhou para a porta de sua sala e viu tudo quieto. Com a carta que escreveu no dia anterior rolando entre seus dedos e uma sensação de agonia o corroer o peito ele arrancou a gravata, abriu três botões da camisa social, tirou o blazer e se sentiu aliviado por estar de calças jeans naquele dia.

Bright estava decidido a se confessar a Metawin. Win estava com a mente confusa e cansada, só queria pegar um ar naquela quarta de manhã.

— Nong, tenho grandes compromissos agora de manhã? — Metawin perguntou ao se aproximar da mesa de sua secretária.

— Não senhor, somente revisões de dados.

— Despacha. — ordenou conferindo as horas no relógio.

— Mas S-

— Nong... eu estou só os cacos, converse com Jirakit por mim e se ele quiser eu amaria que me desse uma mãozinha. — vendo um bico se formar nos lábios de seu chefe e já o conhecendo bem, somente assentiu.

O dia lá fora era ensolarado, o verde estava encantador e, com as mãos nos bolsos da calça Win respirou fundo. Seu coração estava afundado em uma grande melancolia, em uma grande confusão, maior do que jamais imaginou.

Bright dirigia em direção a WT, o trânsito não estava dos mais pesados, ainda bem, talvez chegasse a tempo de chamar Win para almoçar ou coisa semelhante. Mais perto do centro, onde ficava a empresa, Bright notou um pequeno tumulto e alguém alto no centro daquela confusão. O moreno pressionou os olhos tentando focar no que acontecia ali e arregalou os olhos ao ver Win ali.

— Merda, não tem vaga! — bateu com força no volante e vendo que o sinal acabava de ficar vermelho fez o que sua cabeça mandou. Bright puxou o freio de mão e saltou largando tudo para trás, gritou — Win!

O tumulto era forte e Win estava atordoado até ouvir seu nome ser pronunciado por uma voz masculina familiar. Os olhos do castanho se arregalaram porque era ele.

Com um sorriso radiante nos lábios Bright puxou Metawin pelas mãos e assustadas as pessoas abriram espaço. Vachirawit aproveitou a distração e puxou o mais velho, correndo em direção ao carro.

— Bright o que você-

— Entra! Merda, vai abrir!

Nada foi muito calculado, Bright só pegou Win no colo e entrou no carro com ele ali — e por Deus, deu certo —, o moreno puxou o freio de mão e vendo que se atrasasse mais teria buzinasso, só deixou Win onde estava, literalmente sentado em seu colo com os olhos arregalados, e deu partida dirigindo com certa dificuldade.

— Win, tudo bem?

— E-eu... desculpa. Vou sair de cima de você.

— Eu estava gostando. — olhou para o outro rapidamente. Win corou. Com cuidado ele foi para o banco do carona e respirou fundo.

— Obrigado por me tirar de lá, eu não estava muito confortável...

— Por você. — sorriu — Agora diga, para onde ia? Sou todo seu, sabe disso.

— Sei?

Shiiaa!, o castanho pensou.

— Se não sabia já vai saber muito mais. — piscou. Win o encarou rapidamente, as maçãs de suas bochechas estavam vermelhas, Bright achou adorável o ver corar. — Você está disponível até que horário?

— Hm... de manhã não tenho nada realmente importante. — diz olhando as notas no celular. — Pela tarde nada também e pela... — suspirou, parecia cansado — pela noite um jantar.

Pelo tom de voz Bright cogitou que fosse com Patt.

— Pense nisso mais tarde. — consolou acariciando o joelho de Metawin e piscou — Até às oito você é meu príncipe, só meu.

— Convencido.

A atmosfera ali era boa, somente os dois, abandonado os problemas para o lado e tentando ser um tiquinho inconsequentes.

— Shiaa, hoje está quente... — sussurou abrindo o terceiro botão da camisa.

Todos os assuntos possíveis correram dentro daquele carro preto, menos o que Bright queria. Sinceramente tinha medo da reação de Win e tinha mais medo ainda de estragar o passeio.

— Um Americano e o de sempre pra mim. — Win disse ao atendente assim que chegou na cafeteria.

— Como sabe que eu gosto de Americano?

— Vez ou outra aparecia um Americano por cima do balcão com uma declaração de amor, — Win diz desconfiado — aquilo era o que? Fã? Ficante?

— Ciúmes, Win Metawin?

Porra seu nome nunca foi pronunciado de forma tão viciante e bela.

— Hah? — se fez de desentendido, queria ouvir mais uma vez.

— Win Metawin — o outro falou baixo, o castanho foi obrigado a fazer leitura labial e ficou preso na perfeição que eram —, ciúmes?

O mais velho deu de ombros se encostando no banco.

— Eu sou seu príncipe. Você também é meu príncipe, tenho o direito de usar o pronome possessivo também.

Danadinho. Bright assentiu. Agora?

O atendente chegou com os pedidos e novamente o moreno se perguntou se era aquele o melhor momento. Se não era ali, quando seria? Só de pensar nisso seu coração já começava a se agitar na caixinha.

— Win...

Foi como uma injeção de hiperatividade espontânea, o coração do castanho quase saiu saltitando feito retardado.

Preciso falar antes que seja tarde!, ambos pensaram.

— Win eu... — suspirou.

Ambos falaram, — Eu gosto de você!

𝖻𝗂𝗅𝗁𝖾𝗍𝗂𝗇𝗁𝗈𝗌. ░𝘣𝘳𝘪𝘨𝘩𝘵𝘸𝘪𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora