Bright:
O dormitório da Lee era a cara dela. Bem tranquilo, aconchegante,bem decorado. Por mais que estar com meus amigos me deixasse sempre bem, dessa vez era diferente.
Eu olhava para Lee, sorrindo, conversando com os amigos, deixando todos confortáveis em seu dormitório.
Apesar de estar com o pulso enfaixado e o rosto inchado, ela não deixou nada disso abalar seu lindo sorriso. Na hora de ir embora, fui na frente de todos. Meus amigos(os novos e os de antes) sabiam que eu odiava dar explicações.Quando abri a porta da minha casa, desviei de uma garrafa de vidro, que acertou a parede ao meu lado, espirrando cerveja pra todo lado:
- Merda! Onde você estava, seu vagabundo?!
Meu pai estava sentado no sofá, rodeado de garrafas de cerveja e vinho, bitucas de cigarro e pacotes de comida:
- Onde está a minha mãe?
- Deve estar lá em cima, dopada. De novo. Onde você estava?
- Eu estava com uns amigos. Mas já voltei. O Gun já jantou?
Meu pai deu de ombros e eu corri pro andar de cima, entrando no quarto do meu irmão:
- Gun? Gun, cadê você?
- Bright!
Um corpo mais baixo que o meu me abraçou com força. O abracei de volta. Apesar de ter apenas 18 anos, Gun ainda era meu garotinho:
- Gun, olha pra mim.
Seu rosto estava inchado, com um corte no lábio inferior e um olho já roxo:
- Gun, o que...?
Ele enxugou as lágrimas:
- Bright. Eu não quero mais ficar aqui. Vamos embora, por favor. A mãe nem liga quando ele me bate, ela vive dopada. Eu chego da escola e os dois estão lá, dopados.
Limpei suas lágrimas e beijei seu rosto:
- Gun, junte suas roupas. Eu já volto. Tranque a porta do seu quarto e só abra quando eu vier te buscar.
Gun assentiu, correndo pelo quarto.
Entrei no quarto dos meus pais, abrindo a porta com força. Minha mãe estava jogada na cama, já desmaiada. Meu pai saiu do banheiro, vestido e com o cabelo molhado:
- O que você tá fazendo aqui, moleque? Sai já daqui.
Me aproximei e dei um murro em seu rosto:
- Quantas vezes já disse pra não encostar no meu irmão?
Meu pai se levantou e devolveu o soco:
- Seu irmão é só um marica, um bichinha! Ele só recebeu o que merecia. Não é homem!
Derrubei ele no chão e enchi ele de socos:
- Deixe a gente em paz! Ele é mais homem do que você! Não ENCOSTE no meu irmão!!!
Me levantei e encarei minha mãe:
- Você nem mãe não é. Que vergonha.
Sai de lá e juntei minhas coisas, enquanto fazia uma ligação:
- Zee. Eu... Nós precisamos de você. Não dá mais pra deixar meu irmão aqui.
- Cara, finalmente. Vem pra cá. Ainda bem que aceitou a proposta dos meus pais. Somos família. Venham pra cá. Estamos esperando.Quando chegamos na casa de Zee, ele e meus tios já nos esperavam na porta:
- Entrem, entrem.
Tia Rose era uma mulher muito amorosa e o tio Chen era carinhoso e gentil:
- Meu Deus... Aqueles dois perderam a cabeça! - Tio Chen gritou, quando contei a ele o que houve.
Tia Rose estava limpando nossos machucados e nos deu algo para comer:
- Vocês sempre serão bem vindos aqui. Essa é a casa de vocês.
Depois de uma longa conversa com eles, coloquei Gun para dormir. Ele ainda estava muito assustado:
- Eu vou cuidar de tudo, Gun. Eles não podem mais te machucar aqui. Eu prometo.
Dei um beijo em sua testa e saí do quarto, encontrando Zee na porta:
- Você foi muito forte. Se eu tivesse irmãos, gostaria que fossem como você.
- Qual é. Somos irmãos. Obrigado por nos aceitar aqui. Eu vou procurar um emprego pra ajudar no que for e pagar a Universidade.
- Você tem é que tomar um banho quente, pra relaxar. Tirar esse cheiro de cerveja de você. Estamos contigo, irmão.
Na manhã seguinte, Zee deixou meu irmão na escola e fomos pra Universidade. Quando chegamos, vi Kaownah perto de Lee. Corri pra lá, com Zee atrás:
- O que você quer aqui? Fique longe dela.
Lee me encarou:
- Ele veio falar comigo. Me ligou ontem e vamos conversar hoje. Vocês já viram que eu sei me defender. Estarei bem.
Ela saiu com ele, nos deixando apreensivos:
- Ele ligou pra ela ontem?
- Ligou. Ela falou com ele no quarto dela.
- Não confio nele. Não mesmo.
Ficamos conversando até o horário das aulas. Eu ficava com o pensamento em Lee e Kaownah; o que estariam conversando, será que ela estava bem?
O horário de almoço chegou e fui guardar minhas coisas, quando senti um toque em meu ombro:
- Pois não?
- Você é Bright não é?
Me virei e vi uma garota loira, de olhos muito escuros e pele bronzeada parada, com um sorriso enorme:
- Sou eu. Qual o problema?
Ela segurou meu braço, eu a encarei:
- Eu posso almoçar com você e seus amigos?
Dei de ombros, me soltando. Fui com os caras até a mesa do pessoal da Medicina:
- E aí, casais!
Cada um sentou com seu parceiro e me surpreendi ao ver Lee de mãos dadas com Kaownah. Todos me encararam, pois eu permaneci calado. Lee voltou seus olhos pra algo atrás de mim e fechou a cara:
- Quem é ela? - Lee apontou.
Eu tinha até me esquecido. Puxei a loira pela cintura e dei um beijo em seu rosto:
- Ela está comigo. Espero que não se importem se ela almoçar com a gente.
Todos restaram importância, mas vi Lee fazer careta. Nós sentamos e sussurrei no ouvido da loira:
- Qual teu nome?
- Elizabeth, eu sou americana intercambista.
Dei de ombros. Só precisava do primeiro nome. Todos conversavam tranquilos e vez ou outra, Kaownah me lançava olhares vitoriosos e dava beijos no rosto de Lee. Como eu nunca fugia de um desafio, me virei bruscamente para Elizabeth, chamando atenção de todos.
Assustada, ela me encarou. Segurei os dois lados do rosto dela e juntei nossos lábios. A boca dela era fina e grande, muito diferente da boca de Lee, mas segui a beijando. Elizabeth torpemente seguiu meu beijo agressivo. Quando a soltei, ela estava vermelha, sem ar e com um olhar sedento.
Recebi um chute por baixo da mesa e como todos pareciam bravos comigo, exceto Kaownah, não soube quem foi:
- Com licença. Eu e Elizabeth temos que ir à biblioteca. Vejo vocês por aí.
Saímos dali e no corredor para a biblioteca, ela entrelaçou nossas mãos. Eu me soltei e a encarei:
- Não entenda errado. Não estamos namorando. Se quiser ficar comigo algum dia, me procure. Mas eu não serei seu namorado.
A deixei parada no meio do corredor e entrei na biblioteca, limpando minha boca.
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My love life in a triangle
FanfictionNada nunca abalava a estrutura daquele grupo. Sempre foi assim. O casal modelo e os amigos perfeitos. Além de lindos, aquele grupo era muito fiel e divertido. Existia um grupo diferente do deles, composto de rapazes bonitos também. Mas eram conhecid...