Umbrella °•°ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ°•°

6-O desastre

Pov's Cole

Eram 02:30hrs da manhã quando os médicos levaram meu pai para a sala de cirurgia. Eu tive que esperar, então fui passar o tempo na recepção.
Quase uma hora depois, eu vi a enfermeira que acompanhava meu pai correr de um lado para o outro no corredor do hospital.

—Aí está você!! –Disse ela ao me ver —Bom, sr. Spouse, tenho uma notícia pra te dar.

O olhar de preocupação da enfermeira me assustava.

—Está tudo bem com meu pai? –eu já estava preocupado.

—Ocorreram algumas complicações durante a cirurgia, e seu pai está na sala de UTI. Sou médica e não posso esconder absolutamente nada de você, mas se a situação piorar... Talvez ele não resista.

Quando ela deu a notícia, foi como se o mundo caisse sobre a minha cabeça e uma lágrima escapou dos meus olhos.

—Sei que é difícil, mas peço que mantenha a calma. Estamos fazendo o possível pelo seu pai. –Completou ela.

Eu não conseguia dizer nada, parecia que tinha um bolo preso na minha garganta.
Dei as costas para a médica, peguei as chaves do carro do meu pai e fui pra casa.

Percorri todo o caminho chorando enquanto dirigia, e quase bati o carro, pois as lágrimas embaçavam minha visão.
Ao chegar em casa vi que o moço da oficina havia deixado o meu carro já concertado na garagem. Destranquei a porta e ao entrar fui direto para a geladeira, e peguei todas as bebidas que ali haviam. Eram muitas.

Eu chorava desesperadamente enquanto virava uma garrafa após a outra. Estava largado no sofá e via um filme se passar na minha mente.
Essa situação fez com que eu lembrasse da minha mãe e do meu irmão gêmeo, que se mudou para bem longe por não aturar o nosso pai e me deixou aqui com o peso do mundo nas costas.

A lembrança fez a serpente da ansiedade atacar com força no peito, que cheguei a ficar sem ar. O que havia de errado comigo? Eu estou perdendo todo mundo.

Estava fora de mim, e sem pensar peguei as chaves do meu carro.

Pov's Narrador

O Cole dirigia completamente embreagado, estava na estrada 95 fora de Los Angeles quando perdeu o controle e bateu o carro em uma árvore e não viu mais nada.

Acordou minutos depois com uma dor insuportável na cabeça e no ombro. Ele não percebeu, mas por conta do impacto, o mesmo bateu a cabeça no volante fazendo com que se formasse um ferimento na testa que sangrava muito. Além disso, os cacos de vidro do carro provocaram pequenos cortes pelo seu braço.

Cole estava completamente fora de si e como se não bastasse, ele saiu do carro todo ferido tropeçando nas próprias pernas, e foi para o meio da pista.
Estava inconsciente, não sabia o que estava fazendo. Imediatamente avistou uma luz que vinha na sua direção -era um carro- mas ele estava com a visão turva para perceber.

Felizmente o motorista desviou causando um susto em Cole, e fazendo com que o mesmo desse um pulo para trás, e o motorista seguiu mas não parou para dar socorro.

Com um flash de  memória que veio na sua mente, ele pegou o celular e ligou para a primeira pessoa da sua lista de contatos, Lili.

Pov's Lili

Eu dormia tranquilamente quando acordei assustada com o toque do meu celular.

—Quem diabos liga as 3:30hrs da madrugada???

Estava sonolenta e não olhei para ver quem era, apenas atendi a ligação.

[Ligação on]

L: Alô? –Não ouvi respostas, apenas uma respiração pesada. —Alô?? –Repeti.

C: Lili...me ajuda...eu...

Ouvi a voz do Cole, ele parecia atorduado e assustado com uma voz de choro.

L: Cole?? Está tudo bem? Onde você está?

C: Me encontra na estrada 95...por favor eu preciso de você. –ele falava com dificuldade

L: Ok, estou a caminho.

[Ligação off]

Não pensei duas vezes, eu estava preocupada. Vesti um moletom, peguei minha bolsa e as chaves do carro da Camila e fui atrás do Cole.

No caminho eu pensei muito e nem eu sabia o por quê estava tão preocupada com ele. Tinha acabado de conhecê-lo, mas aqui estava eu as 3:30hrs da madrugada na estrada, indo atrás da pessoa que faz o meu coração acelerar desde a primeira vez que o vi.