Capítulo 7

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Pov's Lili

Eu estava dirigindo a quase 40min, quando avistei a placa que indicava Estrada 95, soltei o ar pela boca ao pensar o que motivou o Cole pra me chamar na madrugada e por que ele estava com voz de choro.

Enquanto dirigia pela estrada, vi um carro batido em uma árvore do lado oposto da estrada, aparentemente o motorista tinha perdido o controle e parou na contra mão, batendo na árvore. Resolvi parar pra ajudá-lo sabendo que deveria seguir pra encontrar o Cole.

Estacionei o carro, de forma que não atrapalhasse outros motoristas que passariam por alí e atravessei a pista. Me aproximei e vi um homem de cabelos escuros sentado no banco do carona, não consegui ver o rosto, pois o mesmo estava com o rosto virado para o lado.

Olá, tudo bem? Precisa de ajuda? –perguntei e levei a mão à boca quando a pessoa virou-se na minha direção. Era o Cole.

Fui correndo até o outro lado e abri a porta do carro, sentia meu coração pulsar nos ouvidos de tanta preocupação e medo que fosse algo grave.
O Cole tinha um ferimento feio na testa, e seu braço estava arranhado, haviam cacos de vidro espalhados dentro do carro.

Meu Deus, Cole!! O que aconteceu com você?falei assustada segurando seu rosto nas minhas mãos.

Meu pai vai morrer Lili, eu vou perder meu pai! –disse ele chorando e me agarrando em um abraço que transmitia medo.

O abracei de volta para passar segurança, mas eu estava tão assustada quando ele.

Calma Cole, calma. Vai ficar tudo bem. –Falei com tranquilidade.

NÃO VAI LILI, NÃO VAI! –ele gritou saindo do abraço, e eu pude sentir o fedor de álcool que saia da sua boca.

Como você sabe que não vai ficar tudo bem? Mantenha a calma.

Ei Cole, olha pra mim. –ordenei e ele o fez —Você está tenso, relaxa e respira.

Eu não consigo. Minha cabeça dói, meu pé dói, meu corpo inteiro dói. –Falou fazendo careta de dor.

Ele disse e eu me agachei pra olhar seu pé. Estava bem inchado e roxo.

Você saiu do carro? –Perguntei.

Não sei, acho que sim. Eu torci o pé, não foi?! –perguntou ele, e eu posicionei a mão ao redor do seu calcanhar.

Vou mexer nele –avisei—Preparado?

Não! Não toque no meu pé!

Não o obedeci, e comecei a mexer mesmo assim, dando instruções:

Movimente o dedão. Agora, todos os dedos. E o pé de um lado para o outro.

Cole fez uma careta de dor, mas obedeceu em tudo.

Você deu sorte –disse, pousando o seu pé sobre meu moletom. —Fratura estável no quinto metatarso. Uma ruptura única e simples do osso mais externo do pé.

Sorte? Como um osso quebrado pode ser sinal de sorte? –Perguntou ele espantado.

Ah, não sei... vamos ver... como "só um osso quebrado" pode ser sinal de sorte... Pelo menos você não morreu nesse acidente. Falei com uma cara de deboche.

Tudo bem, tudo bem, entendi. Desculpe. –Disse ele percebendo que era óbvio.

Coisa rápida. Umas seis semanas com um gesso, e isso vai curar direitinho.

Agora vem aqui. –Falei estendendo a mão pra que ele pudesse se apoiar.

Ele estava com a boca em forma de O, acho que ficou impressionado com minha experiência.
Quando ele estava de pé, passei um dos meus braços por sua cintura e um braço dele sobre meus ombros.

Por que está me olhando com essa cara? –Perguntei.

Você é médica? –Perguntou ele enquanto atravessávamos a pista, e eu o coloquei no banco de trás do carro de Mendes.

Não, mas tenho uma tia que é. Uma vez eu quebrei o pé quando era pequena, e ficou igualzinho o seu, aí minha tia fez essas mesmas coisas e eu lembro até hoje. –falei enquanto pegava um pedaço de algodão que tinha no carro, (eu deixava alí com as maquiagens caso saísse atrasada de casa) e uma garrafa de água para limpar seu ferimento na testa.

Você e suas histórias. –Disse ele rindo e um pouco mais sóbrio.

Pelo menos servil pra algo, né?! –respondi dando um sorriso de canto.

Molhei o algodão e passei na testa do Cole, limpando o sangue.

Pra onde você estava indo? E por que pegou o carro sabendo que estava embriagado?

Eu não quero falar disso, tá bom? Esquece essa história. Disse ele com uma cara triste.

Então tá. –Respondi parando de limpar sua testa e dei de ombros.

Peguei o celular e disquei para um guincho.

Ei, pra quem você está ligando? Volta aqui!! Sério que você vai sair só por que não te contei a história trágica da minha vida? Disse o Cole.

Calma senhor Drama, eu só estou ligando para um guincho vir buscar seu carro. Me passa o número da sua seguradora pra avisar?

Tá, toma aqui. –Disse ele tirando um papel do bolso.

Liguei para o guincho e depois para o seguro do carro do Cole, e voltei para limpar seus ferimentos.

Você precisa de um banho, só esse algodão não vai adiantar muita coisa. –Falei o óbvio —Vou te levar até seu apartamento.

Ok, obrigada. –Disse ele.

Fomos o caminho todo em silêncio. Eu não queria falar nada por ele estar com dor de cabeça, e também não queria perguntar sobre sua vida, já que era um assunto que o deixava muito abalado. Dava pra perceber pelo seu olhar, eu vi isso quando o perguntei por que ele estava dirigindo embriagado.
Lembro do Cole me falando que o pai dele iria morrer, e eu estava curiosa pra saber e ver se eu podia ajudar.

Prontinho, chegamos. –Avisei.

Eu subi com o Cole até seu apartamento, o lugar estava bagunçado, com cacos de vidro de bebida do chão. Tudo indicava que a situação estava péssima.

Espero que você fique bem, eu vou indo nessa já que você está a salvo em casa. Falei dando um sorriso de canto.

Minha vontade era de ficar pra garantir que ele realmente ficaria bem, e ia perguntar se eu poderia ficar, mas não o fiz.
Estava em frente a porta, prestes a colocar a mão na maçaneta, quando ouvi sua voz que soava tranquila.

Ou você pode ficar... por favor, fica.

~~♡~~

Oi galera, eu quero avisar que a partir desse capítulo não vou mais colocar nome no título pq é meio complicado pensar em um título bom e que se encaixe com o capítulo.

Bjs e não esqueçam de vota.❤⭐

Umbrella °•°ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ°•°Onde histórias criam vida. Descubra agora