O verão de 94 estava no seu ápice, tornado os dias em Granada extremamente quentes e abafados.
Com o sol queimando seu rosto e tirando sua paciência, Jungkook caminhou pelas ruas de forma apressada, com suas encomendas de flores em mãos; estava atrasado, precisava entregar nas próximas duas horas e somente o tempo no metrô já ocupavam-lhe isso tudo, mas tudo parecia estar contra seu trabalho naquela manhã. Desde o relógio despertador que não havia carga, até o clima que parecia não colaborar nem um pouco.
Sair de casa arrumado, passar na floricultura, pegar as entregas e levá-las até o local destinado com certeza estava no ranking de coisas que Jeon Jungkook odiava fazer, inclusive no verão, onde as manhãs abafadas o deixavam puto. E naquela manhã não foi tão diferente, o dia tinha tudo para ser entediante e chato como todos os outros, mas tudo mudou por um detalhe. Ou melhor, um homem bonitão no caminho de seu trabalho.
Jeon estava prestes a atravessar a avenida, por via das dúvidas olhou a estrada, de longe avistou um opala 70 amarelo, dirigido por um homem de cabelos verdes, óculos escuros e que cantava algo enquanto dirigia e ora ou outra levantava os braços para fora do veículo, demonstrando a enorme empolgação.
— De onde surgiu esse monumento, meu pai? – Jungkook se perguntou enquanto admirava com dificuldade o rosto do homem.
Perdido em seus pensamentos, nem ao menos percebeu que o carro vinha em sua direção.
Já dentro do opala, Taehyung cantarolava Macarena animado, distraído pela ânimo que as manhãs ensolaradas lhe traziam. Na troca de músicas, recuperou o seu fôlego e se desesperou ao ver que estava indo em direção a um garoto; esse que estava parado lhe olhando, sem ao menos fazer menção de sair da frente do veículo. Mesmo pisando fundo nós freios, ainda colidiu com o ele fazendo com que caísse no asfalto e as flores em sua mão voasse.
— Puta que pariu, o que esse matuto tem na cabeça? – Se perguntou assim que saiu do carro apavorado — Você 'tá bem?
O garoto tinha um arranhão na testa, mãos raladas e aparentemente queimaduras de primeiro grau nos ombros, indicando que o asfalto estava quente.
— Vamos, levante-se o asfalto está quente, vou te levar ao pronto socorro. — Disse assim que ajudou-o a se levantar.
— 'Tô bem, não foi nada – Pegou as flores no chão e tentou caminhar sem fazer esboçar nenhuma reação, mas seus ombros doíam e uma careta foi inevitável.
— Não seja teimoso. Você se feriu.
Jungkook não sabia como rebater aquilo, estava mesmo ferido e precisava de no mínimo uns curativos, mas também precisava fazer suas entregas que dessa vezes seriam em Calahonda, uma cidade da costa litorânea da Espanha, um pouco distante de Granada.
— Tudo bem... – Aceitou mesmo contrariado, aliás, as chances de perder seu emprego por um atraso eram mínimas, mas ainda assim gostava de se manter pontual.
Ao adentrar no veículo ouviu Paradise City tocar no rádio, então se acomodou no acento e aproveitou a música sussurrando a letra bem baixinho.
— Por que infernos você ficou parado no meio da avenida, mesmo quando via um carro vindo em sua direção? – Ouviu o homem ao seu lado perguntar enquanto lhe olhava de lado.
— Eu me distraio fácil – Respondeu seco, com medo de falar demais.
Não queria dizer que estava perdidamente encantado com sua beleza e por isso havia entrado no próprio mundinho paralelo, onde só conseguia atentar-se a seus detalhes.
— Hm, entendo. São suas as flores? – Insistiu em puxar assunto .
— Podem ser suas se quiser – Disse por impulso, sem ao menos pensar na besteira que havia acabado de dizer. —Não! quer dizer, eu trabalho em uma floricultura, então sim, são minhas mas também podem ser suas. Você pode passar lá e fazer uma encomenda, entende?
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Paraíso perdido [taekook]
Fiksi Penggemar[concluída] Era verão quando Jungkook viu Taehyung pela primeira vez. Nunca pensou que ficaria fascinado pela beleza de um desconhecido, mas, é claro, ele também não imaginava que seria atropelado pelo homem de sorriso bonito e sofreria algumas quei...