[3] Correndo de você ou para você?

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O sol estava se pondo, cada vez mais próximo ao mar e distante dos olhos atentos dos rapazes. Com um céu alaranjado, ondas fracas e vento forte, a noite caiu, dando-lhe as caras agora a bonita lua, em meio ao céu estrelado.

— Obrigado por hoje – Agradeceu Taehyung, enquanto sentia a cabeça de Jungkook deitada em seu ombro.

— Foi um bom dia – comentou sorrindo. 

Aquela atmosfera criava um clima agradável e Jungkook sentia que havia realizado três desejos em um dia. Havia visto o mar, o pôr do sol e vivido um clichê, por mais que não fosse um clichê romântico, sua cabeça lhe fazia pensar que nem mesmo o melhor dos clichês poderia subsistir aquele dia; Eles eram duas pessoas distintas, sem a menor chance de se conhecerem e graças aos acasos do tempo, conseguiram chegar até ali, no melhor momento daquele verão. 

— Acho melhor irmos, são quase duas horas até Granada e já são quase sete da noite – advertiu Jungkook preocupado com seus pais.

A senhora Jiwoo logo notaria sua demora e ao contrário do marido, ela era extremamente preocupada com os filhos; Qualquer atraso ou sumiço sem notícias, já deixava a mulher assustada, por mais que a cidade de Granada fosse tranquila e sem muitos perigos. 

— É, você tem razão e ainda temos um longo caminho pela frente – disse Taehyung se levantando.

Após sacudirem suas roupas, se livrando da areia, caminharam pelo calçadão até chegarem ao carro. No caminho até a cidade vizinha, Jungkook trocou os curativos dos machucados. Já Taehyung, escolheu Use your illusion I para tocar durante o percurso, evitando que ficasse entediado ou sonolento, já que após um tempo, Jungkook não resistiu e caiu no sono ao som de Don't Cry. 

Ele é tão fofo.

Constatou o Kim em pensamento observando-o dormir com uma expressão serena, mas logo balançou os madeixas verdes, tentando se livrar do pensamentos. Se repreendia toda vez que pensava intensamente no outro, já havia desviado demais de seu foco; Antes, ao levá-lo a Calahonda, estava sendo gentil, mas agora se perguntava se algum dia veria o garoto novamente e a hipótese de não vê-lo mais, o magoava, então sabia que poderia acabar mal, tendo novamente suas expectativas quebradas por suas próprias ilusões. 

— Vamos Taehyung, seja racional. – Disse a si mesmo, focando o olhar na estrada.

[...]

Estava próximo a entrada de Granada, ao ver o posto de gasolina, aproveitou para abastecer e acordar Jeongguk.

— 566 pesetas* de gasolina, por favor. – Pediu ao atendente, entregando as notas. 

— Só isso, senhor? – Perguntou o atendente.

— Tem um papel e caneta? – Questionou animado, não sabia se sua ideia daria certo, mas não morreria por tentar, no máximo levaria um fora. 

— Sim senhor – Buscou nos bolsos do uniforme, entregando ao Kim.

Rapidamente, Taehyung anotou algo, destacou a folha do bloco de notas e devolveu sorrindo. Após o atendente se retirar, fechou o vidro, dobrou a anotação e guardou na sacola de remédios. 

Seu coração estava acelerado. Ele estava ansioso, em grande expectativa.

— Jeongguk – Tentou chamá-lo, mas o garoto dormia profundamente. — Acorde, estamos chegando à Granada. 

Nada. Taehyung então respirou fundo, levou a mão até a bochecha de Jungkook e deu um leve empurrão, torcendo para que acordasse. Cogitou tocar seus ombros, mas se acordasse, seria pela dor causada, até porque as queimaduras ainda estavam bem recentes. 

Paraíso perdido [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora