Capítulo 9- Não tá bom

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Capitulo com 1700 palavras. Estamos a subir.

Por Samuel

- Preparem o bloco operatório, rápido- disse o doutor gritando pra os enfermeiros.

- Doutor o quê que se passa?- perguntei muito nervoso. Eu sabia que alguma coisa não estava bem.

- Teremos de te operar agora. A tua apendicite está num estado muito avançado, está quase a tornar- se crônica.

- Mas eu não sentia nenhuma dor doutor.

- Os medicamentos que tomavas só faziam não sentires dor, mas a apendicite estava a piorar. Vamos te levar agora no bloco operatório para a cirurgia. Se és cristão, começa a orar agora mesmo.

Eu já não sabia o que dizer ou pensar, eu estava sem forças, eu só conseguia pensar em coisas negativas. E então segui o conselho do doutor e quando entrei no bloco operatório comecei a orar.

- Senhor eu sei que não sou um bom filho, peco muito e prefiro ir jogar bola do que ir na igreja, mas eu te peço que me protejas nesse momento Deus, eu te peço- e antes de eu continuar a oração uma enfermeira disse algo em inglês que eu não entendi nem liguei mas a seringa que estava na mão dela, o que me fez perceber que eu seria anestesiado e tudo ficava escuro até que eu apaguei completamente.

Pós-operação

Aos poucos ia abrindo os olhos e por um momento havia esquecido aonde eu estava e que havia sido operado. Quando me dei conta, a primeira coisa que fiz foi ver a minha barriga e vi um grande sinal nela, parecia que me fizeram uma cesariana.

- Não morri - comecei a dizer baixinho - obrigado Deus, não morri. - e quando tentei levantar uma dor terrível me fez desistir da ideia.

- A bela adormecida acordou - era o doutor

- E aí doutor? correu bem? conseguiram tirar aquela droga?

- Bom, primeiro como é que estás a te sentir?

- Estou dormente, parece que tive um Enzo ( bebé ) agora mesmo. Mas estou vivo, é o mais importante.

- A operação correu bem, foi por pouco Samuel. Mas

- Há sempre um " mas " porquê?

- Não vais voltar a jogar

- O quê? como assim doutor? - tentei levantar e a dor impediu de novo.

- Rapaz tu nem me deixas acabar de falar. Fica quieto aí e deixa eu acabar de falar. Não faz movimentos bruscos.

- Desculpa, pode continuar- falei já sem ânimo nenhum. Era isso que eu mais temia.

- Não vais voltar a jogar ainda. Como vês esse sinal aí, tu tens de descansar e não fazer movimentos bruscos.

- Quanto tempo?

- Vai depender da tua recuperação, se tiveres a ir bem na recuperação podes voltar a jogar daqui há um mês.

- Tão distante?

- Sim. Aliás, onde é que estás a viver?

- Na casa de uma amiga, bem, amiga não. Só lhe conheci ontem.

- Bom, de qualquer forma vais ficar alguns dias de repouso. Então liga pra ela pra trazer algumas roupas.

- Eu nem tenho o numero dela.

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