Por Samuel
Acordei com várias pessoas ao meu lado a olharem-me atentamente e dois paramédicos a segurarem-me. Aí percebi que deu mer*#. Procurei Cláudia ao redor, e percebi que ela estava um pouco afastada falando ao telefone, e parecia estar um pouco aflita.
- O quê que aconteceu? - perguntei aos paramédicos ainda um pouco tonto.
- Desmaiaste enquanto estavam na roda gigante.
- Okay, já estou melhor podem me deixar ir embora? - perguntei já levantando e fui impedido de levantar.
- Calma, precisamos fazer mais alguns exames pra saber se está tudo bem. Diz-nos se aqui há quantos dedos? - disse o outro paramédico mostrando dois dedos da mão esquerda.
- Eu desmaiei, não fiquei burro. Não me humilha mais, desmaiar aí já foi o suficiente. - respondi levantando à força e indo em direção ao lado da Cláudia.
- Mas senhor... - um dos paramédicos tentou me agarrar mas eu tenho mais força e resistência, claro.
- Cláudia... - chamei ela que ainda estava um pouco distante.
- Samu - ela respondeu assustada - espera aí, Samuel? - aí ela mudou o tom pra alguém confusa ao perceber que eu estava aí de pé quando há uns minutos estava deitado no chão totalmente insconsciente.
- Está tudo bem? - perguntei curioso. Dava pra ver que ela não estava muito bem, e não era por causa de mim. Era aquela chamada.
- Tu estás bem? Foste examinado? Deste-me um susto daqueles.
- Sim estou bem, relaxa. Agora diz-me o que se passa.
- Precisamos voltar pra casa, agora e urgentemente! - ela respondeu olhando nos meus olhos totalmente assustada.
Em fração de minutos já estávamos no hotel a arrumar as coisas. Ela só me dizia que ia me contar o que aconteceu no caminho, mas eu sou bastante curioso e já não estava a aguentar aquele mistério. No autocarro ela contou-me o que se passou:
- A nossa casa foi invadida e fizeram um montão de estragos- ela disse totalmente assustada.
- Como assim invadida? Como é que está a Bruna?
- Ela está bem. Era com ela que eu falava, eles não levaram nada. Apenas deixaram um recado.
- Que recado?
- Melhor veres quando chegarmos.
A curiosidade e o nervosismo tomavam conta de mim. Que recado é esse? Será que foram pra lá por culpa minha?
Quando chegamos em casa, o segurança recebeu-nos já se justificando.
- Desculpa senhores, eles disseram que vieram visitar a senhora Bruna e eu não me apercebi da confusão.
- Tu viste o rosto deles? - eu perguntei pra o segurança do prédio.
- Sim, eles eram 3.
Eu olhei pra Cláudia. Só podia ser trabalho de uma certa pessoa. Subimos às pressas até ao apartamento e encontramos Bruna sentada a dar depoimento.
A casa estava totalmente destruída, parecia que aí passou uma cena de luta. Cláudia foi logo correr ao encontro da Bruna e eu fui ter com os policiais.- Boa tarde senhor - cumprimentou-me um dos policiais - parece que eles não levaram nada, apenas queriam dar um susto. Mas precisam ver algo.
Ele levou-me até ao local aonde estava o " recado " e era muito óbvio:
" Fica na tua negão, senão vai ficar mal pra ti! Esse é só o princípio da guerra. "
- Vocês têm problemas com alguém? - perguntou o policial.
Eu fiquei a pensar e só podia ser trabalho do Harry. Mas não quis ainda o entregar, se ele quer guerra, ele terá.
- Não. Não temos problemas com ninguém.
Os policiais ficaram a olhar pra mim com cara de desconfiança, era muito óbvio: a palavra " negão " apontava que aquilo era pra mim.
- De certeza Senhor? Tu não fazes parte de nenhuma gangue ou coisa parecida?
- Como assim? Por causa da minha cor?
- Senhor está claro que esse recado foi pra ti, e o que nós queremos é proteger-vos. Mas tens de ser sincero conosco.
- E por ser pra mim quer dizer que eu faço parte de uma gangue? Eu não posso ser só uma vítima sem ser primeiro um suspeito? - eu já alterava a voz e a Cláudia levantou pra me acalmar.
- Calma amor. Obrigado senhores policiais, o importante é que não fizeram nada na minha amiga e não levaram nada. Qualquer coisa nós iremos ligar pra vocês.
Eles entregaram um cartão pra Cláudia.
- Qualquer coisa não hesite em nos contactar - o policial disse isso olhando pra mim com cara de desconfiado.
- Brancos desgraçados - disse dentro de mim após fechar a porta.
- Isso só deve ser trabalho do Harry - disse Cláudia
- Bruna o quê que aconteceu? Viste eles? - perguntei dirigindo-se até ela.
- Foi tudo muito rápido, eu estava no quarto quando ouvi a porta a ser rompida e logo tranquei a porta do quarto e liguei para a polícia. Eu achei que eles iriam matar-me.
- Prometes que não irás fazer nada? Nós não temos certeza de que é mesmo ele.
- Não prometo nada - respondi pensativo.
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Em Busca do Sonho
Historia CortaEu tenho um sonho: Ser jogador de futebol. Mas isso é interrompido após eu cair desanimado num jogo e ser detetada uma doença que só pode ser tratada na Inglaterra. Meus pais são pobres e humildes, por isso fizeram muitas dívidas e empréstimos para...