Capítulo 5- Mayday

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Com os meus auriculares, ouvindo Força Suprema- O que seria de mim, caminhava quando alguém embateu em mim.

- Desculpa moço não te vi - disse uma rapariga muito bonita, com uma pele clara e com um cabelo daquelas miúdas das novelas - eu conheço você - disse ela.

- Eu? De onde? - tirei os auriculares pra prestar atenção nela.

- Eu já te vi em algo lugar... calma aí - ela fez um gesto parecendo que estava a pensar- tu chamas-te Samuel?

Como é que essa baby assim bem fresca me conhece? Será que me divulgaram no Fala Angola sem eu saber?

- Sim chamo-me, e tu quem és? E como é que me conheces?

- Eu sou a namorada, bem ex-namorada do Daniel. O amigo do Alberto.

- Ahm agora lembro. O Daniel já me falou de ti. Vais pra algum lugar? E como assim ex-namorada?

- Sim eu vou viver em Lisboa e eu terminei com ele.

- Oh que pena - fiquei admirado com aquela noticia, da maneira que o Daniel falou dela parecia que eram bem apaixonados - Então acho que vamos no mesmo voo, vou fazer escala com Lisboa pra chegar em Inglaterra.

- Que bom. E como é que estás?

E aí ficamos a conversar.

- Vais pra lá sozinho? - perguntou ela com uma voz bem suave.

- Sim, o dinheiro só chegava pra uma pessoa, então prioridade ao doente né - ela sorriu.

- E vais ficar bem lá? tipo, depois da operação vais precisar de cuidados e whatever.

- Sim vou ficar, vou estar sempre a fazer as consultas.

Conversa daqui, conversa dali e por fim fomos pra o avião. Era a primeira vez que eu ia entrar pra um avião e quando eu olhei no avião de perto...damn meu coração começou a acelerar. Comecei a pensar no programa Mayday- Desastres aéreos do National Geographic e o meu medo só aumentava. E se isso cair? Se tiver um terrorista aí? Se bem que nunca vi um angolano terrorista, mas se calhar tem um pula ( português ) aí dentro que tá frustrado com a vida.

A Chelsea estava sempre perto de mim e quando descemos do autocarro que nos levou até ao avião ela segurou a minha mão, parece que ela percebeu do meu medo.

Quando entramos, por sorte ou obra do destino, calhamos no mesmo lugar.

- Eu sei que estás nervoso e não, eu não sou bruxa ou uma adivinha ou quê, o Samuel disse por alto uma vez que era a primeira vez que ias viajar.

Eu a olhei e tentei lançar um sorriso mas nem resultou, era muito medo que eu tinha apenas lhe disse " Obrigado por isso ".

Quando o avião começou a levantar voo comecei a gritar dentro de mim " mayday, mayday, mayday ( socorro ).

Após estar mais calmo, entrei numa conversa com Chelsea. Ela me contou sobre a sua confusão no amor, e eu fiquei tipo:

- Tu entregaste o teu namorado para a tua amiga que havia desaparecido do mapa?

- Isso.

- Se fosse as " se comigo não vais ficar, também não vais ficar com mais ninguém ".

Ela sorriu.

- Mas foi um bonito gesto - disse pra ela. É raro, senão impossível, encontrar pessoas que ainda fazem isso nesses tempos.

Como já eram por aí 0h, e depois do dia longo que ela teve, ela adormeceu e eu sabia que ela só ia acordar quando chegássemos. A viagem iria durar mais ou menos 7 horas, então.

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