Capítulo 17.

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Quando o sinal do intervalo tocou, Chloé acordou.

Conseguiu dormir a metade do período de aulas naquele dia. Mas não ligava.

Viu todos a olharem com certo medo, dó e até raiva. Viu Sabrina a olhar decepcionada. Chloé revirou os olhos, guardando seu material.

Quando a sala ficou vazia, sentiu presença de alguém ao seu lado. Era Adrien.

-Chloé... tá tudo bem?- Adrien sorriu meigo, abaixou do lado da loira, passando a mão no rosto vermelho de sua amiga.

-Adrienzinho! Você é incrível e tudo mais- ela o abraçou e ele ficou meio envergonhado. Odiava ser apertado por Chloé, mas se a menina estava fazendo isso, era um sinal de sua melhora.

Todos os anos de amizade com Chloé, em nenhum momento o loiro a viu  triste( tirando o dia em que a mãe dela foi embora.)

-Sempre pode contar comigo, caramelo- Adrien disse o apelido de  infância que usavam, se lembrando dos dias quando ela ia em sua casa.

-Por que caramelo?- a pequena perguntou, cruzando os braços.

-Porque você é loila- o pequeno Agreste sorriu.

-Mas.. mas você também é!- ela semicerrou os olhos e ele gargalhou. Amava irritar sua amiga. Chloé odiava que falassem da coloração de seu cabelo- ah é? Quer saber então ? Vou te chamar de Adrienzinho pro resto da vida!- ela sorriu vitoriosa e ele parou de rir aos poucos.

A menina sabia que ele odiava ser chamado de pequeno, e odiava pessoas que usavam as palavras no diminutivo, já que a vida toda ele assistiu um desenho de um menino loiro que era comparado com ele, e esse mesmo menino tinha a mania de diminuir as palavras.

-Ah não Chloé, por favor!- ele correu atrás da menina, que gargalhava.

Os dois sorriam com a lembrança. E logo Chloé sentiu seus olhos se encherem d'água. Será que já me consideravam horrível naquela época?

-Por favor, Adrien, me deixa em paz- ela se afastou e se jogou na mesa novamente, seu peito voltava a doer.

-Chloé, você vai acabar sendo akumatizada. Me diz, o que aconteceu?- ele mostrava sua preocupação pela garota, acariciando os fios loiros da mesma.

-Eu.. não ligo, agora vai! Não finga que liga- ela soluçou.

-Por favor Chloé, eu...- ela o interrompeu, se levantando.

-Eu não quero a sua ajuda! Não preciso de você! Será que não percebe?- sua voz se elevou, e no mesmo instante o sinal do término do intervalo tocou.

Adrien a encarou assustada, ela puxou sua mochila e saiu correndo dali, indo em direção a saída da escola.

Todos a olhavam,  a menina seguia a direção contrária de seus colegas. Ao sair da escola ( que por sinal não foi algo difícil de se fazer) ela entrou no parque em frente. Se encostou na primeira árvore, jogando sua mochila longe, abaixou a cabeça em seus joelhos e começou a chorar de novo.

Longe dela, um garoto de cabelos azuis a observava, pensando se devia a ajudar ou não. Já tivera ouvido falar muito mal dela, sua irmã nunca gostou da menina, mas não conseguia ver alguém mal, sem querer ajudar.

Então se aproximou, ouvindo o choro desesperado de Chloé. O parque estava vazio durante aquela parte do dia, o lugar estava silencioso. Então, ele coçou a garganta, tentando chamar a atenção.

-Vai embora!- Chloé o olhou com nojo e voltou a abaixar sua cabeça.

-Só quero te ajudar- ele se aproximou e revirou os olhos. Essa garota é pior do que falaram. Pensou.

O Último Akuma.Onde histórias criam vida. Descubra agora