No dia 21 de abril de 2016 eu tive a minha primeira grande perca, o humano nunca admitiria sua própria morte mas eu admito a minha.
Foi o dia em que eu fui explicitamente jogado para fora do armário. Ainda lembro dos gritos, das surras e da forma como aquilo que saia da boca da minha mãe entrava na minha cabeça me fazendo parecer um lixo.
"Deus condena tudo isso"
"Deus não aceita um gay"
"Tu vai queimar no inferno"É tão estranho escrever essas palavras sabendo que recentemente eu ouvi tudo isso.
Minha família foi (hoje não é mais) a famosa família cristã brasileira que só aceita quando se espera algo pra si.
Isso tudo me custou vários problemas psicológicos e uma dor que nunca vai ser curada.
"Mãe eu sou bi"
Falei isso apenas para que ela não me espancasse.
Não serviu de nada
Só senti uma grande ardência no rosto, o sangue saindo pela boca com aquele gosto de ferro e as lágrimas.
Eu só pensava: "para onde eu vou?"
Voltei a sentir novamente a minha mãe que deveria me amar e proteger, acertando uma vassoura na minha costa e me fazendo ficar sem ar.
"Você vai queimar no inferno"
"Eu não vou ter essa decepção"
"Tu vai morrer de AIDs"Eu só queria que tudo acabasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de um garoto que posta nude na internet
Non-FictionOlá a todos, eu sou o que sobrou do roscariano. Uma versão sexy, maluca e só um pouquinho maléfica. Essa é a história de como tudo deu errado na minha vida. É o fim do Saimon e o nascimento do roscariano como figura, espírito e entidade maligna. Nã...