"Pra você ser gay, vai ter que ser rico"
Quando você é um gay de 17 anos na casa de uma mãe homofóbica que odeia tudo que é diferente, infelizmente tem que se acostumar com certas palavras grotescas.
"Tá achando ruim? Sai de casa então"
E foi por isso que eu resolvi sair hoje para arrumar um emprego, qualquer um, poderia ser como jovem aprendiz ou até limpando o quintal do vizinho.
Eu só queria ter a famosa liberdade que todos diziam que teríamos.
O que é uma mentira!
Me acordei cedo.
A noite anterior foi péssima pelo fato dos meus olhos terem suado demais. Sabe aquele vazio mostrando pra você como você é um inútil?
O capeta com certeza não tem pena da minha vida.
Minha mãe saiu mais cedo para o trabalho junto com o meu padrasto.
Um resumo breve da minha mãe: evangélica que não segue a Bíblia mas ama apontar o erro dos outros.
Já o meu padrasto é: o homem.
Fui no guarda-roupa da minha mãe e peguei uma camisa social, pois, ela pega todo o dinheiro que meu avô acaba cedendo e não usa nada em mim. Tomei uma ducha de água gelada.
Odeio
A casa fica em uma zona nova que está crescendo a cada dia que passa, junto com o número de assassinatos e pessoas drogadas que roubam até sandália.
Dei uma última olhada no espelho e pensei: PATÉTICO.
Mas é o que eu tenho para hoje.
Tranquei a casa toda e dei um beijo no dorothy.
(E sim! Sei que é um nome estranho para dar a um gato macho. Não me julguem)
Mal toquei no chão da rua e começou a esquentar, principalmente com uma camisa social preta e a união do sol demoníaco e diabólico da cidade de Manaus.
Inferno!
Fui andando em direção a parada de ônibus mais próxima, dei uma olhada discreta no celular para não ser assaltado e fiquei olhando pelo aplicativo "meu ônibus" se o XXX já estava vindo.
O local onde eu pego é embaixo de uma grande árvore. Fica de esquina com uma pequena mercearia e na porta sempre fica o senhor bartô.
Nome exótico e estranho.
Ele acenou para mim e eu acenei de volta.
Toquei no bolso e: PUTA QUE PARIU, esqueci a carteira de transporte público em casa.
Dei mais uma olhada no celular e fui na velocidade do cão.
Por ser bem próximo, consegui abrir o portão grande e pegar a carteira em cima da mesa.
"XXX - 1 minuto"
O ônibus já estava próximo. Tranquei tudo e fui correndo novamente para a parada, eu de longe pulando com uma mochila em um sol escaldante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de um garoto que posta nude na internet
Non-FictionOlá a todos, eu sou o que sobrou do roscariano. Uma versão sexy, maluca e só um pouquinho maléfica. Essa é a história de como tudo deu errado na minha vida. É o fim do Saimon e o nascimento do roscariano como figura, espírito e entidade maligna. Nã...